sábado, 7 de dezembro de 2013

Pai de 3 filhos e dormindo numa garagem, concursado desiste de emprego alegando perseguição

Mesmo precisando do trabalho, servidor disse que não aguentou continuar na Prefeitura


Por Redação da FolhaEnquanto muitos pelejam para passar em um concurso e conquistar um emprego público, o motorista Ednaldo Campos fez o caminho inverso: ele desistiu do trabalho cinco meses depois de ser admitido na Prefeitura de Nova Olinda por meio de concurso público.

Mesmo precisando do trabalho, o motorista, que trabalhava no transporte escolar, disse que não suportou as perseguições que sofrem, segundo ele, os servidores de fora. Ednaldo, que é de Patos, entregou sua portaria na última segunda-feira, 2, e disse que a coisa ficou ainda mais insuportável depois que a Prefeitura começou a atrasar o salário e impôs horários inadequados de trabalho e refeição. O almoço, por exemplo, passou para às 9h30 da manhã, e, em apenas 60 minutos, ele era obrigado a retornar à atividade.

Conforme o ex-funcionário municipal, a Prefeitura não disponibilizou nenhum alojamento para os motoristas e ele dormia na garagem municipal em precárias condições. Tendo que bancar as próprias refeições e sem receber direitos trabalhistas inerentes à sua categoria, como a insalubridade, o motorista preferiu desistir. “A coisa é tão complicada lá que nós pagamos por conta própria um perito particular para fazer um laudo e regularizar a questão da insalubridade, mas a Prefeitura de Nova Olinda rasgou o documento para não pagar nosso direito”, lamentou ele, que exercia seu trabalho com zelo e responsabilidade, mas não tinha nenhum reconhecimento, ao contrário.

“Além de ganhar apenas 800 reais, nos últimos meses, a Prefeitura estava atrasando o salário, mas o pior mesmo foi foram as perseguições contra nós, enquanto que servidores com apadrinhamento político são cheios de regalias, mesmo não trabalhando direito”, comentou Ednaldo, que é casado e pai de três filhos, e agora vai tentar um emprego em alguma empresa de Patos. “Pelo que vinham fazendo, eles me obrigaram a desistir do trabalho, e é isso que queriam mesmo”. 

Foto: motorista entregou sua portaria na Prefeitura e foi embora para sempre.

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