O ÚLTIMO “PÉ DE CASTANHOLAS”
(Reynollds Augusto)
Confesso a vocês que eu sou um saudosista de plantão e rememorar as paisagens, as conversas, imagens e brincadeiras de um tempo que não volta mais causa ensimesmamento e reanima o espírito. São as experiências grandiosas e subjetivas de cada um que alimentam a alma. Cada qual é um livro em branco cujas folhas devem ser escritas com as tintas da emoção e do conhecimento. Quem vive mal, escreve mal e foi por isso que o maior filósofo, pedagogo, missionário de todos os tempos, modelo e guia da humanidade, JESUS DE NAZARÉ, asseverou: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
O conhecimento da verdade implica conquista de maturidade e essa percepção irá nos libertar do maior de todos os inimigos, que não está fora de nós. Está dentro. Somos nós mesmos com a nossa “ingnorança”.
É uma grande verdade que o passado serve de experiências para acertamos mais, e jamais errar novamente na mesma ação. Quem permanece no erro, o faz dolosamente e a vida cobra mais dos incautos. De outra sorte quem aprende com os erros evolui e segue mais experimentado. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, como diz a música.
Mas eu aprendi muito com a minha infância, que os anos não trazem mais, e a lembrança desse tempo está sempre presente. Basta uma música, um perfume, uma rua, uma pessoa, para que viajemos de súbito ao tempo que passou e ficou. Aconteceu comigo muitas vezes e as impressões são espetaculares. Os espíritos dizem que quanto estamos nos trespasse, a nossa vida “rola” pela cabeça em questão de segundos, numa espécie de filmezinho. Assistimos o filme de nossas existências com cores e tudo. Eu assisti um pouco desse filme quando experimentei uma experiência de quase morte. Pois é! Quase “bati as caçoletas”. Mas isso não é novidade. O fenômeno faz que regressemos ao campo dos “vivos” mais conscientes e chegamos a conclusão de que os velhos valores não valem nada . É uma experiência boa e em algumas horas, ou dias, aprendemos o que é realmente a vida , que em décadas não conseguimos aprender. É claro que cada um é cada um e há pessoas que não estão nem aí pelo ocorrido e apenas se vangloriam de ter tido a “sorte” de não haver morrido.
Mas voltando ao “pé de castanholas”. Hoje eu mais uma vez mergulhei no passado que está sempre presente. O último “pé de castanholas” que fica em frente a casa do saudoso Zé Bidô, foi morto. É a força do tempo que tudo substitui. A grande verdade é que nada fica para permanecer e tudo existe para se transformar. Deus jamais repete. Um dia é sempre diferente do outro e as paisagens nesse teatro da vida estão sempre em mutação. Surgem novas árvores e o panorama sempre está mudando , com a ajuda do homem, que também é um co-criador.
Me lembrei das madrugadas, em nossa querida Itaporanga, em que os amigos de infância acordavam para colher os apetitosos frutos. Lembro-me dos rostos infantis de cada um, hoje quase todos casados e felizes. O pé de castanhola de Zé Bidô tinha os menores frutos que não atraiam a molecada. Mas eu sempre subia ao seu topo e entre as folhagens degustava as apetitosas catanholinhas.
- Pequenas! Mas gostosas.
Dizem que é nos pequenos frascos que se encontram os melhores perfumes. Aquela pequena castanhola era a mais gostosas de todas. A molecada estava perdendo.
Sabemos que não devemos nos prender ao passado naquilo que o passado se apresenta como dores. Servirá esses momentos apenas para não cometermos os mesmos erros e experienciarmos a magia da vida para efeito de progresso. É preciso esquecer o mal e fazer o bem. Estudar e realizar. Trabalhar e servir, renovando e aperfeiçoando sempre e infatigavelmente ,como disse o experiente espírito André Luiz.
O ontem foi experiência, o amanha não existe. A jóia é o hoje. Sem metáforas, sem metafísica. Como diz André: HOJE. HOJE É O DIA.
Relembre os “pés de castanholas” de sua vida. Isso lhe dará força para seguir. Mas jamais esqueça do presente .Ele é a jóia
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.
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