terça-feira, 26 de março de 2013

Alta de preços



(...) “Assim como podia ficar mal-humorado de um momento para outro, Luiz Gonzaga era espirituoso e piadista. Nesta época, no Rio, ele tocava com a formação clássica, com o “triangueiro” Xaxado, um anão, e o zabumbeiro Azulão, um negro muito alto. Costumava apresentar os dois como “Salário Mínimo” e “Custo de Vida”[1](...)


• Salário Mínimo = Pequeno = remuneração recebida pelo trabalho durante um mês.

• Custo de Vida = Inflação = grande = alta contínua ou permanente do custo de vida. 

Uma pequena leitura na história da inflação do Brasil no período de governo civil após a Ditadura Militar observou que de 1986 a 1994 aconteceu uma sucessão de planos mal sucedidos, todos objetivavam ao controle da inflação. O que se pode extrair, nesse contexto, é que em um período inflacionário os governos se elegem sempre com o propósito de combaterem a alta de preços. Foram vários planos nesse período: Cruzado, Bresser, Verão, Collor I, Collor II e finalmente o pano Real em 1994, este estabilizou a economia brasileira.

O ano de 2013 está seguindo com um pouco de pressão nos preços, indício de alta de preços. O que se constata, nesse primeiro trimestre de 2013, é uma elevação nos preços da economia brasileira. A inflação acumulada nos últimos 12 meses, desde o início do ano, medida pelo IPCA, já passa dos 6 %. Isso já deve representar um alerta para o Banco Central.

Desde Julho de 1994 que a economia está estabilizada, não é saudável para uma economia, uma disparada nos preços, pois o efeito recai, principalmente, sobre a classe trabalhadora e tem efeito nocivo sobre a distribuição de renda da economia.

Pode fazer uma diferença entre preço em alta e alta de preço a fim de se saber o que é realmente inflação.

Pode ter um aumento de preços, por exemplo, com a queda na safra agrícola dos Estados Unidos, de outro país ou internamente no Brasil. Isso reflete nos preços de nossa economia de forma a aumentá-los. Essa situação pode ser ocasionada por uma seca ou uma geada ou outro fenômeno climático que possa diminuir a produção de alimentos, mas logo que a situação se normalize, os preços tendem voltar a estabilizar. Assim, tem uma situação de preços em alta.

Nesse cenário, a renda do trabalhador é a mesma durante o ano inteiro (salvo repasse dos preços do ano anterior) para atender às necessidades do trabalhador durante todo ano. Os contratos em geral a exemplo dos alugueis permanecem como os salários.

Diante dos preços a cima o que fazer o trabalhador com a renda dele?

Bem, diante dos diversos preços, o mais sensato para o consumidor, seria procurar encontrar os produtos com os quais pudesse se alimentar sem que possa perder o valor nutricional para o ser humano sem gastar o dinheiro desnecessariamente, pois se sabe que a renda é limitada, assim, forçaria os mercados a baixar mais os preços.

Mas, por que alguns produtos estão tão caros enquanto que outros os preços estão baratos?

Ora, no caso dos produtos primários como a carne, o feijão, hortifrutícolas em geral e outros, a explicação está relacionada com a instabilidade climática, secas, enchentes, etc. Mas, teria o trabalhador, ainda, a oportunidade de substituir um produto que tivesse o mesmo valor nutricional por outro. Portanto, a falta de chuvas e outros fatores estariam influenciando os preços dos produtos.

Por outro lado, se acontecer um ajuste no diesel de 5%, como ocorreu recentemente, então, é de se esperar uma alta generalizada nos preços, pois os serviços de transportes rodoviários são feitos em veículos a base consumo desse combustível, pode se afirmar que vai ocorrer um repasse nos preços aos consumidores, portanto, tem uma alta generalizada nos preços. De outra forma, uma diminuição de 20% nas contas de energia provoca um efeito inverso. Como se observa, o aumento nos combustíveis é inflacionário, alta de preços.

No entendimento dos economistas, a alta de preços pode ter como causa tanto pelo lado da demanda como da oferta. Neste a alta de preço é causada pelas condições de oferta de bens e serviços da economia. Um fator que está associado à inflação de custos é o controle de uma ou mais empresas sobre o mercado, com relação a determinado produto. Naquele a alta de preço é determinado pelo crescimento dos meios de pagamentos, que não é acompanhado pelo crescimento da produção. Como a demanda é exercida através da moeda, pois é com dinheiro que as pessoas realizam suas compras, a inflação de demanda pode ser entendida como excesso de dinheiro na economia.< De uma forma superficial, pode-se fazer uma distinção entre os preços em alta e a alta de preços. A última é a alta contínua e generalizada, enquanto os primeiros pertencem a um fenômeno esporádico. O governo brasileiro tem tratado a inflação com medidas pontuais, uma delas foi à desoneração da sesta básica. Alguns economistas vêm tecendo críticas a política de controle da inflação. Mas, se o cenário continuar como estar à conjuntura econômica recente, mesmo com pesadas críticas, será muito difícil a mudança no comando do governo no Brasil, isso se as demais condições permanecerem como estão atualmente. Próximo ano, 2014 é ano de eleição e da copa do mundo. Os candidatos têm poucas alternativas para traçar um plano com grandes propostas que emplaquem e tragam profundas mudanças e, em última análise, a política econômica elege um presidente.

[1]http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/musica/noticia/2012/08/02/os-valetes-do-rei-do-baiao-contam-a-sua-historia-51334.php;

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