sábado, 12 de março de 2011

A SAGA DA CIGARRA E A FORMIGA

A SAGA DA CIGARRA E A FORMIGA
Adaptação da Fábula de La Fontaine por Merlânio Maia

Que Deus hoje me abençoe
Com a sua mão amiga
Peço aos grandes fabulistas
Que me inspirem e eu consiga
Contar uma linda fábula:
A CIGARRA E A FORMIGA


Pois bem, foi há muito tempo
Quando os animais falavam
Que o canto de uma Cigarra
Os animais escutavam
Naquela bela floresta
Todos a admiravam

Enquanto ela cantava
As formigas trabalhavam
Na faina disciplinada
Muitas folhas carregavam
E lá nos seus formigueiros
Aos poucos depositavam

A Cigarra ali cantando
Tocando seu violão
E as formigas trabalhando
E assim foi todo o verão
Quando chegou o inverno
Veio o frio e a solidão

A Cigarra olhava em volta
E uma folha não havia
Que matasse a sua fome
Devolvendo-lhe a energia
Decidiu descer do galho
E mendigar nesse dia

Vai até um formigueiro
Que tinha na sua frente
Bateu, toc, toc, toc
Viu ali dentro tão quente
E logo veio uma formiga
Toda má e prepotente

Olhou a pobre Cigarra
Maltrapilha e humilhada
- Me ajude!... - Pediu a pobre
Mas a formiga malvada
Lhe disse: - Ah! Vagabunda
VÁ CANTAR NOUTRA PARADA!

Você viu que no verão
Trabalhamos sem cessar
E você só na preguiça
Sem nem querer trabalhar!
Disse a Cigarra: - Eu cantava!
- POIS AGORA VÁ DANÇAR!!!

Disse isto e fechou a porta
Bem na cara da Cigarra
E esta ficou escutando
Lá dentro a fartura e a farra
E esta pobre enfraquecida
Sai caminhando na marra

Bem mais a frente ela encontra
Outro grande formigueiro
Já sem força, nem coragem
Tremendo no aguaceiro
Fica na porta escutando
A tossir o tempo inteiro

De repente se abre a porta
E aparece outra formiga
E pergunta: - É a Cigarra
Que vivia de cantiga?
A Cigarra já tremendo
Responde: - Sou sim, amiga!

E a Formiga dá um grito
Chamando o seu batalhão
A Cigarra quer correr
Mas cai fraquinha no chão
E a Formiga vai dizendo:
- Não a deixem fugir não!

A coitada da Cigarra
Pensava: - Vão me matar!
E os soldados da Rainha
Já estão a lhe arrastar
Pra dentro do formigueiro
E ela reza sem parar

O seu pavor é tamanho
Que não para de orar:
- Me acode de São Cigarrão
Vejo a minha hora chegar
Que minha morte seja rápida
Venha logo me buscar!

Mas a Rainha lhe fala:
- Você cantou no verão
E agora não tem repouso
Nem um pedaço de pão
Mas artista aqui tem vez
Pois seu trabalho é a canção

E a Cigarra chorando
Vai falar e a tosse vem
E a Rainha Formiga
Dá-lhe remédio também
E ela vê que há no mundo
Quem vive a fazer o bem

E por todo aquele inverno
Se hospedou no formigueiro
Comendo e fazendo a festa
E cantando o tempo inteiro
E da outra formiga má
Ninguém sabe o paradeiro!!!

Todo trabalho é importante
O artista vive da lida
A Arte é um trabalho santo
E é por Deus desenvolvida
E é quem traz o Belo e o Bem
E embeleza a nossa vida!

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