sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Requiem in pace frater Eduardo


Eduardo Bernardino Pinto
Por João Dehon Fonseca 


Recebi a notícia através do Portal do Vale onde nosso amigo e irmão Rainério com a sua precisão do bom jornalista noticiou precisamente às 19,04 hs e a manchete dizia: “O Portal do Vale e Itaporanga estão de luto.” de imediato fui ler a notícia e cada palavra que entrava na minha mente uma lágrima rolava pelo meu rosto porque do mesmo jeito que o Portal do Vale e Itaporanga entraram em LUTO com certeza todos os filhos de Dona Dazinha também entraram, mesmo cada um morando distante da terra, mas que tem as raízes fincadas nesse solo sagrado que foi a Misericórdia de ontem com as famílias bem próximas e é a Itaporanga de hoje com as mesmas convicções de fraternidade de outrora.
 
Transportei-me para os anos 54 e 55 e me vi com 5 anos brincando com outra criança de talvez 2 ou 3 anos na casa de Dona Mira e Seu Jardelino que nesse tempo era vizinho de parede da casa de minha mãe na Rua 5 de Agosto e que também eram avós daquela criança chamada Edílio. 
 
As coisas da nossa mente é um verdadeiro universo e quando determinados fatos acontecem viajamos nesse mundo de lembranças que nos faz aproximar mais ainda das famílias, das pessoas e como somos emotivos! E como diz o poeta: “Ai como o pensamento voa ao lembrar as coisas boas...”
 
Tentei fechar as janelas das lembranças, mas foi impossível, tudo passava na minha mente e a fita do tempo fez com que eu visse Tôta e Manoel, prosperando, trabalhando honestamente e formando uma família linda.
 
Depois nasceram: Edilma, Edna, Edilene,Edilce,Eduardo, Nema e Dedé, lembro-me de Eduardo criança, bem criança e eu já adolescente, não sei porque Agostinho Fonseca, meu primo e amigo de adolescência, chamava Eduardo de “PÍ” nunca consegui saber porque, mas a verdade é que Pi era bem gordinho e muito impulsivo, tinha todas as características de uma criança inteligente e isso projetou para o jovem e para o homem que foi.
 
Um dia cheguei a Itaporanga com uma Equipe de Fiscalização Ambiental para fazer uns trabalhos nas industrias de panificação da cidade. Primeiro fomos na de Agilandio Inácio e ali fomos bem recebidos e diga-se de passagem meu amigo deu uma aula na atividade que ainda hoje exerce; depois saímos e fomos numa padaria na Getúlio Vargas e quando chegamos lá o dono do estabelecimento era meu amigo, irmão Eduardo. Explicamos a nossa missão e ele também nos recebeu muito bem, contudo nos mostrou que o problema de queima de lenha em padarias não é o vilão da desertificação.
 
Quando li ontem a notícia do Portal do Vale, tudo isso passou pela minha cabeça e vi um Eduardo VALOROSO que brigava por seus ideais e não exercia uma função sem conhecê-la. Mas, são assim todos os descentes de Dona Eurides e Seu Manoel, todos eles e elas brigam pelas coisas que gostam de fazer, todos eles buscam conhecimentos para enfrentar o quotidiano.
 
Claro que Itaporanga está de luto, claro que cada um da gente está triste, mas como diz Reynollds não podemos ficar tão tristes, pois a vida começa após a morte.

4 comentários:

Muito bonito o seu lamento escrito em palavras carinhosas, fruto de quem conheceu e viveu junto à família. Eu, como membro dela, neto de Tota e Manoel, agradeço imensamente o carinho e a consideração. Tio Eduardo, de algum lugar, deve estar emocionado com essa homenagem.

Esqueci de me identificar no comentário anterior - como se faz corriqueiramente aqui no interior - elencando meus parentes queridos. Sou Eduardo Pinto, neto de Dona Eurides e Manoel Bernardino, sobrinho de Eduardo Bernardino, meu tio xará.

Através dessa importante ferramenta de informação que é o portal do vale, tomei conhecimento para minha imensa, gigantesca tristeza, do prematuro, inesperado anuncio da morte desse meu amigo que mesmo sendo transferido para a outra face da vida, jamais deixará de ser meu amigo. Itaporanga perde não só um grande e valoroso homem, digo valoroso por conta da sua conduta incontestável, quando em vida não deixou rastro negativo que viesse torna-lo ser criticado pela sociedade. Não esqueço nunca o que voce fez por mim quando morei aí. Vai com Deus... descanse em paz. Parabéns a Paulo Rainério pela a sua competencia. Abraço.

Caro amigo João DEOM,

Não obstante o momento ser de dor, seu depoimento exerce a função de um bálsamo para nosso espírito, nos trazendo conforto nesse momento de dor sencibilizando-nos, incentivando-nos a continuar realizando coisas profíquas, con foco nos princípios éticos, de justiça, e de valores morais, norteados nos ensinamentos de nossos pais. EDUARDO sempre foi um soldado que não abandonou a trincheira, com a força de seus braços e o valor de sua sabedoria, foi um guerreiro que não se deixou abalar por difculdades que se lhe apresentavam no seu caminho. Quero, Deom, através desse veículo, agradecer por tão "deliciosas" palavras a nós dirigidas

Obrigado,

Edílio e irmãos

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