sábado, 20 de novembro de 2010

Cordão Azul

Cordão Azul

(Reynollds Augusto)



Essa semana precisei viajar a João Pessoa para resolver assuntos particulares e me ausentei da “vida em movimento” publicitada pelos sites de nossa terra. Ao voltar recebi a incumbência de dar publicidade a festa da nossa querida padroeira “Nossa Senhora da Conceição” que é realizada todo fim de ano, fechando o nosso calendário.

Uma amiga da família, católica fervorosa, me pediu para escrever algo que colocasse em evidência o “Cordão Azul”, que com o “cordão vermelho”, se empenham em carrear recursos para a paróquia. As luzes no fim de ano se apagam em Itaporanga com a festa da padroeira, no início do ano, apesar da passagem universal só se dá mesmo no final do ano, com as velhas promessas que são intenções de impulso à mudança pessoal. E tem cada uma!

É hábito de nossos irmãos católicos se movimentarem com veemência para adquirir recursos na mantença dos seus projetos religiosos. O nosso Cristo Rei, sonho do saudoso Padre Zé, teve uma grande parte financiada por essa festa tradicional e hoje ele abraça a nossa terra amada com os seus longos braços de aconchego. É um monumento turístico que precisa ser cada vez mais evidenciado. É um monumento religioso que, para os católicos, representa o orgulho do grupo e relembra a memória do educador Padre Zé, que muito fez por nossa Terra.

O Cristo Rei está localizado no cume de uma das Serras do Cantinho e nos dá uma visão privilegiada de Itaporanga e de toda a região. É um cenário mágico e aconselho você a ir pelo menos uma vez por semana visitá-lo e receber um banho de natureza e ver o nascer ou o por do sol, ao som de grandes clássicos que poderá ser ouvido pelo Celular ou Mp3. É uma junção perfeita: beleza natural de Deus e acompanhamento clássico para musicar a nossa vida. A verdadeira música é terapia para alma. Lá as dificuldades se minimizam. De preferência vá caminhando pelo sítio do cantinho. São trilhas lindas. Nada de ir de carro, pois estará perdendo e muito.

Ernesta me forneceu a seguinte conta poupança para que os itaporanguense de todo o mundo possam ajudar: PASTORIL CORDÃO AZUL. CONTA POUPANÇA n°23.747-7, 01 OU 91, AG 2176-8, BANCO DO BRASIL. Você que está distante de nossa cidade (ou aqui mesmo) ajude aos irmãos católicos a financiar os seus projetos religiosos. Mesmo distante, esteja presente. O católico, podendo, não se pode furtar desse compromisso.

Mas eu sempre gostei da Festa da Padroeira desde meninote e naquela época, que está gravada no éter de nossa região e na consciência individual de cada um, nunca se apagará, mesmo quando a morte do corpo físico se apresenta, pois se vive momentos imorredouros que jamais se esquece. E o fenômeno acontece devido estarmos no período da adolescência em que Para todos, tudo é poesia. As gatas daquele tempo eram escolhidas para representar os dois cordões e confesso a vocês que a festa era bem mais animada. Figuras importantes, de então, estavam sempre presentes para dar o suporte financeiro ao evento. Hoje a maioria deles já se encontra na pátria espiritual, voltaram para a erraticidade, que é o lugar em que o espírito retorna, ao desencarnar, antes de reencarnar mais uma vez para cumprir o seu papel evolutivo em direção a Deus. Afinal, Jesus já dissera que “ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”. Isso é reencarnação. Uma “vidinha” de uns míseros cem anos não dá para se purificar e muitos até agravam a sua situação buscando as ilusões da Terra. Foi por isso que Jesus afirmou que “nenhuma das ovelhas do meu Pai se perderá” e isso acontece porque não existe inferno ou castigos tenebrosos, pois ele nos deu a reencarnação para a corrigenda. Como também não existe o folclórico “coisa ruim”, esperando que você erre para depois virar tostadinho no inferno. É claro que quem é recalcitrante no erro volta com mais dificuldades, mas temos a imortalidade para a correção de atos e pensamentos e amando ou sofrendo aprenderemos a não errar mais.

A palavra Pastoril é própria de pastor, que diz respeito à vida de pastor e segundo o dicionário se trata de um folguedo popular que se representa, entre o Natal e a festa de Reis, em tablado ao ar livre, onde aparecem, além de uma personagem masculina jocosa, o Velho, algumas figuras femininas que dançam as pastoras ou pastorinhas. Aqui não me lembro da figura do velho, deve ser porque temos o hábito salutar de regionalizar tudo. Mas me lembro do saudoso Ademar Augusto e do também saudoso André “brigando” para saber quem chamava mais a atenção dos “ricassos” presentes, para comprar as galinhas assadas. Meu pai, Ademar, era um fiel defensor anual do Cordão Azul e deve der por isso que eu sempre me inclinei a torcer por essa cor, como agora. Os vozeirões de Ademar e André ainda podem ser ouvidos por todos nós, conclamando os presentes a arrematarem as galinhas.

- Quem dá mais...

A praça iluminada, o cheiro de juventude no ar, os famosos rolos de cana- de- açúcar que faziam a festa da meninada e as pipocas, a alegria da garotada.

Em certo momento atraído pela curiosidade de comer uma galinha assada, resolvemos reunir um grupo de 20 garotos, amigos de infância da Pedro Américo e juntar as miseras mesadas que os nossos pais nos forneciam para arrematar uma daquelas apetitosas fêmeas do galo. Mas nossa esperança ia sempre por água a baixo, com o próximo arrematante que nos humilhava vergonhosamente.

- A turma da Pedro Américo vai ficar calada?

E ficávamos.

Foi que de outra vez o meu amigo Veiza disse que iríamos ate o fim na próxima rodada.

- Mas não temos dinheiro!

- Mas ninguém sabe disso.

- Mas assim vamos presos.

- Vamos nada!

E a nova rodada começou e os preços cada vez mais altos e nós sempre cobrindo. E eu com medo escapulindo.

- Né “ome” não rapaz! Volta e senta aqui.

- (...)

A nossa sorte é que tinha um grupo de família que estava disposta a levar a galinha e sempre colocava dinheiro a mais e quando o preço estava muito alto e os locutores, já desconfiados da molecada e de Veiza, amarelamos. E não se deu mais nenhum lance. Fomos salvos pela a grande família: “vendido a Família aqui próximo ao palanque”. Mas pelos menos usamos do ardil para que a paróquia ganhasse mais dinheiro em uma só galinha.

Ajude o Cordão Azul: PASTORIL CORDÃO AZUL. CONTA POUPANÇA n°23.747-7, 01 OU 91, AG 2176-8, BANCO DO BRASIL.



PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA MESMO.

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