No tempo em que médico era coisa rara e um privilégio apenas para ricos e poderosos, muitas vidas foram salvas graças a um sertanejo natural de São José da Lagoa Tapada e apelidado de Antônio de Chil, hoje com 92 anos, mais da metade deles dedicados à atividade farmacêutica.
Um homem pouco letrado, mas a inteligência e a vivência deram a dose certa para transformá-lo em um salvador de vidas. Centenas de itaporanguenses e tantos outros filhos deste Vale de algumas décadas atrás não teriam sobrevivido se não fossem os remédios indicados por seu Antônio de Chil.
O médico dos pobres, como de fato pode ser considerado, resistiu o quanto pôde para não deixar o balcão da Farmácia Santo Antônio, empreendimento montado por ele e onde passou grande parte de sua vida, mas a idade avançada e todos os conseqüentes problemas obrigaramno a abandonar a velha drogaria. “Era o que eu mais gostava de fazer”, desabafa durante contato com a reportagem da Folha em sua residência, localizada na Avenida Getúlio Vargas e de onde já quase não sai, embora lúcido e com uma saúde razoável.
A farmácia foi montada primeiro em São José de Caiana, cidade que ele ajudou a construir. Chegou ao local na década de 50 para tomar conta da propriedade de um amigo, mas sua missão na terra caianense foi além da agricultura. Com o apoio da população, seu Antônio de Chil fez a igreja, o mercado e muitas outras obras que ajudaram a povoar e a desenvolver o vilarejo, que depois se tornou distrito e, em seguida, município, emancipando-se politicamente.
A vinda para Itaporanga
No final da década de 60, ele transferiu a residência e a farmácia para Itaporanga como forma de garantir o estudo dos oito filhos. Conquistou também a simpatia e o respeito do povo itaporanguense.
A grande popularidade o levou à política. Ligado ao líder Praxedes Pitanga, Antônio de Chil chegou à Câmara Municipal de Itaporanga como representante do distrito do Caiana, à época pertencente ao município itaporanguense.
Mas a política partidária também trouxe dissabores. Perseguido pelos adversários de Pitanga, viveu muitos momentos difíceis, o principal deles foi quando teve sua farmácia, temporariamente, fechada, apesar do importante serviço que prestava à população.
Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo da vida, seu Antônio chega ao nonagésimo segundo aniversário, completado dia 10 de dezembro, como um homem realizado. Conseguiu educar os filhos, dois deles residentes em Itaporanga, a professora Júlia Mendes e o bioquímico Gaudêncio Mendes, que deu seqüência a obra do pai ao reestruturar e modernizar a farmácia, de onde saíram formúlas que, somadas a fé que o povo tinha no velho farmacêutico, curaram muita gente.
Curaram principalmente crianças, maiores clientes de Antônio de Chil. Trazidas pelos pais dos sítios longínquos, dos povoados e distritos distantes, muitas já chegavam à farmácia à beira da morte, mas sobreviviam.
Em um tempo em que as pessoas tinham poucas informações sobre métodos preventivos de saúde e cuidados infantis, além da total falta de médicos, associada à pobreza das famílias, qualquer enfermidade poderia ser fatal para as crianças devido à fragilidade natural do organismo infantil e a desnutrição, outro problema comum à época. Mas nas prateleiras de Antônio de Chil a esperança de vida ressurgia.
Um homem pouco letrado, mas a inteligência e a vivência deram a dose certa para transformá-lo em um salvador de vidas. Centenas de itaporanguenses e tantos outros filhos deste Vale de algumas décadas atrás não teriam sobrevivido se não fossem os remédios indicados por seu Antônio de Chil.
O médico dos pobres, como de fato pode ser considerado, resistiu o quanto pôde para não deixar o balcão da Farmácia Santo Antônio, empreendimento montado por ele e onde passou grande parte de sua vida, mas a idade avançada e todos os conseqüentes problemas obrigaramno a abandonar a velha drogaria. “Era o que eu mais gostava de fazer”, desabafa durante contato com a reportagem da Folha em sua residência, localizada na Avenida Getúlio Vargas e de onde já quase não sai, embora lúcido e com uma saúde razoável.
A farmácia foi montada primeiro em São José de Caiana, cidade que ele ajudou a construir. Chegou ao local na década de 50 para tomar conta da propriedade de um amigo, mas sua missão na terra caianense foi além da agricultura. Com o apoio da população, seu Antônio de Chil fez a igreja, o mercado e muitas outras obras que ajudaram a povoar e a desenvolver o vilarejo, que depois se tornou distrito e, em seguida, município, emancipando-se politicamente.
A vinda para Itaporanga
No final da década de 60, ele transferiu a residência e a farmácia para Itaporanga como forma de garantir o estudo dos oito filhos. Conquistou também a simpatia e o respeito do povo itaporanguense.
A grande popularidade o levou à política. Ligado ao líder Praxedes Pitanga, Antônio de Chil chegou à Câmara Municipal de Itaporanga como representante do distrito do Caiana, à época pertencente ao município itaporanguense.
Mas a política partidária também trouxe dissabores. Perseguido pelos adversários de Pitanga, viveu muitos momentos difíceis, o principal deles foi quando teve sua farmácia, temporariamente, fechada, apesar do importante serviço que prestava à população.
Apesar das dificuldades enfrentadas ao longo da vida, seu Antônio chega ao nonagésimo segundo aniversário, completado dia 10 de dezembro, como um homem realizado. Conseguiu educar os filhos, dois deles residentes em Itaporanga, a professora Júlia Mendes e o bioquímico Gaudêncio Mendes, que deu seqüência a obra do pai ao reestruturar e modernizar a farmácia, de onde saíram formúlas que, somadas a fé que o povo tinha no velho farmacêutico, curaram muita gente.
Curaram principalmente crianças, maiores clientes de Antônio de Chil. Trazidas pelos pais dos sítios longínquos, dos povoados e distritos distantes, muitas já chegavam à farmácia à beira da morte, mas sobreviviam.
Em um tempo em que as pessoas tinham poucas informações sobre métodos preventivos de saúde e cuidados infantis, além da total falta de médicos, associada à pobreza das famílias, qualquer enfermidade poderia ser fatal para as crianças devido à fragilidade natural do organismo infantil e a desnutrição, outro problema comum à época. Mas nas prateleiras de Antônio de Chil a esperança de vida ressurgia.
Reportagem publicada na edição 127 do Jornal Folha do Vale