quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

PARA ONDE IREMOS?

Para Onde Iremos?
( Jesus Soares da Fonseca - Fonte itaporanga.net)

Quero registrar meus agradecimentos ao grande escriba espiritualista do nosso Mural, Reynolds Augusto Cabral. Seu incentivo enche-me de coragem para continuar escrevendo, deixando aqui minhas ideias. No seu escrito, uma diminuta frase, em tamanho, chamou-me a atenção e não poderia deixar de tecer alguns comentários sobre ela: “Que somos pobres mortais, imortais!”. Que coisa rica! Com apenas 5 verbetes expressa-se um pensamento profundo, filosófico, a dualidade do ser humano. O Corpo ou a matéria tendente à extinção, o Espírito ou Ânimo livre do fenômeno da decomposição, do fenecimento, ou mais ainda, o Espírito sobrevivendo ao Corpo.

É neste momento que fico em dúvida se Cristo falou apenas; “Memento homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris – lembra-te ó homem que és pó e em pó hás de tornar!”. Será que os escribas, que reproduziram suas palavras ou tentaram, não se esqueceram de algo mais essencial? Será que o Filho de Deus deixou apenas subtendido, com aquelas palavras, a sobrevivência da Alma? Ou fanáticos, para impor a fé, através do medo, aproveitaram-se da expressão para aterrorizar mostrando que o corpo, após morte, será devorado por germes, por ratos, ficando pútrido, fedorento e outras baboseiras da espécie, como castigo de Deus?

Numa prédica de um bispo da Igreja Católica, aureolado como Santo pós-morte, quando em vida ele clamava o homem a se lembrar de sua condição mortal mostrando-lhe, macabramente, o fenômeno total da decomposição de um corpo depois de morto como se isso fosse condição “sine qua non” do ser humano. Esquecia ele que tal fenômeno é inerente a todo corpo animado, a todo corpo que tem vida, inclusive irracionais. Todavia, esta prática de amedrontar as pessoas como forma de atraí-las ou conservá-las no seio de sua religião, infelizmente ainda vai perdurar, pelo menos enquanto existirem os fanáticos, os carolas, os com pouca formação cristã.

É uma prática que vem de antanho, inclusive com a morte injusta de muitos inocentes por não estarem de acordo com ideias absurdas que surgiam no seio das igrejas. Nem cientistas, pessoas inteligentes escapavam de tais ideias absurdas, tornavam-se hereges e como tais condenados à fogueira. Giordano Bruno foi um deles, mesmo ameaçado de ser queimado vivo, continuou firme, convicto de suas teorias, entre elas, a de que seria possível a existência de vida fora da Terra, em outros sistemas espalhados pelo Universo. Como imposição para ver se ele abjurava suas ideias, obrigaram-no a ouvir a sentença de joelho. Em resposta, ele se expressou: “Maiori forsan cum timore sententiam in me fertis quam ego accipiam - Talvez voces sintam maior temor ao pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la”. Assim, ele deixava seus algozes amendrontados, com a consciência pesada. Por tal desafio, antes da execução da pena, pregaram sua lingua numa tábua.

Giordano Bruno, o Grande Teólogo Dominicano, certamente tinha razão em seu pensamento, ao vislumbrar a existência de vidas em outros sistemas solares ou estelares espalhados pelo Universo. Um dia nosso sistema solar se extinguirá. Segundo dados científicos, nestes 5 ou 6 bilhões de anos. Certa vez, eu comentava com um amigo sobre tal teoria, quando ele retrucou: “cinco bilhões de anos? Isto jamais chegará!”. Interessante! Como mensurar grandeza que nos parece infinita, se torna inconcebível a nossa mente!

Mas dissecando este meu pensamento é que vemos a incongruência daqueles que apregoam, como bem querem e desejam, a Existência Divina. Na eterna ânsia de impor suas verdades, procuram driblar o consciente humano que caminha sob suas teorias, negando outras verdades que nos são palpáveis. Alegam que a Terra é o único planeta onde há vida. Segundo suas ideias, aliás, péssimas ideias, a negação da existência de vidas em outros pontos do Universo se concretiza porque, segundo eles, o contrário estaria negando a vinda do Messias à Terra. Outra incongruência! Se Deus tomou uma essência humana na Terra, Ele, como Todo Poderoso, poderia agir de igual forma em outras partes do Universo, ao mesmo tempo, onde há vida.

O Grande e Infinito Construtor do Universo, dentro de sua eterna onisciência, construiu sua obra sem nenhum defeito, tudo na ordem, tudo metrificado, tudo medido, tudo pesado, uma edificação grandiosa, tanta, que o ser humano é incapaz de entender esta grandiosidade. Surge então a pergunta: como então Ele colocaria vida em nosso planeta para depois deixá-lo inabitável, simplesmente, extinguindo por completo do Universo o bem maior de sua Obra? É sabido que com o fenecer de nosso Sistema Solar, a vida na Terra se tornará impossível. Para onde iremos? É neste momento que deveremos observar com muito respeito a teoria das religiões espiritualistas. A reconstituição de uma vida humana com um sopro espiritual, só que agora, em outras partes do Universo aonde seja possível a existência de vida, aonde haja os elementos fundamentais a essa existência, como carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, água, etc.

Nosso Sistema tem, como astro rei, o Sol uma estrela de quinta grandeza considerada cientificamente como uma estrela anã, mas que nos é sumamente importante. Anã em relação à grandiosidade de outras que pululam pelo Universo que ainda não foi completamente compreendido pela comunidade científica.

Imagine agora o que é o nosso planeta, um simples grão de areia nessa imensidão toda. O volume que o Sol ocupa no espaço é simplesmente um milhão e quatrocentas mil vezes maior que a Terra, ou seja, dentro deste volume caberia 1.400.000 planeta Terra.

Entretanto devemos pensar que o Sol brilha na medida exata e que a Terra se acha adequadamente a uma distância de sua esfera. Veja bem! Se estivéssemos mais próximos, por certo as águas de nosso planeta seriam vapor, por outro lado se estivéssemos mais longe, o inverso aconteceria, os Oceanos, os Rios, os Lagos estariam em estado sólido, basta ter como exemplo nossas calotas polares que por receberem menos incidência solar, são eternamente geladas, como os Oceanos Ártico e Antártico.

Quando falamos que o Sol brilha na medida exata é porque sabemos que luz muito brilhante consome com maior intensidade. Como um exemplo muito rude, observemos o brilho de uma vela comum e o brilho de uma que tenha o pavio mais grosso. Por certo esta brilhará com maior intensidade, em compensação se extinguirá mais rápida.

Assim, diante de tanta grandeza, podemos imaginar que por trás de tudo isso há uma Força Sobrenatural que dispôs tudo numa ordem perfeita, com uma distribuição harmônica capaz de manter a uniformidade do Universo.

Cinco bilhões de anos? Vou tentar pensar como meu amigo, mas tenho quase certeza que não viverei até lá.

Feliz Natal para todos!

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