quarta-feira, 12 de novembro de 2008


O POETA E A CRIANÇA

(Merlânio Maia)

Era uma vez um poeta

No seu constante pensar

Querendo das leis da vida

O mistério desvendar

Anda na beira da praia

Molhando seus pés no mar
Quando avista lá na frente

Uma cena de estranhar


Uma criança tão bela

Que deixara de brincar

Para jogar no oceano

As estrelinhas do mar.

No verão as ondas vinham

Trazendo estrelas do mar

E as atiravam na praia

Era quase um bailar


De calor todas morriam

Sem ter como agüentar
E aquele sol escaldante

Logo as iria matar

Ia pensando o poeta

Na natureza e no mar

Quando viu naquela praia

Essa criança sem par


Em trabalho cansativo

Quase sem poder parar

Socorrendo as estrelinhas

E as devolvendo ao mar

Era um esforço tão grande

Que dava dó de olhar.


E o poeta se aproxim

E diz querendo ajudar

- que diferença farás

Diante da força do mar

Pois milhões irão morrer

Sem que as possa salvar.


E a criança suada

Sem vontade de parar

Fala com sabedoria

De quem já sabia amar

- Prá essa eu fiz diferença!

E joga aquela no mar.

E o poeta surpreso

Volta pra casa a pensar

Na omissão que há no mundo

Frente a parte de cada um

Ninguém pode compensar


E no outro dia bem cedo

Na praia daquele mar

Quem passou observou

Um homem a trabalhar

Era o velho poetaJ

ogando estrelas no mar.

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