Muito da história política e social de Itaporanga no último meio século está escrito na memória do barbeiro Ademar Soares, que no dia 5 de março passado fez 80 anos de vida e já soma mais de 55 de profissão. Um homem respeitado pelo seu caráter e conhecido pelos importantes cargos que exerceu na cidade, mas foi cortando cabelos e fazendo barba que se tornou popular e o mais importante: criou dignamente sua família.
Seu Ademar, como popularmente é chamado, ocupou destacadas funções institucionais em Itaporanga: vereador por duas legislaturas, presidiu a Câmara Municipal e foi presidente do Atlântida Esporte Clube. Apesar de ter ocupado muitos assentos importantes nunca abandonou sua cadeira de barbeiro.
Aprendeu a profissão com Chico, um dos onze irmãos, no sítio Cantinho, onde nasceu e viveu parte de sua juventude. Veio trabalhar na cidade por influência do velho barbeiro Antônio Alves e aqui encontrou concorrentes: Enoque, Bil Barbeiro, Nezinho Gabriel e Ivanó Araújo, que também ainda continua na ativa. Mas Ademar não se intimidou com a concorrência e, em pouco tempo, conquistou uma clientela fiel e ampla. De lá para cá, cortou o cabelo de duas gerações inteiras e ouviu e contou muitas histórias, enredos felizes e tristes.
Seus clientes são, principalmente, pessoas simples. Gente de todas as idades e de baixa condição financeira que é atraída à barbearia pelo bom preço do corte. Até o ano passado, ele cobrava apenas 1 real; hoje cobra 2. Mas o preço não é o único atrativo: a qualidade do serviço e a conversa de seu Ademar são sua melhor propaganda.
A popularidade adquirida com a profissão o levou à política. Foi vereador por duas legislaturas de seis anos cada. A última delas na década de 80. “Eu fui um vereador que representou o povo como um todo: quem me procurava e eu podia ajudar, nunca me neguei, e nunca faltei com minha palavra”, comenta Ademar Soares, ao opinar que a política é a arte da desonestidade, mas nunca se deixou corromper.
Seu Ademar saiu da política com muitos feitos em prol da sociedade e um apelido que ganhou do deputado estadual Soares Madruga: Ademar das Viúvas. Durante uma estiagem na década de 80, ele foi procurado por dezenas de mulheres de Itaporanga excluídas do plano emergencial do governo. Aflitas e em dificuldades financeiras para criar os filhos, as viúvas não tinham outra alternativa de sobrevivência a não ser as frentes de trabalho. “Mandei um telegrama para Madruga, cobrando dele a imediata inclusão das viúvas na Emergência, e assim que tive uma resposta positiva dele, corri até à difusora de Ademar Augusto, que era aqui no centro da cidade, e avisei para as viúvas procurarem fazer o cadastro, e deu tudo certo, graças a Deus: sei que salvei muitas famílias da fome e ganhei esse apelido: toda vez que Madruga me via me chamava Ademar das Viúvas”, conta sorridente.
Como presidente do Atlântida Esporte Clube, também realizou muito. Destaque para o apoio que deu ao time do Carcará, que marcou época no futebol da região. Ademar já integrava a diretoria do Atlântida em 1975, quando o então presidente do sodalício, Heleno Feitosa Costa, criou o Poeirão. “Mas o Poeirão perdeu sua originalidade e o objetivo para o qual foi criado, que era de integrar o trabalhador urbano e rural no seu dia, que é o 1º de maio, mas hoje o torneio é dos jogadores profissionais”, questiona.
Vocação e família
Ademar Soares começou a cortar cabelos e fazer barba aos 21 anos e não parou mais. Quatro anos depois de fazer os primeiros cortes, profissionalizou-se na atividade, mas continuou na agricultura ainda por muito tempo.
Filho de Moisés Inácio de Araújo e Maria Soares de Araújo, Ademar ficou órfão de pai aos seis anos e, desde cedo, conheceu as dificuldades da vida. “Eu fui criança, mas não tive infância porque aos seis anos já estava pegado em uma enxada e, mesmo não sendo o filho mais velho, era eu quem resolvia tudo em casa”, relembra.
Da casa da família para sua própria casa: o primeiro casamento de Ademar durou 55 anos e lhe rendeu cinco filhos, Leonardo, Maria de Lourdes, Ana Maria, Ademar Filho e Lailton. Ao ficar viúvo de Ana Rodrigues Soares, seu Ademar casouse novamente: não suportou a solidão e passou a viver com dona Janete Araújo.
Seu Ademar, como popularmente é chamado, ocupou destacadas funções institucionais em Itaporanga: vereador por duas legislaturas, presidiu a Câmara Municipal e foi presidente do Atlântida Esporte Clube. Apesar de ter ocupado muitos assentos importantes nunca abandonou sua cadeira de barbeiro.
Aprendeu a profissão com Chico, um dos onze irmãos, no sítio Cantinho, onde nasceu e viveu parte de sua juventude. Veio trabalhar na cidade por influência do velho barbeiro Antônio Alves e aqui encontrou concorrentes: Enoque, Bil Barbeiro, Nezinho Gabriel e Ivanó Araújo, que também ainda continua na ativa. Mas Ademar não se intimidou com a concorrência e, em pouco tempo, conquistou uma clientela fiel e ampla. De lá para cá, cortou o cabelo de duas gerações inteiras e ouviu e contou muitas histórias, enredos felizes e tristes.
Seus clientes são, principalmente, pessoas simples. Gente de todas as idades e de baixa condição financeira que é atraída à barbearia pelo bom preço do corte. Até o ano passado, ele cobrava apenas 1 real; hoje cobra 2. Mas o preço não é o único atrativo: a qualidade do serviço e a conversa de seu Ademar são sua melhor propaganda.
A popularidade adquirida com a profissão o levou à política. Foi vereador por duas legislaturas de seis anos cada. A última delas na década de 80. “Eu fui um vereador que representou o povo como um todo: quem me procurava e eu podia ajudar, nunca me neguei, e nunca faltei com minha palavra”, comenta Ademar Soares, ao opinar que a política é a arte da desonestidade, mas nunca se deixou corromper.
Seu Ademar saiu da política com muitos feitos em prol da sociedade e um apelido que ganhou do deputado estadual Soares Madruga: Ademar das Viúvas. Durante uma estiagem na década de 80, ele foi procurado por dezenas de mulheres de Itaporanga excluídas do plano emergencial do governo. Aflitas e em dificuldades financeiras para criar os filhos, as viúvas não tinham outra alternativa de sobrevivência a não ser as frentes de trabalho. “Mandei um telegrama para Madruga, cobrando dele a imediata inclusão das viúvas na Emergência, e assim que tive uma resposta positiva dele, corri até à difusora de Ademar Augusto, que era aqui no centro da cidade, e avisei para as viúvas procurarem fazer o cadastro, e deu tudo certo, graças a Deus: sei que salvei muitas famílias da fome e ganhei esse apelido: toda vez que Madruga me via me chamava Ademar das Viúvas”, conta sorridente.
Como presidente do Atlântida Esporte Clube, também realizou muito. Destaque para o apoio que deu ao time do Carcará, que marcou época no futebol da região. Ademar já integrava a diretoria do Atlântida em 1975, quando o então presidente do sodalício, Heleno Feitosa Costa, criou o Poeirão. “Mas o Poeirão perdeu sua originalidade e o objetivo para o qual foi criado, que era de integrar o trabalhador urbano e rural no seu dia, que é o 1º de maio, mas hoje o torneio é dos jogadores profissionais”, questiona.
Vocação e família
Ademar Soares começou a cortar cabelos e fazer barba aos 21 anos e não parou mais. Quatro anos depois de fazer os primeiros cortes, profissionalizou-se na atividade, mas continuou na agricultura ainda por muito tempo.
Filho de Moisés Inácio de Araújo e Maria Soares de Araújo, Ademar ficou órfão de pai aos seis anos e, desde cedo, conheceu as dificuldades da vida. “Eu fui criança, mas não tive infância porque aos seis anos já estava pegado em uma enxada e, mesmo não sendo o filho mais velho, era eu quem resolvia tudo em casa”, relembra.
Da casa da família para sua própria casa: o primeiro casamento de Ademar durou 55 anos e lhe rendeu cinco filhos, Leonardo, Maria de Lourdes, Ana Maria, Ademar Filho e Lailton. Ao ficar viúvo de Ana Rodrigues Soares, seu Ademar casouse novamente: não suportou a solidão e passou a viver com dona Janete Araújo.
Folha do Vale Edição 150
1 comentários:
Rainerio! Sou obrigado a lhe reverenciar mais uma vez. Sou obrigado a dizer que pessoas que não sabem ou não têm o que escrever, imitar o seu estilo, porque você Rainério é Redator, é reporter, é analista, sabe ser crítico, você é tudo que se pode esperar dentro do Jornalismo, trocando em miúdos, você é digno, você tem vergonha, você nos emociona muitas e muitas vezes com suas rportagens. Voce consegue resgatar a história de Itaporanga de uma forma que só voce sabe fazer.
Essa reportagem com Ademar Soares ou Demar Barbeiro ou Tio Demar ou Seu Demar, nos transporta para as décadas de 60 e 70 quando o Atlantida Clube fazia suas grandes festas e um dos organizadores como diretor ou membro da diretoria, esse cidadão respeitado Ademar Soares.
Quem, algum dia não entrou na barbearia de Demar ou para cortar cabelo, barba ou para assistir uma partida de Damas envolvendo Vicente Virgolino e Joca ou qualquer outro que quisesse enfrentar o campeão Vicente.
Ademar Soares, como voce mostra Rainério, tem origem no Cantinho e a moçada do Cantinho é toda gente de classe.
80 anos, com 55 anos de profissão e sem qualquer mancha no seu currículo, Tio Demar como chama os sobrinhos, é exemplo de dignidade e com certeza Itaporanga se orgulha desse cidadão que Rainério trás resgatando a historia dessa Itaporanga linda que tantas vezes Ademar fez mais linda, cortando cabelos e fazendo barbas dos seus cidadãos.
Parabens Rainério! Voce sim é verdadeiro.
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