quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Diretora esclarece falta de médico no hospital e questiona postura do SAMU diante do problema

Wilka Rodrigues disse que o SAMU não agiu corretamente ao deixar pacientes no hospital sem condição de atendimento


Por Sousa Neto/Folha do Vale

Sem médico nos plantões noturnos há três sábados consecutivos, a diretora do hospital de Itaporanga, Wilka Rodrigues (foto), informou, durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br), que o problema está sendo resolvido e que, no próximo final de semana, o plantão estará normalizado.

Ela esclareceu que a falta de médico é resultado do desligamento de cinco profissionais do hospital, entre os quais um cirurgião. Eles deixaram o serviço hospitalar local depois que o governo tirou a produtividade dos plantões.

Mesmo pagando 1.200,00 reais por um plantão de 24 horas durante o final de semana e 1.000, 00 durante a semana, o hospital tem encontrado dificuldade para contratar médicos.

Mas a ausência médica foi mais sentida no último sábado à noite, 3, quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) levou pacientes para o hospital mesmo sabendo que, segundo Wilka, o nosocômio estava sem condições de atendimento, o que gerou um desentendimento entre a direção hospitalar e a coordenação do SAMU, especialmente porque o controlador do serviço, que fica em Piancó, determinou que os pacientes fossem deixados no hospital.

“A obrigação do SAMU era levar os pacientes para um hospital onde houvesse condição de atendimento, em Piancó, Patos, Campina ou qualquer outro lugar, mas não deixar os pacientes em um hospital sem médicos”, lamentou a diretora, ao complementar que “Eu assumo minha responsabilidade e sei que é obrigação do hospital ter não apenas um, mas três médicos, e temos feito de tudo para resolver o problema, mas a dificuldade de encontrar médico é muito grande”.

O entrevero entre a direção do hospital e a coordenação do SAMU, que insistia em deixar os pacientes no hospital, mas a diretora hospitalar recusava-se a recebê-los em função da falta de médico, prolongou-se por mais de 20 minutos, enquanto isso, uma criança, com um ferimento profundo provocado por um acidente doméstico, sofria dentro de uma ambulância.

Para encurtar a história, lamentável narrativa, o SAMU deixou os pacientes no hospital, mesmo sem autorização do nosocômio. “Mas, como os pacientes já estavam dentro do hospital, eu tive que agir: liguei para o regional de Patos e pedi ajuda para o atendimento da criança, que era o caso mais grave, e ela foi transferida de imediato na ambulância do hospital”, comentou Wilka Rodrigues, ao informar que pretende se reunir com o prefeito Djaci Brasileiro e com a secretaria municipal de Saúde para esclarecer o problema e fazer com que SAMU e hospital trabalhem coordenados, evitando polêmicas e, principalmente, prejuízos para quem precisa de atendimento urgente.

Mas um outro problema apurado pela Folha é que o médico plantonista do SAMU não estava acompanhando os pacientes transportados ao hospital, ou seja, os doentes estavam sem acompanhamento médico, o que é temerário.

Conforme o delegado Cristiano Santana, um Boletim de Ocorrência chegou a ser registrado na delegacia pela coordenação do SAMU por causa da falta de médico no hospital, mas a coordenadora não compareceu à delegacia na segunda-feira para dar sequência ao feito, e o caso deverá ser arquivado.

0 comentários:

Postar um comentário