sexta-feira, 22 de junho de 2012

Misericórdia de Ontem, Itaporanga de Hoje



O PLEITO ELEITORAL DE OUTRORA 
Por TITICO PEDRO  em
 22-06-2012 

O VIL METAL QUE ENVERGONHA


Nos tempos loiros da minha vida, vividos aqui em Itaporanga, registro na memória a firmeza de caráter dos homens públicos de outrora. Políticos memoráveis passaram na nossa terra e, como reza a democracia, pluralidade de partidos aqui sempre existiu. Dois, porém, predominavam e eram representados por dois expoentes. De um lado, o ex-deputado Estadual e médico Balduino Minervino de Carvalho do PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO, o velho PSD,  sob a liderança estadual do Senador Ruy, Carneiro de saudosa memória  e do outro lado, a UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL,  a UDN liderada pelo advogado/procurador de justiça Praxedes da Silva Pitanga, ex-deputado federal, estadual e Prefeito Municipal da terrinha, cujo líder a nível estadual era o saudoso Governador João Agripino Filho.


 Êita tempo memorável. A lisura naquela época era tamanha que o voto se disputava pelo trabalho honroso dos partidários à comunidade. Lembrar que a última eleição em que os candidatos disputaram a eleição com o município recheado de seus 06 distritos fora em 1959. Itaporanga sediava os distritos de Pedra do Fumo/Pedra Branca, São Boa Ventura/Boa Ventura, Brusca/Curral Velho, São Paulo/Diamante, Timbaúba/Serra Grande e São José de Caiana.

Àquela época disputaram a eleição majoritária os empresários Cláudio Arruda, Omar Mangueira, Dr. João Franco e o Dr. Francisco Clementino de Carvalho. Finda a eleição, as urnas de metal ainda recolhidas, no dia seguinte começou a apuração. Pense numa contagem de votos complicada, duravam dias. O suspense/surpresa acontecera com o último distrito a ter os votos contados. Itaporanga, Boa Ventura, Curral Velho, São José de Caiana, Serra Grande, com a contagem de votos finalizada, isso em altas horas de uma noite. Ficou o distrito de Pedra do Fumo para ser apurado no dia seguinte, pois a equipe da justiça eleitoral, do juiz aos mesários, no geral ,todos estavam esbaforidos, cansados.

Os candidatos mais votados eram de um lado o advogado João Franco apoiado pela UDN e do outro o médico Dr. Francisco Clementino de Carvalho do PSD. A época o Prefeito era o saudoso Abraão Diniz do PSD cuja eleição tratava-se da sua sucessão. Um fato inusitado acontecera, pois João Franco dormiu eleito e acordou derrotado. É que o resultado da apuração interrompida altas horas da noite dava vantagem e, conseqüente, vitória ao Dr. João Franco e os seus partidários fizeram a maior festa antecipada esquecendo-se que a alegria tinha horas contadas para findar pois, no dia seguinte, com a abertura das urnas do distrito de Pedra do Fumo, reduto eleitoral do PSD comandada na localidade pelo então Vereador o saudoso Petronilo Epaminondas, dobrou a diferença e deu vitória ao Dr. Paisinho para tristeza dos udenistas.

Ali sim ganhava eleição quem melhor serviço prestasse a comunidade. Não havia o escandaloso esquema de compra  de votos. Udenistas a exemplo de Irineu/Lourival Rodrigues, Hosmisdas Teódulo, Zé Figueiredo, Zé Inácio, João Inácio de Araúlo, Luiz Loureiro, Moacir Pinto além de outros tantos e do outro lado, pessedistas do quilate de um Luiz Leite Guimarães, Paulo Costa Lima, Eládio Clementino de Carvalho, Manoel (seu né) Rodrigues, José Ferreira da Fonseca, Manoel Carlos Paulo e mais outros valorosos conterrâneos.

Àquela época, sim, o eleitorado era tratado como cidadãos, era conquistado através de programas de governo em favor da coletividade. A ideologia política não se trocava como na atualidade. Alí sim quem era da UDN, por exemplo, até na Festa da Conceição, no pastoril, tinha a divisão. Dona Eliza Conserva, sobrinha do Dr. Pitanga, entre outras damas, comandava o Cordão Azul já do outro lado, dona Liquinha, esposa do Dr. Balduíno, liderava o cordão Encarnado. Quanta recordação! Não havia como hoje essa nojenta troca de cadeiras onde o alvo maior é o dinheiro que cada um tenha para corromper o indefeso cidadão.

Respeitemos a nossa história, a nossa tradição. Não queiram usar do dinheiro para corromper os nossos cidadãos. Mais coerência. Oxalá! Quiçá! Doravante esse passado de glória não volte a tona. Eu sonho com uma Itaporanga independente cujo povo exercite uma democracia plena com o voto consciente, elegendo quem de fato melhores propósitos a nossa terra.

Fonte: Itaporanga.net

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