terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Homem desenganado por médico livra-se de doença grave e atribui cura a um milagre

O itaporanguense Damião diz que se apegou a São Francisco e alcançou a graça da cura

Por Sousa Neto/Folha do Vale

O guarda municipal Damião Miguel de Lima, de 52 anos, conta que foi desenganado pelo cirurgião que iria operá-lo, mas nunca perdeu a esperança de livrar-se do mal que o acometia. Morador do Alto do Ginásio, em Itaporanga, ele diz que em 2007 chegou a ir para a mesa de cirurgia do Hospital Universitário de João Pessoa, mas o médico teria se recusado a fazer a operação em face do grande risco que o paciente correria, podendo não resistir à intervenção cirúrgica ou ficar com graves sequelas.

Damião sofria de uma doença chamada cientificamente de otomastoidite colesteatomatosa, um tipo de infecção no ouvido que provoca o surgimento de uma bolsa de carnosidade morta, prejudicando a tuba auditiva e o típano, o que pode acarretar a perda da audição e paralisia facial. Teria que conviver com o problema, que surgiu em 1998, pelo resto da vida, e tomava medicamento para reduzir seus efeitos.

No entanto, ao descer da mesa de cirurgia apegou-se a São Francisco e foi amparado pelo santo de sua devoção. “Eu lembro como se fosse agora, chega me arripeio todo, São Francisco do meu lado, de mãos postas, como se tivesse orando”, narra Damião Miguel durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br).

Dali em diante, segundo ele, a doença foi desaparecendo e, no final do ano passado, uma tomografia computadorizada mostrou o que ele já sentia: estava curado. O exame surpreendeu o médico Belmiro Pinto Brandão, que o tratou durante alguns anos em sua clínica em Campina Grande. “Quando viu o exame, dr. Belmiro perguntou o que eu tinha feito e quis saber toda a história, e, depois, que eu contei, mandou que eu jogasse os remédios fora”, conta emocionado Damião.

Ele venceu a doença que maltratava seu corpo, e ganhou um compromisso espiritual para a vida inteira. A cada 30 de dezembro, passou a visitar uma pequena capela do sítio Terra Nova, dedicada a São Francisco, onde reza e agradece a cura. O ano passado ocorreu sua primeira peregrinação ao local: arrastou-se de joelho por meio quilômetro e, assim, entrou na igrejinha.

Se hoje ele está tomado pela felicidade, já passou momentos difíceis: apesar da gravidade da doença, que o acometia de fortes dores de cabeça, problemas auditivos e tontura, nunca foi beneficiado pelo INSS. As dificuldades para conseguir os remédios, as consultas e exames também lhe causaram grandes transtornos em razão da falta de condição financeira. Em fevereiro de 2008, procurou a redação da Folha para pedir ajuda à caridade pública e tentar uma nova cirurgia e, em uma matéria publicada pelo jornal, narrou todo o seu drama, mas nada conseguiu aqui pela Terra, mas “o Céu já tinha ouvido meu clamor  e, aos poucos, fui sendo curado e hoje, graças a Deus e São Francisco, sou um homem normal”. Recebeu também orações do padre Djacy Brasileiro, que, na época, sensibilizou-se com a sua história, e, além de ter apelado na imprensa estadual em favor do doente, também rezou por ele.

Mas Damião ainda tem um pedido a fazer: quer que a paróquia ou a Prefeitura reforme a capela, que, diz ele, está em precário estado físico, com paredes e portas arruinadas, "e não pode ficar assim porque aquele é um lugar santo".

Foto: emocionado, Damião mostra o exame que, segundo ele, atesta sua cura.

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