Desde a década de 50, nossa cãmara era assim...
por Demir Cabal
No dia 30 de novembro de 1959, tomaram posse, para a legislatura de 1960/63, os seguintes VEREADORES, eleitos, no dia: 02 de agosto de 1959: José Figueirêdo da Silva, Getúlio Henriques de Sousa, João Inácio de Araújo Neves, Antônio Firmino de Sousa, Severino Pereira de Sousa, Severino Soares de Araújo, Anatalício Lopes da Silva, Flávio Cavalcante de Arruda e Sinval Pinto Brandão, tendo José Figueirêdo da Silva, como Presidente da Câmara Municipal.
Eram então prefeito: dr. Francisco Clementino de Carvalho e vice-prefeito: Francisco das Chagas Soares.
O Vereador Sinval Pinto Brandão não tomou posse, junto com os demais colegas. Segundo consta, nos anais da Câmara, ele só veio a tomar posse, no dia: 21 de dezembro de 1959, em reunião que contou com as presenças do Prefeito, do Secretário Geral da Prefeitura, Dr. Manoel Marleno Barros e dos Senhores Irineu Rodrigues da Silva, João Silvino da Fonseca, Álvaro França, Pedro Pinto de Santana, VaIter Rodrigues Viana, José Will Rodrigues, José Olinto Filho, José Barros Sobrinho, Felinto Satumino e lrineu Rodrigues Junior.
Flávio Cavalcante de Arruda, vendo que a Câmara não dispunha de instalações próprias, pediu um prédio para servir de sede e onde os Vereadores pudessem ter melhores condições de trabalho. Requereu informações ao Prefeito sobre o empréstimo da Caixa Econômica, para custear a energia elétrica da cidade; pediu um Pronto Socorro com ambulância e a contratação de um Economista-Técnico em contabilidade, para fazer uma "perícia" nos documentos e livros de escrituração contábil da Prefeitura, referentes à gestão do Prefeito anterior Sr. Abraão de Sousa Diniz. Foi uma espécie de C.P.!. dos dias atuais. Registrou uma "moção de aplausos e de homenagem" ao Tabelião José Silvino da Fonseca (ZÚ Silvino), pelos relevantes serviços, prestados, ao povo, pela atuação como funcionário notável e exemplo de honestidade e pela apolítica com que exercia suas atividades ao lado da Justiça e do interesse da coletividade itaporanguense.
Insatisfeito com a maneira como o Prefeito tratava os Vereadores, que não faziam parte do seu "esquema político", o Vereador Flávio Arruda registrou, na sessão do dia 16 de abril de 1960, o seu protesto, citando, como exemplo desse comportamento discrirninatório, um fato acontecido entre ele e o comerciante Assis Firmino, correligionário do Prefeito. Ele havia levado umas rezes (gado) abatidas, para serem vendidas no Mercado Público. Dentre essas rezes, três morreram por haver comido tingui. Chegando, lá, os fiscais da Prefeitura proibiram a venda de seus animais, dizendo que tinham ordem do Prefeito, para não vender carne dessa natureza. Para ele, tudo bem. Ordem era ordem. Com poucos dias, o Sr. Assis pediu sua camioneta emprestada, para transportar, até o Mercado, duas rezes suas, mortas, por tingui. Chegando, lá, os fiscais não disseram nada e as rezes foram vendidas, normalmente. Para ele, isso era uma discriminação.
Sinval Pinto Brandão requereu e a Câmara aprovou uma verba para a Escola Euclides da Cunha. No dia: 28 de dezembro de 1959, pediu "licença" de trinta dias e o Suplente José Manoel de Sousa (Zé Vigó), assumiu sua vaga. No dia 30 de junho de 1961, pediu, novamente, "licença" e, desta feita, quem assumiu o seu lugar, foi o Suplente, Valter Rodrigues Viana.
Getúlio Henriques de Sousa apresentou o primeiro Regimento Interno da Câmara e a Presidência nomeou urna Comissão, formada, pelos Vereadores Flávio Cavalcante de Arruda, Severino Soares de Araújo, Getúlio Henriques e José Manoel de Sousa, para estudar e analisar o referido Regimento. Pediu, também, a conclusão da Praça da Matriz e, no dia: 12 de janeiro de 1963, pediu uma "licença" de trinta dias, assumindo o seu lugar, o Suplente Aristides Leite Ferreira.
João Inácio de Araújo Neves apresentou e a Câmara aprovou a concessão do título de "Cidadão Itaporanense" ao Governador, Dr. Pedro Moreno Gondim, não se sabendo, entretanto, se Sua Excelência veio ou não receber a outoga que lhe foi dada, vez que não existe registro, nos anais da Câmara, a esse respeito. Na sessão do dia: 28 de dezembro de 1959, o Vereador pediu ao Prefeito uma ajuda financeira para as festas do "centenário" da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Pediu, também, que o Prefeito colocasse, em dia, o "repasse” da Câmara e o pagamento dos subsídios dos Vereadores. Em resposta a esse seu pedido, o Prefeito compareceu à Câmara e disse que não estava em condições de pagar as dívidas da Prefeitura e da Câmara, porque não havia recebido as cotas do Governo Federal, mas acreditava que o seu Sucessor colocaria tudo, em dia, já que essas cotas viriam, no começo do Governo dele.
No dia: 20 de junho de 1960, pediu uma "licença" de trinta dias e o Suplente, Valter Rodrigues Viana, assumiu o seu lugar. No dia: 24 desse mesmo mês, Valter Viana foi nomeado Relator da Comissão de exames da prestação de contas do Prefeito e, no seu parecer, propôs a devolução das contas, para Sua Excelência, o Prefeito, providenciar os devidos e necessários acertos.
No dia: 20 de junho de 1960, também, pediu uma "licença", o Vereador Severino Pereira de Sousa e assumiu a Câmara no seu lugar, o Suplente, Raimundo Nonato de Sousa, que, já, no exercício do cargo, no dia: 24 de junho, desse mesmo ano, registrou votos de pesar pelo falecimento do Monsenhor Manoel Gomes da Silva, requerendo a mudança do nome da Rua: Horácio Gomes, para Rua: Monsenhor Manoel Gomes da Silva, no que foi contrariado, pelo Vereador Valter Rodrigues Viana, que, na ocasião, disse não adiantar tirar o nome do Pai para colocar o do filho, pois, também, Horácio Gomes era merecedor da homenagem e sugeriu que fosse dado o nome do Mosenhor a uma outra das ruas de nossa cidade.
No dia: 30 de junho de 1960, o Vereador Raimundo Nonato de Sousa requereu ao Prefeito uma verba para o Colégio Pe. Diniz, a criação de um Posto de Produção Agrícola, com serviços de assistência pastoril e a abertura da estrada de rodagem de Itaporanga a Boqueirão dos Cochos (hoje, Igaracy) e, no dia: 01 de agosto de 1960, propôs e a Câmara aprovou a concessão do título de "Cidadã Itaporanguense" à Professora e Orientadora do Ensino, no Município, Dona Francinete Soares de Alencar Leite e de "Cidadão Itaporanguense" ao Pe. José Sinfrônio de Assis, Vigário de nossa Paróquia.
Antônio Firmino de Sousa, falando, na tribuna mostrou-se preocupado com o atraso, no repasse da Câmara dizendo que o Prefeito não poderia deixar de repassar os 5% (cinco por cento), destinados, ao Poder Legislativo, porque, além de constarem, no Orçamento da Prefeitura, tratava-se de uma determinação legal e que não poderiam ser desviados para outras atividades.
Severino Soares de Araújo, também, mostrando-se preocupado com o não repasse da Câmara e com as palavras do Prefeito, que disse não poder pagar as dívidas com os Vereadores e que o seu Sucessor o faria, aproveitou a ocasião em que o Prefeito eleito, Sinval Mendonça, achava-se presente e lhe perguntou se ele assumiria as dívidas e a responsabilidade de pagá-las? Respondendo ao Vereador, Sinval Mendonça disse que não assumiria, mas iria tratar o assunto com a melhor das intenções. A resposta, logicamente, não agradou e deixou os Vereadores não muito satisfeitos.
No dia: 09 de julho de 1961, em sessão extraordinária, a Câmara Municipal prestou uma homenagem ao Governador do Território do Rio Branco, Dr. Djacir Cavalcante de Arrueda, que, na ocasião, visitava Itaporanga, sendo saudado, pelo Vereador Valter Rodrigues Viana, que se achava no exercício do cargo, em substituição ao titular, Sinval Pinto Brandão. Também, o ilustre visitante e conterrâneo foi saudado, pelo Secretário da Câmara, Felinto Saturnino da Silva.
Em julho de 1963, o Prefeito Francisco Clementino de Carvalho, Dr. Paizinho, como era conhecido, apresentou aos Vereadores o Contrato, firmado, com a C.A.E.N.E., para os serviços de eletrificação, saneamento e esgoto da cidade, ocasião em que foi formada a Comissão de estudo e análise desse Contrato, com os seguintes Vereadores: João Inácio de Araújo Neves, José Manoel de Sousa (Zé Vigó), Flávio Cavalcante de Arruda e Severino Pereira de Sousa.
Na sessão do dia: 22 de fevereiro de 1960, o Sr. Paulo Costa Lima apareceu como Vereador, não constando, porém, o titular que se afastou do cargo, mas, em conversa com o comerciante Anchieta Costa, ele afirmou que o seu Pai havia assumido, no lugar de Flávio Cavalcante de Arruda, temporariamente.
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