sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

OS GRANDES RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DE ITAPORANGA - PARTE X

O CASAL DONA MARIA E OTACÍLIO MANGUEIRA.

Por José Assimário Pinto


Venham de onde vierem, sobre ataques ou defesas improdutivas, os pretensos beneméritos gansos do Capitólio serão sempre recharçados, à falta de serviços prestados a humanidade e a Itaporanga/PB, como o fizeram o casal em referência, sempre pronto em prestar o melhor de si em benefício dos outros. Sabem o que faziam esses gansos? A pretexto de defenderem Roma eles gritavam muito ou se calavam, tento em mente “atacar ou defender” a Roma antiga do que não viam, senão seus próprios vultos. 

Conheci-os, nos verdes anos da minha infância, na Rua 05 de Agosto, em Itaporanga/PB. Dona Maria subindo à Rua Getúlio Vargas, com sua sombrinha quebrando o sol causticante do sertão, em busca do armazém do seu esposo, que se localizava na esquina da Rua Travessa do Mercado.

Era um prédio alto com escadas, para garantir melhor comodidade aos fregueses, até se conta que de uma certa feita, um moleque subira-as e, ao chegar em seu topo dissera ofegante ao Senhor Otacílio Mangueira: “minha mãe mandou pedir que o senhor me despachasse um tecido”, Seu Otacílio, muito educado, lhe foi respondendo: “calma criança, já lhe despacharemos”. 

Não costumamos negar um pedido à sua honrada mãe e não há por que se apressar em levar essa mercadoria, sobretudo quando se destina a uma pessoa que figura entre nossas melhores clientes e perguntou à criança: e por que você está tão ofegante? A criança, cuja alma não tem curvas, foi logo respondendo: “É putê o tatarro sobe e desce da venta”.
O vozerio e largo sorriso do Seu Otacílio se abriu franco e alegre, determinou a um de seus funcionários, que servisse o mais depressa possível à criança, pois podia se sufocar.
Fosse quem fosse, ele atendia sempre com muita presteza, indiferente à condição social do cliente – Preto ou Branco, Negro ou Amarelo.

A loja do senhor Otacílio, até onde me vai a lembrança, era empilhada de tecidos superpostos em prateleiras sob a forma de L, e lá em seu final abrigava produtos outros de ferragens e fechaduras à disposição dos seus clientes; o balcão , em madeira roliça, se estendia de um canto a outro da loja e o seu birô estrategicamente a lhe permitir a visão geral de quem entrasse ou saísse.


Atualmente e um prédio de Cicleide
Dona Maria, apesar de suas tarefas de dona de casa, se desdobrava em atender a todos com sorriso nos lábios e assim se estenderam mais de 25 anos, a quantos habitassem o vilarejo.

O sol poderia estar alto e quente ou o céu nublado, o casal punha-se a atender-nos. Dessa união sairiam muitos filhos prodigalizados pela vontade de Deus, Brunett, que estudava pras bandas da Bahia, alto sertão Nordestino, Otamar, João Décio, Mariselma, Hugo, Arsênio, dentre outros filhos mais novos.

João Décio, mais ou menos do meu tempo, seria um dos meus amigos de infância, ao lado de Tota Ferreira, na Rua 05 de Agosto, que sempre foi pra mim um mundo maior, no lugarejo onde nasci – Itaporanga.

Viera era o casal para Itaporanga pelas mãos do Senhor Arsênio Mangueira – um homem de bem a toda prova e que gozava de reputação inigualável nos arredores do Sertão, pela sua conduta ilibada e boa, e chegou a longevidade assim, trazendo para o lugar, aqueles seus filhos que tão bem lhe representariam ao longo do tempo, com animo definitivo.

Falaria vários dias sobre a conduta retilínea do casal, não fora a limitação que ponho aos meus artigos, sempre declinando e agradecendo a todos indistintamente que contribuíram para o desenvolvimento de nossa terra Itaporanga.


Campina Grande, 05 de Dezembro de 2013.

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