terça-feira, 24 de julho de 2012

80 Anos da Morte de Santos Dumont, o Voador!


1BERTO DE ALMEIDA

Tião, meu amigo, acabei de ver pela janela aberta para o mundo do meu quarto de dormir! Uma janela de quarenta e duas polegadas e cheia de cores! Hoje, exatamente hoje, 23 de julho, há 80 anos morria Alberto Santos Dumont! O “herói” era solteiro, sem filhos e talvez por isso mesmo tenha adotado a aviação como filha sua. É considerado o Pai da Aviação. Uma curiosidade, Tião, que não ouvi por essa tela colorida: nasceu Santos Dumont em 20 de julho, quase no mesmo dia em que resolveu trocar de roupa - usou as próprias mãos - e se mudar para outra cidade, 23 de julho! Quase, não foi Tião, quase?
 Santos Dumont, com esse nome estranho, não poderia ser diferente. Tinha descendência francesa pelo lado do pai, e portuguesa, como também não poderia deixar de ser, pelo lado da mãe. Um boa vida, Tião, Santos Dumont era um boa vida! Todos podem perceber neste segundo parágrafo das mal-traçadas minhas. Um filhinho de papai mimado e rico. Tanto que aos 18 anos deu adeus ao verde-amarelo e foi conhecer as luzes da cidade de Guy Maupassant! Isso, se o mundo todo não sabe, quase todo o mundo está sabendo.


 Não ouvi, porém, nem de longe pela janela em cores de quarenta e duas polegadas do meu quarto de dormir, por exemplo, que o menino mimado de Henrique e Francisca, o nosso herói voador, não dormia – vejam só que beleza! – longe do seu chapéu! E parecia ter apenas um, aquele famoso de massa caindo de um lado e correndo para frente! Somente voava – olhe só que beleza maior – com uma meia de mulher enrolada no pescoço! Sei não, sei não Tião. Não sei não mesmo...

 O nosso Dumont que não tinha nada de santo, tinha umas manias, como dizer... meio estranhas. Se não se tocava com as manias que tinha, parecia que já naqueles tempos, assim como hoje acontece com o nosso Rei Roberto Carlos, tinha um serio problema de Toc. Os amigos mais próximos diziam que ele poderia perder o melhor dos voos, deixar de voar o mais alto possível, mas nunca pronunciava a palavra “adeus”!

 Era também mais supersticioso do que quase quatro americanos juntos. Como?! Pois é. Se o problema lá com eles é o numero 13, com nosso Santos Dumont o número era maior. Não escrevia nem pronunciava nunca, assim como o Adeus ai que acabei de escrever, o número 50! Meio doido ou doido e meio era o rapaz? Sempre com uma boa grana enviada pelos pais, Riquinho da Silva, ou melhor, silva não, Riquinho de Dumont, nunca carregava no bolso ou bolsa, por aí, notas de 50 francos! Por quê? O cientista dizia que dava azar!

 E a morte do herói aviador?! Ninguém queria dizer que os heróis, assim como os ídolos, sem exceção, tinham os pés de barro e os respectivos monossílabos cheios de hemorroidas! Como?! Santos Dumont pirou e passou uma corda no próprio pescoço?! E os pequenos que se inspiravam no pequeno – pouco maior que o Nelson Ned! - – herói, hein Tião? Foi uma barra!

 Ainda pensaram, para amenizar a loucura do rapaz, em dizer que ele havia se “enroscado” numa gravata ou no cinto da própria calça. Sei não, sei não. Mas até hoje não sei qual a diferença entre apertar a corda no pescoço, um cinto ou uma gravata! Ah, sinto muito, Tião, mas quem quiser que conte outra. Santos Dumont, sem duvidas, era mesmo um voador!

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