segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O BÊBADO E O PADRE

O BÊBADO E O PADRE

(Merlânio Maia)


As seis horas da manhã
No Terminal Rodoviário
À espera da condução
Senta num banco um vigário
Nisso um homem embriagado
Se escorna, assim, bem do lado
Abre o jornal e vai lendo
Com o seu bafo de cachaça

Olha do lado acha graça
E pergunta ao reverendo:
O senhor sabe dizer
A artrite o qué que é?
O padre então aproveita
Pra dar-lhe um sermão com fé
E capricha na sentença:
- A artrite é a doença
De uma vida de pecado
Bebida ou droga qualquer
De adultério com mulher,
Deixam o homem nesse estado

A artrite meu amigo
É a doença da maldade
De quem vive assim bebendo
Nos infernos da cidade
Atravessa a noite inteira
Com mulher e bebedeira
Na lama da perdição
Deixando a mulher e os filhos
Com a vida fora dos trilhos
Sofrendo na solidão!

O bêbado agradeceu
Voltou a ler o jornal
Mas o padre achou que foi
Bem mais duro que o normal
Então tentou remendar
E lhe falou devagar:
Perdoe-me na outra etapa
Mas a artrite é o seu mal?
- Não!
É que nesse jornal
Diz que quem tem é o PAPA!

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