Caso mais surpreendente é o da Prefeitura de Conceição, que gastou R$ 187 mil com São João, e apenas 19 mil com agricultura
Por Isaías Teixeira/Folha do Vale – Os decretos de calamidade pública em função da estiagem e o sofrimento do homem do campo parecem não refletir nos gastos municipais. Entre janeiro e agosto deste ano, as três maiores Prefeituras regionais (Conceição, Itaporanga e Piancó) investiram apenas R$ 414 mil em agricultura, enquanto os gastos com Santo Antônio, São João e São Pedro ultrapassaram os 640 mil reais.
Entre as três Prefeituras, a que menos investiu em agricultura nos primeiros oito meses do ano foi a de Conceição: apenas R$ 19.693,50. Enquanto o São João conceiçãoense consumiu cerca de 187 mil reais dos cofres da edilidade, nove vezes mais do que se destinou ao campo, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br).
No mesmo período, a Prefeitura de Piancó teve um gasto pouco superior a R$ 95 mil com agricultura, enquanto a festa de Santo Antônio custo mais de 163 mil reais ao caixa municipal.
Já Itaporanga foi quem mais gastou com agricultura entre janeiro e agosto: foram cerca R$ 277 mil, entre janeiro e agosto, mas esse valor não supera a despesa que a Prefeitura teve com o São Pedro deste ano, que foi superior a 288 mil reais.
O pouco investimento dos governos no campo explica a falência da agricultura no Vale, cuja maior consequência é o empobrecimento da população rural e o êxodo, responsável pelo crescimento urbano desordenado e o incremento da pobreza e da violência nas cidades.
1 comentários:
Foi muito oportuno a reportagem sobre as prioridades do poder público em tempos tão difíceis.
Parabenizo a sensibilidade do jornalista. Sua análise sintética das consequências daqueles interesses.
Osmando Porcino
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