sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A Índia e Suas Crenças

por Jesus Soares da Fonseca

A Índia, país asiático, é cheia de contraste. É uma Nação emergente com uma economia em ascensão, mas ao mesmo tempo, rica em crendices populares, crenças religiosas as mais diversas. Pois bem. No estado ou província de Jharkhand, situado no leste do País, o juiz de nome Sunil Kumar Singh, colocou anúncios nos jornais convocando dois deuses, de uma das várias crenças hindus, para ajudá-lo a resolver uma séria disputa de propriedade. Nos anúncios, ele solicita aos deuses Ram e Hanuman que compareçam pessoalmente ao Tribunal.

Esta convocação foi feita, terça feira próxima passada, depois que o magistrado, decepcionado, não recebeu respostas das diversas cartas endereçadas às divindades. Segundo o Correio, os envelopes foram devolvidos, por estarem com endereços incompletos.

Há 20 anos, aproximadamente, existe uma querela em torno de uma propriedade, de 5.000 metros quadrados (mais ou menos, um campo de futebol) onde estão situados dois templos, refúgios dos dois deuses, em pauta, muito adorados pela população local. Assim como aqui no Brasil, lá, na Índia há os tribunais de pequenas causas e o Juiz Singh preside um deles, na cidade de Dhanbad.

Um Sacerdote, de nome Manmohan Pathak, jura, por tudo que é sagrado, que o terreno é de sua propriedade, herança de seu avô que teria recebido de um Rei da localidade, porém os adoradores dos deuses afirmam que a propriedade pertence às divindades. Esta questão, aliás, já havia sido resolvida, em favor dos habitantes locais, seguidores dos deuses, há alguns atrás. Agora, o Sacerdote contestou o veredicto e a questão foi reaberta. Por isso o Juiz pede a complacência e compreensão de Ram e Hanuman, os deuses, para que eles compareçam, pessoalmente, ao Tribunal, para que a pendência seja, de vez, resolvida.

Seria de bom alvitre, O Senado Brasileiro pedir sugestões ao Juiz Singh, ou mesmo, fazer uma solicitação, por escrito, aos deuses Ram e Hanuman. Tenho certeza que suas pendências seriam resolvidas, a contento.

Entretanto, enquanto a pendência jurídica não se resolve, em outra parte da Índia uma cerimônia de casamento, à maneira hindu, se realizou com pompas e circunstâncias, não sei se com a composição de Mozart.

Selvakumar, um indiano de 33 anos de idade, de certa feita, praticou um ato indigno a um bom hindu. Ele matou dois cachorros, a pedrada, e os pendurou em uma árvore durante dias. Algum tempo depois do cruel ato, Selvakumar, segundo relato dele próprio, passou a sentir dormência e paralisia nos membros superiores e inferiores e, inclusive, foi acometido de surdez.

Sabe-se que no interior da Índia, principalmente, nas zonas rurais, o povo é chegado à superstição. Quando almejam um benefício, ou mesmo, querem afugentar maus presságios, maldições e coisas do gênero, eles organizam união de cães com outros animais. Foi com este pensamento que, Selvakumar, achando-se amaldiçoado pela morte bárbara dos cães, resolveu penitenciar-se e ao mesmo tempo redimir-se da culpa e remorso que o acompanhavam. Esta semana, desposou uma cadela em grande cerimônia religiosa, como única maneira de se livrar dos males que o atormentavam. A cadela foi brindada com bolos e outras guloseimas, vestiu um traje tradicional nos casamentos, na Índia. Uma coisa não se sabe, é se sua situação teve alguma melhora, pós casamento. Não consegui ver, na reportagem, se houve ou vai haver lua de mel.

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