Mesmo precisando do trabalho, servidor disse que não aguentou continuar na Prefeitura
Por Redação da Folha – Enquanto muitos pelejam para passar em um concurso e conquistar um emprego público, o motorista Ednaldo Campos fez o caminho inverso: ele desistiu do trabalho cinco meses depois de ser admitido na Prefeitura de Nova Olinda por meio de concurso público.
Mesmo precisando do trabalho, o motorista, que trabalhava no transporte escolar, disse que não suportou as perseguições que sofrem, segundo ele, os servidores de fora. Ednaldo, que é de Patos, entregou sua portaria na última segunda-feira, 2, e disse que a coisa ficou ainda mais insuportável depois que a Prefeitura começou a atrasar o salário e impôs horários inadequados de trabalho e refeição. O almoço, por exemplo, passou para às 9h30 da manhã, e, em apenas 60 minutos, ele era obrigado a retornar à atividade.
Conforme o ex-funcionário municipal, a Prefeitura não disponibilizou nenhum alojamento para os motoristas e ele dormia na garagem municipal em precárias condições. Tendo que bancar as próprias refeições e sem receber direitos trabalhistas inerentes à sua categoria, como a insalubridade, o motorista preferiu desistir. “A coisa é tão complicada lá que nós pagamos por conta própria um perito particular para fazer um laudo e regularizar a questão da insalubridade, mas a Prefeitura de Nova Olinda rasgou o documento para não pagar nosso direito”, lamentou ele, que exercia seu trabalho com zelo e responsabilidade, mas não tinha nenhum reconhecimento, ao contrário.
“Além de ganhar apenas 800 reais, nos últimos meses, a Prefeitura estava atrasando o salário, mas o pior mesmo foi foram as perseguições contra nós, enquanto que servidores com apadrinhamento político são cheios de regalias, mesmo não trabalhando direito”, comentou Ednaldo, que é casado e pai de três filhos, e agora vai tentar um emprego em alguma empresa de Patos. “Pelo que vinham fazendo, eles me obrigaram a desistir do trabalho, e é isso que queriam mesmo”.
Foto: motorista entregou sua portaria na Prefeitura e foi embora para sempre.
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