segunda-feira, 21 de julho de 2008

LUCAS ME TRANSPORTA AO PRÍNCIPE

Por Saulo em 21/7/2008

Poucos setores da humanidade, se prestam tanto ao exercício da bajulação, da adulação e da falsidade, quanto a política, ou, pelo menos, a maioria da nossa política. Nesse meio só se vê atitudes de subserviência e subalternidade interesseira. Sem contar com as falsas alianças que são o verdadeiro escárnio de homens supostamente de bem, ou filosofando o nosso Otávio Garapa: “Se Pitanga abraçar Dr Balduino, ou vice versa, por trás tem coisa.”

A política lida com um valor que é muito cobiçado: o poder, e o séqüito de atributos sociais que nele estão pendurados, como o status, o prestígio social, as oportunidades de negócio, a satisfação da vaidade pessoal, o sentido de importância pessoal, a condição de celebridade, a capacidade de fazer valer sua vontade sobre outros, para citar apenas os mais óbvios. E quem conhece o meu “amigo” Will e minha não menos “amiga” Ivete, sabe que todos esses atributos lhes pertencem e são vorazmente disputados pelos dois.

Ambos têm doutoramento no assunto e sabem que tanto a política quanto o poder lhes dão nome e ambos atraem bajuladores para os seus círculos como a luz atrai os mosquitos de Verão. E eles adoram ter bajuladores.

No interior deste mundo encontram-se os poderosos, pontos focais das atenções, dos agrados, da bajulação, da busca de acesso e proximidade, tanto pela capacidade de usar seu poder para gratificar, escolher, promover, prestigiar, como para prejudicar, para perseguir, punir, excluir... Para a maioria das pessoas - em todos os tempos e lugares - a bajulação, o elogio, a adulação, é considerada, justificadamente, o caminho mais curto e seguro para chegar ao coração do “poderoso” o que não é exatamente o ensinamento do TODO PODEROSO.

A importância da função de governar, as responsabilidades indelegáveis, os riscos pessoais e políticos, legitimam aquela cobiçada condição hierárquica superior, e a correspondente deferência com que são tratados os governantes ou os putativos governantes. A bajulação e a adulação são as caricaturas das atitudes cívicas e viris de consideração, respeito e deferência para com a autoridade. É aí meu caro Lucas que começo a entender o que o grande escriba diz: “É meu caro Saulo! Você precisa ler esta última edição da folha! Tem muita coisa boa, como já frisei, aí por cima. Tem também algumas “Pérolas Políticas”, senão veja: “O ex-prefeito Will Rodrigues disse que a união dele com Djaci Brasileiro é café com leite, em resposta aos que disseram que ele e Djaci eram água e óleo. Will enfatizou que eles vão trabalhar para o progresso de Itaporanga”. Que beleza! Eu acredito piamente, e mais, que eles vão trabalhar pelo progresso de nossa cidade, tanto quanto eles são “café com leite”, resta saber se é café ou "jojoba" e se o leite produz nata. Será que alguém queria tal mistura no café da manhã?”

Essas pérolas, Maquiavel, encarando o problema do ângulo do governante, definem-as como "uma peste": "Refiro-me aos aduladores, tão abundantes nas cortes; aos amigos que não são amigos, mas oportunistas; porque tanto compraz aos homens serem elogiados, e de tal forma se enganam, que dificilmente se defendem desta peste". - O Príncipe, Cap. XXIII. O fato é que, como diz Maquiavel, "compraz aos homens serem elogiados". Como tal, não há como ignorar que são os poderosos, as autoridades, que geram os aduladores, os submissos e as falsas uniões, nesse caso coligações. Fossem eles mais resistentes e indiferentes às suas conveniências com certeza as adulações, bajulações e subserviências não seriam praticadas com tanta freqüência. E se elas acontecem é porque produzem os resultados desejados, pois do contrário, como dizia Otavio Garapa, ninguém nunca ia ser Will e Djací num mesmo palanque.

O interessante de tudo isto e do seu comentário, é que se o Eleitor analisasse com a sua ótica, ia ver que esse “Café com Leite” tem mais de “óleo e água” e que não passa de mais uma armação, porque os dois “unidos” irão lutar pelo progresso da casa de cada um, sendo que como essa união dura pouco mais de seis meses, apenas um irá fazer o progresso de sua casa, pois ambos já estiveram no poder e Itaporanga não conhece esse progresso que Will diz fazer.

Voltando a Maquiavel podemos analisar uma de suas grandes lições: advertir o Príncipe (governante/autoridade) para os riscos de ceder à tentação de cultivar a adulação, o bajulação, a subserviência em torno de sua pessoa. Ela é um daqueles doces venenos que o governante gosta de ingerir. No nosso caso, Will depois de amargar o estado de desprestígio, de fracasso político, de ver seus bajuladores fugindo para o outro lado, resolveu ser também um dos bajuladores de Ivete (Djaci), sendo que o doce veneno pode ser trocado por que ambos têm a fórmula ideal.

O Cardeal Mazarin, sucessor de Richelieu na Corte Francesa, ao dar conselhos aos aduladores, pode servir de contraponto ao texto de Maquiavel. Pois Maquiavel aconselha o príncipe, e Mazarin os aduladores: "Fala sempre com um ar de sinceridade, faz crer que cada frase saída de tua boca vem diretamente do coração, e que tua única preocupação é o bem comum. Afirma além disso que nada te é mais odioso que a bajulação.(...) ... exercita-te em simular cada um dos sentimentos que pode ser útil manifestares, até estares como impregnado deles. Não mostres a ninguém teus sentimentos reais. Disfarça teu coração como se disfarça um rosto. Que as palavras que pronuncias, as próprias inflexões de tua voz participem do mesmo disfarce. Jamais esqueças que a maior parte das emoções se lêem no rosto". - Breviário dos Políticos- Cardeal Mazarin.

Aproveito a deixa do Lucas para dizer que o governante prudente sabe que a maioria dos elogios que recebe são falsos, são atos de bajulação interessada. Isto o nosso atual presidente, conhece e sabe que muitos tentam iludi-lo com bajulação, mas quebram a cara e é por isto que temos aí um Brasil como nunca se viu antes. Mais ainda, seguindo o conselho de Maquiavel, ele procurará evitar que se crie, em torno de sua "corte" uma atmosfera de bajulação. "O único modo de evitar as bajulações consiste em que as pessoas entendam que não o ofendem por dizer-lhe a verdade." Mas atenção, Maquiavel apressa-se a alertar: "Entretanto, quando todos podem dizer-te a verdade, perderão o respeito pelo Príncipe. O Príncipe prudente deve escolher homens sábios, que dele tenham a permissão de dizer a verdade, mas somente a respeito daquilo que lhes é perguntado. (...) O Príncipe deve aconselhar-se sempre, mas somente quando deseje e não quando os outros queiram. Convém que se lhes tire o hábito de dar conselhos que não foram solicitados. Mas, ao mesmo tempo, pedir conselhos quando necessite, sem impor restrições, e ouvir com muita paciência e atenção as respostas que seus conselheiros dão às suas perguntas, para que a perturbação que o respeito impõe não impeça nenhum deles de expressar suas opiniões".

Meu caro leitor! O Lucas tem uma visão que leva agente ir buscar coisas do outro mundo ou desse mundo mesmo para esclarecer verdades e fatos. Veja que a obra de Maquiavel, “O Príncipe”, estudada em todas as faculdades de Direitos do Mundo, numa cadeira chamada “Clássicos do Direito” revelam os sentimentos desse nosso conterrâneo Lucas, que melhor do que ninguém nos tem dado lições de sabedoria em tudo que escreve.

Ontem, como hoje, os bajuladores proliferam, frutificam e mudam de discurso mal “farejam” mudanças de poderes e de “poderosos”. Foi assim com o nosso Will que sentindo que ia ser pressionado pelo governador BI CASSADO, resolveu absorver a antipatia de Ivete e lançar uma pessoa tão boa como a WILZA numa camisa de sete varas, pois a briga entre Savinho e Wilka foi grande e acirrada por que ambos queriam ir bajular Ivete, digo o poder. Todo esse espetáculo que estamos assistindo em Itaporanga, chega a ser triste, diariamente, às piruetas de candidatos a vereadores, de supostos respeitáveis e impolutos cidadãos ou de “livre pensadores” como um dos nossos “blogistas”, procurando desesperadamente manter-se na crista da onda. Buscando o poder em detrimento ao desenvolvimento de um povo.

Cuidado, pois, com as palavras elogiosas do Will ao Djací e vice versa. Elas podem embriagar, e entorpecer o espírito crítico. Além disso, a equação - de 15 elogios, 14 são falsos – poderá ser uma valiosa lembrança.
Ela pode ser exagerada, mas matematicamente está absolutamente correta.

Quanto às Marias, meu caro Lucas, sei que uma delas era mãe de Marcos, o outro escriba.

Agora estou sabendo que você é filho de Amélia, pensei que fosse também de uma Maria, contudo você é um grande escritor e sabe o que diz.

O João Dehon disse que me confundia com você e aquilo me deixou vaidoso, pois como disse antes, você é bom no que escreve.

Quem sabe um dia não terei esse método bonito de escrever.
Um abraço Saulo

21 de Julho de 2008 15:22

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