( Reynollds Augusto)
Quando eu era criança sempre tive medo de escuro. Um horror íntimo me apoderava quando a energia se ia e as luzes apagavam. Aqui em Itaporanga, naquela época, faltava tanta energia que parecia ate que morávamos no sitio. Se o fato se dava na madrugada, em vez de velas, minha mãe sempre protetora, acendia uma das bocas do fogão para que eu divisasse a chama ao longe e isso me acalmava e eu dormia bem. Pelo menos com a solução paliativa não gritava e nem acordava os pobres vizinhos. Coisas de Criança! Se acontecia no início na noite sentávamos na calçada esperando a energia voltar e como isso demorava a acontecer e quase sempre não retornava, ficava fitando o céu iluminado com inúmeras estrelas a cintilar. Era o espetáculo da vida demonstrando a grandeza de Deus. É uma pena que nos dias de hoje quase não falta mais energia e os vizinhos não saem mais às calçadas para conversar e se livrar um pouco das amarras da televisão que escraviza. Salvo uns poucos, como eu e o meu vizinho Miguel Alves.
Eu sempre desconfiei da existência de vida inteligente em outros planetas e não entrava em minha cachola a tese de que só haveria vida nesse minúsculo planeta, que comparado à grandeza do universo parece até uma favela suspensa no espaço. Suspensa?! Mas não existe alto nem baixo quando falamos de Universo e tampouco suspensão. As dimensões espaciais causam horror ao raciocínio e atordoam a lógica de qualquer cientista metido a sabe tudo. Segundo o escritor Jayme Andrade o nosso planeta tem 12.756 km de diâmetro equatorial e está a mais ou menos 150 milhões de Km do Sol. Esses números parecem grandes, mas se comparado com outros planetas e outros sóis, não representa nada. Para se ter uma idéia o nosso sol com um volume de 1,3 milhões de vezes maior que o planeta Terra é uma estrela média ou uma “estrelazinha”. Se sairmos por essas belas noites escuras a contemplar abóboda terrestre veremos mais ou menos 6 mil estrelas, “metade de cada lado”. Usando aquele telescopiozinho de Fernão, poderemos ver mais ou mens uns 2 milhões de estrelas e usando um grande telescópio, como aquele do Monte Palomar, dá para captar a luz de bilhões e algumas nem existem mais, pois a luz dessas estrelas viaja no tempo e no espaço e muitas delas até já “morreram”.Contem aí para ver. Brincadeira!
Todas essas considerações eram sempre explicadas com maestria pelo meu irmão Fernão Dias que partiu para a pátria espiritual. Sempre admirei Fernão por sua inteligência e sua arte. A fidelidade dos quadros que pintava causaria inveja aos nossos maiores pintores. Eu ficava admirado com a experiência daquele espírito que era (é) versado em arte, pintura, números, astronomia e tudo mais e ainda era portador de uma mediunidade de vidência incrível. Sempre me explicava, da maneira mais simples, que o nosso sistema solar se localiza na borda da via láctea e que ela não passa de uma dentre milhares de galáxias que estão ligadas gravitacionalmente e se movendo sem parar através do espaço infindo.
Eu não sabia, mais as galáxias ,assim como os planetas, também se movimentam e a cada 200 milhões de anos completam uma revolução levando o nosso sistema solar e tudo isso com uma velocidadezinha de 1 milhão de Km por hora, arrastando todas as estrelas, que giram em volta do seu centro. A nossa via láctea, esse aglomerados de planetas e sóis, que mais parece, vendo daqui, uma calda esbranquiçada, é uma miniatura quando se compararmos às infinitas galáxias existentes. E nesse contexto básico titânico de mundos e estrelas, está meio que “perdido” um mundinho minúsculo, que abriga toda sorte de orgulho e egoísmo de homens que não aprenderam, ainda, realmente o que são e não se perguntam por que estão aqui, de onde vieram e para onde vão após a morte do corpo físico. Sem falar que os Espíritos esclarecem da existência do “universo espiritual” que sempre existiu antes e preexiste a esse, sobrevivendo a tudo e permanecendo eternamente. Tudo isso para mostrar as maravilhas de Deus com sua onipotência e perfeição.
E aí, será que só existe vida no planeta Terra? E dessa forma, uso aquela expressão inicial. TUDO ISSO PRÁ NADA! NÃO PODE.
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.
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