domingo, 4 de julho de 2010

ODEIO OS INDIFENTES



OS INDIFERENTES

( Reynollds Augusto)


Eis que no nosso curso de especialização em Direito Administrativo e Gestão Pública, nos foi apresentado pela doutoranda e professora HERMÍLIA AYRES um texto intitulado “Os Indiferente”, datado de 11 de fevereiro de 1917, mas que está atualíssimo. O texto faz uma análise consciente dos que não tomam posições diante da vida e ficam meio que “encima do muro” esperando a oportunidade de pular para o lado que melhor lhe apetece. Alías, as verdades nunca morrem e permanecem como um sino que badala a consciência do infrator e é por isso que os espíritos superiores disseram ao professor Kardec, que as leis de Deus estão na consciência de cada um. Nada de estar em algum livro dito sagrado.


Na história da humanidade tivemos notícias de muitos e muitos que foram indiferentes à verdade e que poderiam ter se posicionado no sentido de mudar os destinos da humanidade, quando podiam. A maior indiferença que encontramos foi aquele “lava mãos” do fraco PILATOS, que deveria com o seu poder temporal ter libertado o inocente Jesus de Nazaré que fora assassinado por conta dos interesses mesquinhos dos insidiosos da época que queriam continuar dominando as mentes imaturas . Nos dias atuais a indiferença ainda permeia as nossas vidas devido à fraqueza moral de que somos detentores. O indiferente não sabe e não quer tomar posição devido à incidência de seus pendores específicos que sempre estão alinhados com suas pretensões egoísticas. O mestre Jesus já nos ensinou que diante dos problemas da vida é “sim,sim, não, não”. Entendeu? Nada de ser indiferente.


Mas vamos à transcrição do texto para que os nossos leitores possam fazer um juízo de valor e quem sabe até enriquecê-lo neste mural da democracia do grande Rainério,



OS INDIFERENTES


( Antônio Gramsci )



Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que “viver significa tomar partido”. Não podem existir homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.


A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.


A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde programas, que destrói os planos mesmos os mais bem construídos; é matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa de homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixar promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixar subir ao poder homens que depois, só uma sublevação poderá derrubar.


A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia de vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadurecem vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis quem sabia e quem não sabia quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se ,queria eximir-se às conseqüências , queriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenadamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão; se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu ceptismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos ou cidadãos que, precisamente, para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.


A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por verem claramente as coisas ,e, por vezes , não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes ,ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido se uma responsabilidade histórica que quer todos sejam ativos na vida, que nos admite agnosticismo e indiferenças de nenhum gênero.


Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhe impôs e impõe quotidianamente , do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos construindo. Nessa cidade ,a cadeia social não pesará sobre um número reduzido , qualquer coisa que aconteça nela será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos .Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.



Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes



PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.

1 comentários:

CESINHA, UMA GRANDE AQUISIÇÃO
Por Joao Dehon em 05/07/2010

Nosso querido Cesinha Nitão é uma figura fenomenal, é um ser humano fora de série e tem uma capacidade comunicativa muito grande. Cesinha foi assessor político do Deputado Romulo Gouveia que até hoje só diz coisas boas a respeito do mesmo. Ronaldo Cunha Lima admira essa capacidade de Cesinha. O Deputado Antonio Mineral e o Candidato a Deputado Federal Hugo Mota estão torcendo que Cesinha vá trabalhar com um ou com outro.
Santo de casa não ora milagres, Cesinha fez de tudo para assessorar Expedito Leite na sua campanha de Deputado Estadual, mas Expedito não se mostrou acessível à essa pretensão e até parece ter dificultado as coisas. Na minha visão perdeu e perdeu muito, pois Cesinha é carismático e sabe trabalhar em campanhas políticas como ninguém.
A raposa velha, uma das maiores pilastras da política brasileira WILSON LEITE BRAGA, foi lá e levou Cesinha para o seu lado. Acho que nosso Braga só ganhou e garanto que nosso Cesinha vai fazer bem feito e vamos ter uma grande resposta em nível de Vale do Piancó. Parabéns Cesinha! Seja forte e só valorize quem lhe valorizar, afinal o povo não precisa de políticos, políticos é que precisa do povo.

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