terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O ESTADO NÃO TEM RELIGIAO, MAS É DEÍSTA

O ESTADO NÃO TEM RELIGIÃO, MAS É DEÍSTA

(Reynollds Augusto)





O Estado brasileiro começou bem quando invocou o nome de Deus para proteger a nova ordem constitucional estabelecida. O preâmbulo constitucional não me deixa mentir. É claro que o “novo” Estado não tem religião, mas é deísta.

Religião é “coisa” de homem, já a religiosidade deve ser o objetivo de todo cristão. Você pode ter religião e não possuir religiosidade. Há pessoas que não entendem os conceitos e até se equivocam nas definições, mas religiosidade é um termo bem mais amplo e mais próximo da proposta de Jesus. As igrejas estão cheias de cristãos sem religiosidade. São os chamados cristãos sem cristo. “Caiados por fora, mas podres por dentro” Apenas estão aderentes a uma instituição, a um acordo social proveniente de uma organização hierárquica e talvez tenha sido por isso que Jesus disse: “chegará um tempo que todos adoraram a Deus em espírito e verdade”, mais ou menos isto. Nada de poder, suntuosidades, paramentos e tudo mais.

Mas o papel conscientizador da proposta de Jesus, por meio de seu evangelho, apesar dos enxertos interesseiros, deve ser tomado como norte para qualquer Estado de Direito que se preze e em maior evidência, o democrático. E isso não quer dizer que o Estado seja religioso, pois definitivamente não o é e seria inconstitucional se o fosse, pois estaria ferindo um princípio básico: da isonomia. Foi-se o tempo em que “o Estado sou eu” ou que a “igreja” era a condutora do cidadão.

Como a nossa cultura herdou a proposta cristã (e há outras tão boas, também), nada mais justo que o nosso Estado preze pelos princípios imorredouros da proposta do homem mais perfeito que já encarnou na Terra, Jesus de Nazareth. Justiça, amor, fraternidade, solidariedade, respeito... São alguns dos temperos trazidos pelo cristo para dar sabor às nossas vidas. E como todos esses são preceitos perseguidos por qualquer ordem jurídica, no rastro da justiça, só eles podem permitir equilíbrio à convivência social;

O tema veio à tona tendo em vista o nosso professor de Direito Constitucional, na especialização, Francisco José Garcia de Figueiredo, nos ter disponibilizado um excelente texto para que pudéssemos analisá-lo com base em um prisma constitucional. Confesso a vocês que fiquei feliz com o posicionamento de nossos doutrinadores e aplicadores do direito, nos órgãos de cúpula. Todos têm uma visão laica, mas consciente da importância dos preceitos cristãos para o nosso Estado.

O problema girou em torno do uso de símbolos cristãos pelos agentes políticos que, na efetividade, deixava-os à mostra. Crucifixo, Bíblia e tudo mais. Não que acho que tais símbolos representem genuinamente a proposta de vida do mestre Jesus, mas ainda servem de âncoras para algumas pessoas lembrarem-se dos grandes princípios proposto pelo mesmo e talvez alguns juízes, legisladores, administradores, necessitem da simbologia para fazer e aplicar a justiça na ordem legal estabelecida. Do ponto de vista pessoal , sou indiferente . Mas se o seu uso faz remontar a idéia de justiça, do homem mais perfeito que já veio a “essas bandas” , nada a opor.

O texto fez uma diferença entre laicidade e laicismo. Na laicidade reconhecemos a independência e autonomia do Estado em relação a qualquer religião , portanto ela é importante.Já o laicismo é totalitário porque é contra toda e qualquer manifestação religiosa no campo público. Entrementes ,com a proclamação da República, o Estado brasileiro passou a ser laico, mas isso não significa a rejeição dos valores cristão. O que a constituição proíbe é a subvenção ou o estabelecimento de cultos religiosos por parte do Estado, o que não poderia ser diferente. Mas assevera o ministro do TST : “os valores cristãos permeiam toda a nossa história e fazem parte de nossa cultura”.

A idéia de Deus na visão espírita, com todo respeito ás outras idéias, é bem mais madura e profunda. Ele seria a causa causal de tudo. Inteligência suprema do universo e criou leis naturais que regulam os nossos passos. A Carta Magna de Deus chama-se de “Lei de Causa e Efeito”.É uma espécie de constituição natural ,universal, que dá a cada um segundo suas obras. Dela ninguém foge, pois o dispositivo se encontra na consciência de cada criatura e vai dizer ,por efeito, como serão as nossas vidas. Com muitas dificuldades, menos dificuldades ou sem dificuldades. Essa é a didática usada.

Deus nos deu o livre arbítrio para escolhermos a estrada a percorrer, mas, definitivamente, as nossas escolhas nos posicionarão no contexto existencial, afinal “não sairás daí enquanto não pagares o último ceitil. No mais, estamos sendo conduzidos para a nossa finalidade maior que é encontrar a plenitude,como um pai orienta os seus filhos para o acerto e as instituições se tornarão plenas quando o homem se tornar pleno. Estamos em busca da luz e o pastor conduzirá o rebanho, indo atrás daquela ovelha que se perdeu, porque os bons herdarão a Terra e ninguém ficará para trás.



PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.

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