sexta-feira, 11 de junho de 2010

Quesa Pinto Brandão

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Como 0 primeiro filho de mamãe, 0 primogênito, e em nome de meus irmãos e de Papai, eu gostaria de dizer aqui algumas palavras sobre ela e sua magnífica trajetória de vida. Algumas poucas palavras que possam representar momentos que espelhem seu exemplo de pessoa especial, pois para fazer um perfil mais detalhado, será necessário um livro de muitas páginas que possa colher a abrangência de toda esta grande trajetória, que todos vocês conhecem de alguma forma.

Em primeiro lugar, se fossemos procurar um adjetivo que pudesse representar de uma maneira sintética um resumo de mamãe, acho que a palavra mais fidedigna ao seu perfil chama-se Generosidade. Generosidade desde a sua infância em Miseric6rdia, hoje Itaporanga, com os irmãos, amigos e parentes. Logo em seguida em sua adolescência, quando ainda jovem moça começou a ajudar Vovô Caçula no comércio do algodão, onde aprendeu muito sobre seu povo e a importância do trabalho.

Boa filha, boa irmã, boa amiga, estudou e concluiu seu pedagógico, pois desde sempre gostou de ler, estudar e escrever, muito. Em seguida, encontrou papai e o escolheu seu companheiro perfeito para construir uma família. Trabalhando juntos no comercio das fartas safras de algodão dos anos 60, aliaram a vida intensa de trabalho a uma excepcional vida social, onde tinham a satisfação e 0 divino privilegio de compartilhar a alegria da vida com os amigos. Pequeno e privilegiado espectador desde período, acompanhava desde então com meus irmãos Sauto, Samuel, Sávio e Sara os fantásticos domingos da conversa boa, acompanhada de muita cerveja e do melhor da música popular na radiola estereofônica de madeira laqueada em amarelo, que tocava os discos de Orlando Silva, Luis Gonzaga, Ataulfo Alves, Jamelão, Perez Prado e tantos outros. Mas também havia a musica ao vivo na voz de papai, cantando estes clássicos, acompanhado do violão de Severino Neves e da batucada leve de Chico Augusto e Vanilton, entre outros tantos outros amigos e companheiros.

Ah, quantos bate-papos saborosos e animados na calçada de nossa casa da praça até altas horas, sob a brisa gostosa e luar das noites do sertão. Casa que sempre foi aberta a todos os amigos e ao povo humilde de Itaporanga. Quantos bailes e carnavais memoráveis ao som da orquestra de frevo de Uiraúna, onde a farra começava ainda pela manhã, depois de amanhecer o dia nos salões do Atlântida. Quantas festas da padroeira N. Sª. da Conceição em dezembro, quando com sua religiosidade intensa liderava campanhas pelo cordão azul.

Depois veio a fase da política, onde por suas lideranças naturais entraram ou foram convocados. E ai também a sua garra e destemor apresentaram suas armas, subindo em caminhões para fazer comícios, indo de Jeep aos vários sítios, visitando a casa de todos, especialmente o povo humilde, quando sua generosidade transbordava em demasia.

É por isto mamãe, que foi de arrepiar o que assistimos em Itaporanga na quinta-feira, 13 de maio. O choro espontâneo das pessoas humildes e de todos seus amigos e parentes, como uma retribuição de coração a sua grande generosidade e bondade na vida. Pois sempre aprendemos e soubemos, que alem de amar intensamente seus filhos, papai, sua família e os amigos, você amava profundamente sua Itaporanga.

E por este sentimento do amor que sabemos que a senhora esta em paz, nos abençoando lá de cima, na companhia de Vovô e Vovó, dos irmãos queridos Cleanto e Leda, e dos parentes e amigos que já se foram, sob a proteção de Deus, de Jesus Cristo e do Espírito Santo.

E por isto mamãe, que apesar de toda a dor de sua ausência, sabemos que a senhora sempre esta conosco, em nossos corações e mentes, intensamente, constantemente, eternamente. Com todo o afeto de nossa família, Viva Mamãe!

Sinval Filho, 18 de maio de 2010

Fotos gentilmente cedidas a Rainério por Quesa Pinto, em vida

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