sábado, 13 de dezembro de 2008

Paciência... e, com muito humor!

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Se perguntarmos quem foi Paciência Paiva? Talvez poucas pessoas saberão responder, mas tudo bem, não faz mal! Espero que através deste pequeno relato você possa saber a importância cultural de Paciência. Basta ter um pouco de paciência e ler até o fim!

Nascido em Misericórdia (Itaporanga) e levado a pia batismal com o nome de Manoel, em homenagem ao tio Manoel Paiva. Ainda na adolescência recebe o apelido ou pseudônimo, “Paciência”, apelido dado pelos seus familiares... talvez tenha sido uma criação de seu pai, o Sr. Benedito Paiva, uma pessoa que era muito benquista com os amigos e que gostava de contar causos, causos muito engraçados. Creio eu, que foi seu Benedito que mudou o seu nome de Manoel, para “Paciência”, por bem ou por mal, o nome pegou e, o rapaz se tornou artista.

Homem simples e humilde que sempre mereceu o respeito e admiração de todos, sabia, como ninguém, fazer amizades, desde a criança ao ancião; era um homem que trazia na alma a vontade de vencer na vida. Mesmo com as dificuldades como todos aqueles que vêm de família humilde, tinha sua pequena oficina de consertos de rádio; era “radiotécnico”, uma boa profissão àquela época e sua oficina era na Argemiro de Figueiredo no final da década de 60 e início dos anos 70.

Mas não era somente consertar rádio que “Paciência” queria, ele queria muito mais, queria mesmo era ser artista e mostrar seu talento ao povo de sua terra. Ser humorista era seu desejo, mesmo com as intempéries do seu tempo, não procurou outras terras, preferiu ficar aqui na sua querida Itaporanga.

Quem conheceu Paciência Paiva percebia logo que ele era um comediante que sabia comunicar com o seu povo, com seu jeito irreverente e desengonçado, sabia mesmo fazer presepadas e causar risos e aplausos ao Seus conterrâneos.

Seu ídolo maior foi com certeza o Coroné Ludugero, era quase uma veneração a esse grande humorista pernambucano, que fez sucesso em todo país. Era um pouco parecido, principalmente no físico e na verve humorística, com o grande Mazaropi, bem como, com o seu jeito matuto de ser.

Paciência Paiva era engraçado por natureza, estava sempre bem humorado e olha que ele tinha todos os motivos do mundo para ser triste e envergonhado, devido seu problema de saúde adquirido no pleno gozo de sua juventude que limitava suas atividades físicas, mas felizmente não afetou o seu intelecto. Tinha talento e era uma pessoa inteligente que sabia fazer humor em todas as situações. Tristeza não tinha, quem assistiu suas apresentações não esquece o valor desse artista que marcou época em nossa terra.

Não podemos esquecer seu programa radiofônico na extinta rádio Cruzeiro do Sul do saudoso Crispim Pessoa, programa que tinha como patrocinador a Casa do Rádio de João Vicente Neto. Fez apresentações no Circo Teatro Cearense onde foi bem aplaudido, inclusive Chico Cândido se apresentou ao seu lado cantando os boleros de Waldick Soriano, isto foi em 1969 aqui em Itaporanga.

Em 1970 com Paulo Pereira, Paciência fundou uma pequena rádio na antiga maternidade, esta rádio era concorrente da emissora de Crispim, mas não passou muito tempo no ar, era a Rádio PP abreviatura do nome dos fundadores, Paulo Pereira e Paciência Paiva.

Paciência também fazia apresentações artísticas no comércio local. Lembro-me de uma delas, no Armazém São Paulo do comerciante Paulo Costa. Era um “showman”! Cheio de novidades, cantava as músicas do repertório do Coronel Ludugero, mas também cantava modinhas bem apimentadas de sua autoria. Era só alegria e o povo gostava.

Visando melhores dias para seu projeto de ter sua própria emissora, nosso artista deixa sua terra e fixa residência na cidade de Diamante, instala uma pequena rádio, coloca no ar “A Voz de Diamante” e recebe o apoio dos diamantenses e o reconhecimento pelo seu trabalho. Mas não é fácil manter uma rádio, principalmente na ilegalidade e lograr êxitos. Paciência então desiste da rádio e em seguida coloca um serviço de som na principal avenida de Diamante e assim seu meio de comunicação perdurou por muito tempo e era a alegria da cidade. Esse grande comunicador/humorista fez história por onde passou e creio que seu maior legado, que era o riso e a alegria, ficará na lembrança de todos aqueles que o conheceu.

Hoje 13 de dezembro faz um mês que nosso artista da comunicação nos deixou, mas até o último dia de sua vida, continuou a fazer o que mais gostava, se comunicar e alegrar os seus conterrâneos e semelhantes, com seu programa que ia ao ar das 06 ás 08 horas, todas as manhãs na Rádio Diamante FM 104.9.

Obs.: “O texto acima mencionado não representa a biografia do artista, mas parte de sua obra”.
Por Inácio Farias
Veja também:
Mau dia, Sertão!

comentários:

João Dehon Fonseca disse...

Em 1969, o Saudoso Antonio Ramalho, conhecido no mundo do Rádio como Ramalho e Silva e em Itaporanga como Antonio de Agostinho, criou uma Rádio Cladestina com o nome de Rádio Liberdade, cujo gerente passou a ser Eduardo Felinto ou Duda de Seu Felinto.

André Morato tinha um Programa das 5 às 7 da manhã com o nome "Acorda Sertão" eu, João Dehon, que estava de ferias, comecei a fazer o programa "A juventude comanda" e assim concorríamos com a pioneira "Cruzeiro do Sul" do batalhador Crispim Pessoa ou Pessoinha carinhosamente chamado pelos amigos.

Nessa época o Paciencia Paiva despontava como uma figura altamente espirituosa e também tinha a sua Rádio Cladestina a tal Rádio PP.Como bem diz o Inácio, Paciencia trazia no sangue a Radiofonia e o Humor, que juntos e bem misturados, sai grandes artistas e o Paciencia não foi um deles porque preferiu ficar em Itaporanga.

Paciencia! Fazer o que ele assim quis e assim concluiu sua passagem aqui no andar de baixo e como diz Reynolds, certamente sua missão começa exatamente agora.

Parabéns Inácio, pela homenagem que vc faz ao nosso eterno PACIÊNCIA.

13 de Dezembro de 2008 17:27

1 comentários:

Em 1969, o Saudoso Antonio Ramalho, conhecido no mundo do Rádio como Ramalho e Silva e em Itaporanga como Antonio de Agostinho, criou uma Rádio Cladestina com o nome de Rádio Liberdade, cujo gerente passou a ser Eduardo Felinto ou Duda de Seu Felinto. André Morato tinha um Programa das 5 às 7 da manhã com o nome "Acorda Sertão" eu, João Dehon, que estava de ferias, comecei a fazer o programa "A juventude comanda" e assim concorríamos com a pioneira "Cruzeiro do Sul" do batalhador Crispin Pessoa ou Pessoinha carinhosamente chamado pelos amigos.
Nessa época o Paciencia Paiva despontava como uma figura altamente espirituosa e também tinha a sua Rádio Cladestina a tal Rádio PP.Como bem diz o Inácio, Paciencia trazia no sangue a Radiofonia e o Humor, que juntos e bem misturados, sai grandes artistas e o Paciencia não foi um deles porque preferiu ficar em Itaporanga.
Paciencia!fazer o que ele assim quis e assim concluiu sua passagem aqui no andar de baixo e como diz Reynolds, certamente sua missão começa exatamente agora.
Parabéns Inácio, pela homenagem que vc faz ao nosso eterno PACIENCIA.

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