quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Jornalismo Sensacionalista: tendência a divulgar notícias exageradas ou que causem sensação.

Tenho que deixar registrado o meu ponto de vista sobre uma mesa redonda que aconteceu ontem na UFPB com os principais jornalistas e apresentadores de programas jornalísticos/policiais/sensacionalistas/o que  você preferir, aqui do Estado. O tema foi Jornalismo Sensacionalista.


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Foto: Jean Carlos (@jeancarlos_pb)

Fiquei absolutamente decepcionada com a postura dos alunos que assistiram a mesa redonda. Para início de conversa, independentemente de gosto, deve-se respeitar. Os alunos não respeitaram. Protestaram e ninguém lhes tirou esse direito, foram ouvidos, receberam atenção mas não respeitaram a vez do outro. Como foi dito lá: "Protesto e esculhambação são coisas diferentes."

Alguns foram tomados por uma ira, uma afobação que não era normal. Foram ridículos e eu me senti envergonhada por estar no grupo dos "alunos". Beleza, você é universitário, subentende-se que você tenha um nível maior de conhecimento e informação, mas o desrespeito que aconteceu hoje, com relação a um apresentador exclusivo, fez com que tudo o que se espera de um "universitário" fosse anulado ali. Na minha opinião, baixou ainda mais o nível e sujou o curso de jornalismo pela postura que alguns dos futuros profissionais da área tomaram com relação ao fato.

Quero deixar bem claro que eu não estou aqui para defender nenhum apresentador ou jornalista e que eu não gosto e nem assisto o tão falado programa "sensacionalista" do Samuka. Mas não é por que eu não gosto, que eu vou fazer um protesto e falar: "Samuka, maconheiro arruma outro emprego!" Puts, foi altamente revoltante para mim. Ainda mais, por já ter visto no meio do grupo que protestou usando essas palavras, pessoas que eu sei que são usuárias de maconha. Quer dizer, olhar pra si que é bom, né?!

Acho que pensam: "eu vou é fazer protesto, ser revolucionário, não assistir aula, pintar a minha cara e aparecer...". Protestem caramba! Continuem nessa jornada, na maioria das vezes inútil, mas respeitem, vocês fazem parte da academia e por esse motivo devem protestar como acadêmicos e pessoas civilizadas, o que eu vi ontem foi digno regresso ao ensino fundamental, tão longe de ser do nível "superior", essa é a verdade.

Também não quero ser a dona da razão, como muitos ontem pareceram o tempo todo (querer) ser, esse blog aqui é meu e eu falo o que eu quiser, quem não quer ler: fecha a página. Assim como quem não quer assistir um determinado programa porque te "desrespeita". É só mudar o canal... Você tem LIVRE ARBÍTRIO. A não ser que você queira ser "desrespeitado", aí já é um problema seu e não de quem apresenta o programa.

Se vocês raciocinarem junto comigo, não precisa nem ser acadêmico, para entender...#ironia. Se nós, juntos não assistirmos mais determinado programa, o que irá acontecer? Não haverá mais investimento publicitário no horário do programa, certo? Não havendo mais publicidade, o que acontece? Ele acaba. 

Nossa, que fácil não?

Mas, enquanto houver pessoas que assistam e financiem esse ciclo vicioso o programa vai continuar do jeito que está e quiçá, até pior e com ainda mais audiência.

Não serão mesas redondas com jornalistas descontentes e estudantes altamente descontrolados metendo o pau no trabalho de um apresentador apenas, dentre tantos outros jornalistas hipócritas que praticam do mesmo trabalho do apresentador em questão e ainda falam dele, que vai pressioná-lo e fazê-lo desistir do seu trabalho.

Definitivamente, que papelão hoje, hein?!

Devo admitir que o que o próprio Samuka, sem diploma de jornalista, disse, foi a parte mais sensata de toda a discussão em torno do jornalismo sensacionalista: 

"Eu nunca disse que sou jornalista. Eu sou um apresentador."
"Porquê vocês só falam de mim? Só eu sou o sensacionalista?" Essa eu respondo: Não, Samuka. É que os outros que também são, são hipócritas, além de a culpa toda ser do seu atual lugar na audiência (falo em audiência pois essa briga só acontece única e exclusivamente por ela, porquê se os programas ditos não-sensacionalistas fossem os primeiros lugares, eles nem se preocupariam com os pobres sensacionalistas que estariam atrás deles).
"Eu aqui, me vi como um saco de pancada." E como foi, meu querido. Fiquei do seu lado, depois que vi como você foi tratado. Não trataram do assunto, trataram da pessoa. Não foi o tema do jornalismo sensacionalista que ficou em evidência, mas sim Samuka que é o "sensacionalista" de maior audiência.

E nesse trecho, Samuka falou o que na minha opinião acadêmica, se é que isso tem algum valor depois do exemplo acadêmico dado hoje, teve mais valia durante todo o decorrer dos discursos: "O problema não está em mim. A violência só acontece porquê os "maletas" (marginais) não tiveram uma boa educação. O problema é político, como a falta de emprego, educação e assistência que o povo precisa."

Isso, resume toda filosofia que toda essa baboseira deveria ter desde o princípio. Discute-se aqui, um costume antigo. As pessoas gostam, se atraem e assistem tragédias. Se em pleno século XXI ainda temos o mesmo comportamento que era tido na Roma Antiga? Pode não ser geral essa preferência, mas que é real... Ah, isso com certeza é, prova disso são os jornais locais da Globo de todo o País apanhando na audiência por conta dos programas polêmicos. 

É normal.

Uma vez eu estava em um ônibus e houve um acidente envolvendo um veículo e uma moto em frente ao ônibus. Só foi preciso um cidadão falar:

-"É sangue."

Que todos os passageiros do ônibus (exceto eu que se vejo sangue de tão perto passo mal) em pura sincronia se levantaram rapidamente para ver o tal "sangue". Acredito que seja involuntário, que seja um espécie de curiosidade natural das pessoas. 

Nesse caso, tem a quem culpar senão a elas mesmas por essa curiosidade? Oh céus, elas se atraem pelo que lhes trazem sensações e o que tem de errado nisso? Por acaso, você fica com alguém sem sentir nada por ele(a)? Coisas boas e ruins nos trazem sensações, nos cabe decidir o que queremos sentir ou não. Muitas vezes nem decidimos já que sensação está mais ligada ao emocional e não racionalizamos para sentir nada, simplesmente sentimos. Mas você que decide o que você vai assistir e se é a sensação de um programa polêmico que você quer, não há nada que te impeça de fazer isto. Julguem o programa ruim e o apresentador despreparado, ou não.

Opinião é para ser dada e a minha foi exposta aqui, se você quer expor a sua sobre esse assunto, posta um comentário que eu terei prazer em saber que existem pessoas pensando como eu ou que existem pessoas que não pensam como eu, mas que eu vou verdadeiramente RESPEITAR. Afinal, quem disse que precisa descer o nível para mostrar que está certo? Assim você acaba perdendo a razão, amado (a).

Outra coisa: não é o que as pessoas dizem, mas como elas dizem... Samuka pecou por não saber dizer, porque argumentos ele tem e não são poucos, ele poderia, de fato, ter se saído melhor.

É tudo lamentável. Não vou estender mesmo achando que eu tenho mais a dizer, são 02:02 da manhã e eu levanto às 07:00.

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