domingo, 1 de novembro de 2009

Eles Vivem


Eles Vivem
( Reynollds Augusto)

Estamos às vésperas da comemoração que se tornou um momento de reencontro com os amigos e parentes “vivos” e pouco se faz em relação aos parentes “mortos”. Parece que o dia consagrado a esses que foram o motivo de nossa alegria se banalizou e os “vivos”, que são os verdadeiros “mortos”, não compreenderam a importância desse dia e se esquecem de fazer silêncio interior em preces sentidas àqueles que se foram à nossa frente. Itaporanga hoje está regada de ilusões, muita droga “lícita” e pouca reflexão sobre essa passagem que pouco a pouco se aproxima. A bebida alcoólica é uma espécie de estandarte da imaturidade e esterilidade espiritual. Tem até uma banda que hoje irá decantar os embriagados do caminho. Coitados!São cegos que conduzem cegos.

Para quem não sabe a origem do dia de finados é do ano de 988, quando o abade da ordem dos beneditinos em Cluny, França, institui em todos os mosteiros da ordem naquele país a comemoração dos mortos, a dois de novembro, culto que a Santa Sé oficializou para todo o ocidente. Desde então a sociedade comemora os seus “mortos”, antes com mais sentimento e respeito, hoje com muita farra e desrespeito...

A Doutrina espírita nos ensina que os nossos parentes e amigos que já foram á nossa frente, ficam sensibilizados aos nos lembrarmos deles. Se estiverem felizes, essa lembrança aumenta a sua felicidade; se estiverem infelizes, a lembrança e a prece verdadeira aliviam a sua dor. Não que o cemitério seja um lugar apropriado para “marcarmos” um encontro, mas o nosso sentimento sincero os conduzem á nossa presença. Quem possui mediunidade ostensiva os sentem, os ouvem, os vêem.

A morte é ainda um mistério para muita gente, como a vida também. A grande verdade é que a verdadeira vida é a do mundo dos espíritos que é permanente e eterna. Essa material é ilusória e impermanente e se você não despertar e ir à cata dos valores reais ficará volitando em torno dos seus equívocos e sofrerá um pouco mais.

Nós sabemos que a mais trágica de todas as mortes é aquela que acontece mediante o suicídio. Essa atitude equivocada trás conseqüências devastadoras para a pessoa que tenta fugir da vida e se depara com outra realidade ao entender que o ato insano foi tão somente para descumprir os desígnios divinos. Isso mesmo! As nossas dores, as nossas alegrias, cabem certinho no nosso merecimento e quando a dor é maior resolvemos “dar um basta em tudo”, matando o nosso corpo pensando que estamos fugindo da vida, encontraremos maiores sofrimentos. O “morto” chega de maneira precipitada na espiritualidade em plena vitalidade física e revive por largo tempo as dores e emoções dos últimos instantes e vão para regiões tenebrosas, que como disse Jesus. “Há choro e ranger de dentes”. A nossa vibração de amor os alivia a dor e os conduzem mais rapidamente ao encontro da reabilitação.

Nós, os cristão, aprendemos que a morte não existe. Nós, os cristão espíritas, sabemos que além dos mortos não estarem mortos, eles não dormem e estão mais acordados do que nunca e prosseguem se auto-aprimorando, reformulando o seu mundo íntimo e disciplinando a suas emoções. É momento de nos curvarmos a Deus, nossa majestade divina e lembrarmos com amor dos nossos que se foram. “A prece é perfume de flor que se eleva e funde abraços e beijos, a saudade e o amor”. Deixemos as comemorações festivas para o seu devido lugar. Não é tempo de farra, álcool, falsas alegrias. É tempo de reflexão, emoção, gratidão e saudades...

Lembremos com saudade da sua presença em nossas vidas, lembrando das suas virtudes, dos seus atos bons, das alegrias que compartilhamos juntos quando estava encarnado. A prece refrigera a alma e toca os sentimentos deles e já, já, estamos do lado de lá pois o tempo é convenção humana. Faz cinco anos que meu pai se foi, parece que foi ontem. Faz décadas que meu avô e minha avó, que tanto amo, se foram, parece que foi ontem. Pode parecer distante o dia de sua partida, mas não se engane “é amanhã”.

PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA!
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