sábado, 31 de agosto de 2013

Vereadores de Piancó faltam ao trabalho, mas já estão com o salário de R$ 4 mil no bolso



Pela segunda vez consecutiva, Câmara não se reúne em manobra para não cumprir decisão judicial




Os quatro vereadores da oposição, inclusive a vice-presidente da casa, Cristtiane Remígio, dirigiram-se à Câmara de Piancó na noite dessa quinta-feira, 29, para participar da sessão ordinária, mas encontraram o legislativo de portas fechadas por ordem do vereador- presidente.

Na porta do legislativo, um ofício do presidente José Bráulio de Sousa Júnior à secretaria da Câmara, segundo o qual não poderia comparecer à reunião em virtude de um compromisso no Tribunal de Contas em João Pessoa. Ele ainda informa no documento que o vereador Pádua Leite, líder do prefeito na Câmara, teria orientado sua bancada a não comparecer ao legislativo “em face dos recentes acontecimentos ocorridos na seara do poder judiciário, que, segundo ele, afetaram a independência e a autonomia do poder legislativo piancoense”.

O presidente refere-se a uma decisão liminar da Justiça de Piancó, proferida no último dia 21, que derrubou um Ato da Presidência da Câmara, o qual proibia o acesso do jovem Antônio de Pádua Lopes Valdivino dos Santos por 15 dias úteis ao recinto do legislativo, alegando indisciplina do rapaz durante as sessões do legislativo. Antônio é ligado à ex-prefeita Flávia Galdino, que faz oposição ao atual prefeito, e diz que as acusações de José Bráulio não procedem.

A decisão judicial que derrubou a medida da presidência do legislativo e garantiu o acesso do cidadão à Câmara, a pedido do Ministério Público, revoltou o presidente e demais integrantes da base do prefeito. Para não ter que cumprir a decisão judicial e permitir que o rapaz entre na Câmara antes do tempo estabelecido pelo Ato da Presidência, eles manobram para não haver sessão nesse período, segundo o vereador Neguinho Marinheiro, um dos quatro integrantes da oposição.

Para ele, isso é um desrespeito ao judiciário e, principalmente, ao povo. “Essa arrogância e intransigências dos vereadores do prefeito prejudicam a própria população que eles dizem representar”, comentou durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br).

É a segunda sessão não realizada este mês, e, apesar dos vereadores terem desperdiçado duas das quatro sessões de agosto, todos já estão com seu salário de 4 mil reais no bolso. Foto (Antônio Cabral): momento que a vice-presidente chega à Câmara e a encontra de portas fechadas.
Folha do Vale

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