sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Razão dos 100% de Votos Válidos


Por Lucas em 10/10/2008

Prezado Saulo!

Está havendo um engano de informação! As eleições e apurações transcorreram normalmente em Remígio, Gado Bravo e Queimadas. Itapororoca com mais quatro cidades paraibanas, São José do Sabugi, Marizópolis, Taperoá e Itatuba estão com o resultado das eleições indefinido, em virtude dos respectivos prefeitos terem suas candidaturas indeferidas pelo TRE da Paraíba, uma vez que todos eles aguardam julgamento de recurso especial pelo Tribunal Superior Eleitoral. São candidatos a reeleição com contas rejeitadas durante a administração. Todos eles tiveram maioria de votos em suas cidades. Entretanto, no sistema de apuração de votos do TSE, os seus votos foram computados como nulos ou guardados juntos com os nulos, daí a razão do aparecimento de seus nomes com votação zero.

A qualquer momento que suas candidaturas sejam deferidas, os resultados das eleições, naqueles municípios, terão seus quadros revertidos, pois os votos agrupados em Nulo (que não forem realmente nulos) voltarão para eles que, automaticamente, passarão a ter a maioria das urnas. Caso o TSE e STF indefiram essas candidaturas, os resultados permanecem como estão, ou seja, os eleitos são aqueles que, atualmente, estão com 100% dos votos considerados válidos.

Em Taperoá, o quadro é um pouco mais complexo, pois lá havia três candidatos, dois dos quais estão pendentes no TSE, aguardando julgamento, portanto com zero voto. O candidato, que tem 100% dos votos considerados válidos, naquela Comuna, obteve 3.664 votos enquanto os Nulos guardam 4.620 votos dos outros dois candidatos que estão sendo julgados, sendo que um deles tem mais de 3.700 votos. Então, como dá para se notar, na Terra de Ariano Suassuna, o recurso só tem fundamento para um dos indeferidos, pois o outro já está derrotado nas urnas.

Idênticos casos ocorreram nas cidades de Patos, Duas Estradas, Puxinanã, Jacaraú, Umbuzeiro e Mari, entretanto, pouco importa que seus recursos sejam indeferidos ou não, pois todos eles foram derrotados, ou seja, a quantidade de votos que está guardada em NULO, é menor que a votação obtida pelos seus oponentes, nas respectivas Comunas. Logo, pressuponho que os Ministros arquivarão os Processos em virtude do que, em Direito, se chama Perda de Objeto, João Dehon deve entender melhor do que eu, pois Ele é Bacharel em Direito, ou quem sabe, o nosso amigo Zebedeu, que pode ter, também, grau nesta Cadeira.

E por falar em Zebedeu, estou me lembrando, neste momento, de uma estória que Valquírio nos contava. Tu, na tua infância, Saulo, conheceste Valquírio? Então deves te lembrar deste conto; - “um garoto de nome Zebedeu, muito inteligente, muito curioso, gostava de esculpir. Qualquer pedaço de barro ou de sabão, lá estava ele com seu cinzel, que não era nada mais do que um palito de fósforo, a dar forma à massa, criando as imagens que vinham a sua cabeça.

Certa feita, sua Mãe o mandou comprar um quilo de arroz para o almoço. Eram nove horas da manhã! Zebedeu partiu célere em busca da Mercearia. No meio do caminho, divisou numa casa de diversão, dois moços jogando sinuca. Um deles era tão bom com o taco, segundo Valquírio, quanto Noca de Mirôxa! Começava a tacada pela bola Cinco, armando a bola Ás, só terminando a tacada depois de "encaçapar" a bola Sete. O outro não ficava atrás, um viajante de fora, como se dizia, tão competente quanto seu antagonista.

Aqueles malabaristas do taco impressionavam o garoto Zebedeu que, de boca aberta, assistia a tudo sem observar os ponteiros do relógio numa parede em frente. Mas, tudo acontece! De repente, Zebedeu olhou para o relógio e ficou lívido! Os ponteiros teimavam em marcar 11 horas! Correu, de imediato, em direção à venda e pediu o mais rápido possível um quilo de arroz. Enquanto o cereal era pesado e embrulhado, o cérebro de Zebedeu trabalhava às pressas, ele sabia que seria repreendido, seriamente, quando chegasse em casa, a tal hora! Que fazer? Todavia, Zebedeu era inteligente, dentro de seus 9 anos de idade. Divisou uma tábua repleta de queijo e não pensou duas vezes. Eu quero um queijo, também! Recebida a encomenda e anotada na caderneta de compra, partiu como um raio, com os embrulhos na mão, de volta para casa.

Quando entrou em casa, seus irmãos estavam na sala, todos apreensivos pela sua demora, sua mãe, lá na cozinha, provavelmente, bastante decepcionada com o filho. Zebedeu era criança, mas, não era trouxa e ato contínuo, entrando pelo corredor adentro em direção à cozinha, gritou: - Mãe, comprei um queijinho! A risada foi geral, ante a astúcia de Zebedeu! Mas seu intento foi coroado, pois sua Mãe o perdoou pelo atraso, ainda mais, porque arroz, convenhamos, num instante cozinha, 10 ou 15 minutos, no máximo! Entretanto, Zebedeu, a partir daquele instante, passou a ser chamado por seus irmãos, quando o queriam enfezar, de Queijinho”.

Valquírio contou esta estória para tua turma, Saulo? Eu acho que sim! E na boca daquele nosso contador de estória, tudo era engraçado, pois só ele, mesmo, sabia da cor e dimensão a um conto. Grande Valquírio!

Um abraço
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