quinta-feira, 29 de março de 2012

Prefeita acusada de cortar gratificações de professores e criar cargas horárias nunca vistas no Brasil

Professores perderam duas gratificações e agora têm seis cargas horárias diferentes

Por Sousa Neto/Folha do Vale 

Os mais de 200 professores de Piancó tiveram perdas em seus salários com o corte de duas gratificações asseguradas por lei, mas arbitrariamente retiradas pela prefeita Flávia Galdino, segundo Alcicleide Lacerda (foto), presidente do sindicato que representa a categoria.

De acordo com Alcicleide, em maio do ano passado, a prefeita cortou a gratificação de Difícil Acesso, dada aos professores que residem na cidade e atuam na zona rural: é um dinheiro que se destina ao custeio do transporte dos docentes, muitos dos quais precisam percorrer longas distâncias para chegar ao local de trabalho.

Em janeiro deste ano, conforme a presidente, outra gratificação do magistério foi retirada pela prefeita: o Incentivo à Docência garantia um dinheiro a mais no bolso do professor piancoense, que também perdeu esse direito.

Mas um outro absurdo, conforme a presidente, ocorreu esta semana com a instituição pela Prefeitura, com aprovação da Câmara Municipal, de seis diferentes cargas horárias para o magistério municipal, variando de 15 a 40 horas semanais. “Isso não existe em lugar nenhum do Brasil a não ser em Piancó”, lamentou Alcicleide durante contato com a Folha (www.folhadovali.com.br).

Ela diz que seis cargas horárias diferentes (15, 20, 25, 30, 35 e 40 horas semanais) não faz sentido e é ilegal, “objetivando apenas criar meios para perseguir professores e reduzir salário”. Por esse novo dispositivo legal, o professor que, por exemplo, não agradar politicamente a prefeita poderá ter seu tempo de trabalho diminuído e, consequentemente, o salário.

A própria presidente diz que será vítima da lei. “A prefeita criou a carga horária de 15 horas para os professores fora de sala, mas não é lógico criar carga horária para professor que não dar aula, e o único objetivo foi me atingir porque sou a única professora fora de sala de aula, mas por um direito meu, assegurado pela licença sindical”, enfatizou a professora.

Ela diz que, apesar da licença sindical lhe garantir direito a um salário que corresponda a sua formação, mesmo sem está lecionando, Alcicleide, que tem pós-graduação, diz que seu vencimento salarial é relativo a um professor de nível médio, “mas, recentemente, eu consegui uma liminar na Justiça assegurando meu direito à licença sindical e a um salário condizente com minha formação, e não temo perseguição e vou continuar lutando pelos direitos dos professores e trabalhadores em educação do município”.

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