Com uma temperatura próxima aos 40 graus e uma falta d’água quase que generalizada, principalmente nos bairros periféricos, a vida em Itaporanga está cada vez mais insuportável nestes meses de estiagem.O problema da falta d’água na cidade, que vive um racionamento há dez anos, é antigo e também não é novidade a constatação de que ele agrava-se cada vez mais devido ao aumento populacional.
Mas, além da precariedade do abastecimento da cidade em função da insuficiência da adutora, a zona rural de Itaporanga também está vivendo momentos difíceis por causa da seca deste ano. Em muitos sítios, pessoas têm que andar quilômetros a pé em busca d’água, que é transportada na cabeça ou em lombo de animais.
“Eu estou carregando água de um poço, que já está secando, e quando secar, eu não sei o que se vai fazer; só Deus é que pode resolver com chuva”, disse uma moradora (foto) do sítio Jardim na manhã desta segunda-feira, 11, à reportagem da Folha.
Se na zona rural os moradores esperam que uma solução caia literalmente do céu; na cidade a solução parece mais difícil porque a população depende dos homens de boa vontade política, coisa rara na Paraíba nos últimos tempos.
O problema da falta d’água em Itaporanga passou pelo Maranhão I, Maranhão II; Cássio I e Cássio II, sem nenhuma solução. No começo do atual governo, o Maranhão III, o Estado autorizou a ampliação da adutora. Uma empresa foi contratada e iniciou a obra, mas, meses depois, teve que paralisar os serviços por falta de dinheiro, ou seja, o governo estadual não repassou os recursos suficientes para a sequência da obra.
Mesmo abandonada, a obra da adutora foi usada como moeda eleitoral e o resultado foi uma vitória de Maranhão em Itaporanga com uma diferença superior a 1.000 votos. Mas, com a paralisação da obra, Zé Maranhão perdeu o crédito e é provável que a votação que ele tirou no primeiro turno não se repita no segundo.
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