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quinta-feira, 30 de abril de 2009

STF revoga Lei de Imprensa

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O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (30.04), por maioria, revogar totalmente a Lei de Imprensa. Sete ministros seguiram o entendimento do relator do caso, Carlos Ayres Britto, de que a legislação é incompatível com a Constituição Federal. Três foram parcialmente favoráveis à revogação, e apenas o ministro Marco Aurélio votou pela manutenção da lei.

A ação contra a lei 5.250 foi ajuizada pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista). O julgamento começou no dia 1º de abril, quando o relator, ministro Carlos Ayres Britto, votou pela total revogação, argumentando que a lei, editada em 1967, durante o regime militar (1964-1985), é incompatível com a Constituição Federal de 1988. O ministro Eros Grau acompanhou o relator.

"Por que considerar a Lei de Imprensa totalmente incompatível com a Constituição Federal? A liberdade de imprensa não se compraz com uma lei feita com a intenção de restringi-la", afirmou o ministro Menezes Direito, primeiro a votar hoje, seguindo o relator. "Nenhuma lei estará livre de conflito com a Constituição se nascer a partir da vontade punitiva do legislador."

"Trata-se de texto legal totalmente supérfluo, pois se encontra contemplado na Constituição", disse o ministro Ricardo Lewandowski. Também votaram nesse sentido os ministros Cesar Peluzo e Cármen Lúcia.

Inicialmente ausente, o ministro Joaquim Barbosa participou de sua primeira sessão após o bate-boca com o presidente da Corte, Gilmar Mendes. Barbosa, a ministra Ellen Gracie e Gilmar Mendes votaram pela revogação parcial, defendendo que alguns artigos sejam mantidos, entre eles trechos relacionados à proteção da honra, à proibição de propaganda de guerra e direito de resposta.

Entenda

Na primeira análise do caso, em fevereiro do ano passado, o relator havia suspendido provisoriamente 20 dos 77 artigos da lei, decisão depois referendada pelo plenário.

Entre os artigos suspensos estão dispositivos relacionados às punições previstas para os crimes de calúnia e difamação. No primeiro caso, a Lei de Imprensa estabelece pena de seis meses a três anos de detenção, enquanto no Código Penal o período máximo de detenção é de dois anos.

Também foram alvo da decisão artigos relativos à responsabilidade civil do jornalista e da empresa que explora o meio de informação ou divulgação. Com a suspensão, os juízes de todo o país ficaram autorizados a utilizar, quando cabíveis, regras dos Códigos Penal e Civil para julgar processos relacionados aos dispositivos que foram suspensos.

Entidades ligadas ao tema, como a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a ANJ (Associação Nacional dos Jornais) defendem a elaboração de uma nova Lei de Imprensa. Com a revogação, casos envolvendo jornalistas deverão ser julgados com base em outras leis, como ocorreu durante a suspensão dos artigos.

Diploma

Também está à espera de julgamento no STF um tema paralelo à Lei de Imprensa: a exigência de diploma para jornalistas. O recurso extraordinário a ser julgado tem como relator o presidente Gilmar Mendes. A ação foi apresentada pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo e pelo Ministério Público Federal, contrários à exigência de formação superior.

Em novembro de 2006, o Supremo garantiu o exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão mesmo sem registro no Ministério do Trabalho ou diploma de curso superior na área.
UOL Notícias

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Seboseira na Corte Suprema

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Transcrevo, abaixo, a matéria de Laerte Braga, jornalista preocupado com as peripécias do STF.

STF DANTAS INCORPORATION LTD

Laerte Braga


As provas de corrupção ativa e passiva praticadas pelo ministro presidente do STF DANTAS INCORPORATION LTD são públicas, notórias e remontam ao tempo que Gilmar Mendes exercia as funções de Advogado Geral da União no descalabro chamado governo de Fernando Henrique Cardoso.

A reação do ministro Joaquim Barbosa à forma atrabiliária e desmoralizante como Gilmar conduz a suposta suprema corte foi a explosão de quem sentiu na pele, tem sentido, as ações criminosas e o comprometimento de Gilmar Mendes com a corrupção.

A nota subscrita por oito ministros em apoio ao modo como Gilmar Mendes conduz a empresa de Daniel Dantas no poder dito judiciário é um exercício maior que a simples subserviência, ou a preocupação de envolver a tal suprema corte num escândalo que implique em desacreditar de vez o desacreditado poder judiciário.

O ministro Erros Grau, por exemplo, quando advogado em Porto Alegre, uma semana antes de ter seu nome indicado para o supremo pelo atual presidente, emitiu um parecer público e cuidadosamente elaborado definindo como inconstitucional o desconto previdenciário dos salários de aposentados e pensionistas. Virou ministro e ao votar a matéria votou contra seu próprio parecer. Parece ter sido, parece não, foi a condição imposta pelo governo para indicar seu nome.

É fato ilustrativo do seu caráter. Foi um dos que assinou a nota de “solidariedade” ao truculento e corrupto Gilmar Mendes.

O ministro Marco Aurélio Mello, sem favor algum um dos juristas da tal suprema corte, é autor da sentença que absolveu um latifundiário por prática de sexo com menor de 12 anos sob alegação que a menina tinha conhecimento e consciência do fato e além do mais sua mãe havia sido a intermediária na “negociação” com o fazendeiro.

Marco Aurélio Mello é vizinho do banqueiro Salvatore Cacciolla no Rio de Janeiro e foi quem deu ao banqueiro o habeas corpus que lhe permitiu fugir para a Itália (o banqueiro tem dupla nacionalidade e foi preso por um descuido, pois saiu da Itália para ir jogar nos cassinos de Mônaco

Significa que aquele dispositivo da Constituição que fala que os ministros do STF devem ser “maiores de trinta e cinco anos e ter reputação ilibada e notável saber jurídico” foi para as calendas. Marco Aurélio tem notável saber jurídico, mas a reputação

A história do STF não registra um momento tão negativo e tão pobre como o atual. É o cúmulo da esculhambação uma figura desprovida de respeito pelo quer que seja, corrupto e venal como Gilmar Mendes presidir aquilo que chamam de corte suprema.

Tem razão o ministro Joaquim Barbosa quando afirma que Gilmar “está destruindo a credibilidade da justiça.

A nota de solidariedade dos oito ministros a Gilmar Mendes deve ter passado pelo crivo do espelho – é claro que cada um deve ter seu espelho – e os rabos não são suficientemente livres. Ou nem são livres como o de Gilmar.

É preciso entender que o papel cumprido por Gilmar Mendes transcende à corrupção, à forma truculenta com que age e conduz o STF. A corrupção aí é conseqüência do modelo e não é causa. E tampouco Gilmar Mendes, como anteriormente Nelson Jobim, foram indicados ministros do STF por reputação ilibada e notável saber jurídico. O foram exatamente por não terem esses preceitos parte de um ou de outro em suas atividades públicas.

Dalmo Dallari de Abreu, jurista de nomeada e respeitado em todo o País, à época da indicação do nome de Gilmar Mendes (governo FHC) afirmou claramente que estavam achincalhando a corte dita suprema.

A descaracterização do STF começa na ditadura militar. Era preciso dobrar a corte ao arbítrio e à barbárie do regime dos generais. Quatro ministros reagiam à violência do regime. Ribeiro Costa, Hermes Lima, Evandro Lins e Silva e Vítor Nunes Leal. Ribeiro da Costa aposentou-se normalmente os outros três foram cassados pelo AI-5. Era fundamental tornar a tal suprema corte dócil à ditadura.

E mesmo assim os generais tiveram problemas e dificuldades com ministros íntegros como Adauto Lúcio Cardoso e Bilac Pinto. O conceito de ministros técnicos, sem compromisso político no sentido amplo da palavra apenas serviu para esconder ministros sem personalidade, prontos a atender à qualquer ordem de sentido, ordinário e marche dos militares.

O tempo da tortura, dos assassinatos, seqüestros, estupros com aval da
justiça em sua instância máxima.

A chamada redemocratização não mudou a natureza do STF. A nova ordem econômica trouxe a necessidade de manter ministros “técnicos” ou políticos como Jobim, que se constituíssem em instrumentos do processo de privatização do patrimônio público e das chamadas reformas neoliberais, dentre elas o desconto previdenciário nos contracheques de aposentados e pensionistas. O tal que Eros Grau achava inconstitucional e assim que virou ministro passou a achar constitucional.

Um dos maiores escândalos, pouco divulgado pela grande mídia, podre, corrompida e parte do modelo, foi o discurso de posse de Nelson Jobim. “Vim a esta corte para ser aqui o líder do governo”. Foi lá, explicitamente, para barrar toda e qualquer tentativa de anular as ilicitudes do processo de privatização posto em prática no governo FHC. Juízes de instâncias inferiores como Salete Macalóes foram trucidadas – resistiu e resiste com bravura até hoje – por não se curvarem ao regime das propinas para a venda do Brasil.

Toda a teia neoliberal montada no governo FHC necessitava de “garantias” já que em 2000 o governo dispunha de informações que dificilmente o então candidato do PT, o atual presidente Luís Inácio
Lula da Silva, seria vencido e um eventual governo Lula colocava em risco a estrutura neoliberal e a adesão do País ao modelo em crise a tal globalização.

Essa teia estendeu-se a todo o aparelho institucional. Desde o Congresso e até ao Judiciário, como, na criação de agências autônomas em setores estratégicos para os donos do Brasil. Empresários, latifundiários e banqueiros.

E Gilmar Mendes foi indicado para cumprir o papel de garantir que nada mudasse, que o modelo permanecesse em sua essência. Na prática a transformação do STF em STF DANTAS INCORPORATION LTD. Basta entender Daniel Dantas como símbolo e síntese do modelo político e econômico.

Quando a revista VEJA – a editora ABRIL que edita a publicação foi beneficiada por José Serra com um contrato milionário de assinaturas de revistas para garantir o apoio eleitoral em 2010. O jornalista Luís Nassif em seu blog denuncia:

"As bondades para 20010" (20/04). O texto afirma que foi dada a largada para o “pacote de bondades que já vinha ajudando o caixa da Abril. Agora é a vez da Folha e do Estado. Os jornalões paulistas vão ganhar cabeças e corações em todas as escolas paulistas já" que a Secretaria [estadual da Educação] vai fazer 5.449 assinaturas dos dois periódicos”.

Registre-se que o secretário de Educação de Serra é o ex-ministro de FHC Paulo Renato e uma de suas “missões” é privatizar as universidades públicas estaduais em São Paulo.

Gilmar Mendes se insere aí. Em todo esse arcabouço legal/imoral que busca manter o modelo político e econômico.

A corrupção e a impunidade é como que “prêmio” pela capacidade de bem servir aos donos do País. Cinco ministros do STF DANTAS INCORPORATION LTD trabalham para Gilmar Mendes no Instituto de Direito Público, sediado em Brasília, que mantém convênios ilegais com o governo federal, com o governo da cidade de Diamantino onde Gilmar tem negócios e seu irmão foi prefeito (recentemente Gilmar Mendes esteve na cidade para “convencer” os vereadores a cassar o atual prefeito e foi cassado, por contrariar os interesses de seu grupo e seus negócios).

Os ministros Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Carlos Ayres Brito, Menezes Direito e Carmem Lúcia são funcionários do Instituto de Direito Público propriedade de Gilmar Mendes, portanto, assalariados do presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD.

A nota de solidariedade a Gilmar já nasce desqualificada por aí. Prestam serviços ao ministro presidente.

O que o ministro Joaquim Barbosa fez foi tocar o dedo na ferida, a credibilidade da Justiça, abalada e em processo de absoluta e total desmoralização desde que Gilmar resolveu assumir seu lado bandido no caso Daniel Dantas.

Falou-se numa gravação feita pela equipe do delegado Protógenes Queiroz no gabinete do presidente da “empresa” dita corte suprema. VEJA fez um escândalo em torno do assunto e hoje se sabe que a tal gravação é uma farsa, não existe, a revista apenas cumpriu seu papel em todo esse cipoal neoliberal montado no governo FHC e com o objetivo de desqualificar o delegado e o juiz De Sanctis. Por ironia os processados são os dois e por terem a mania de exercer suas funções com dignidade.

Gilmar não sabe o que é isso. Em linguagem de advogados seria chamado tranquilamente de chicaneiro. Aquele advogado de porta de cadeia que fica à espera dos infelizes presos e aceita relógios, sapatos, cordões, como pagamento para defesas fajutas.

O ministro Joaquim Barbosa recebeu, é fácil constatar isso, solidariedade da imensa e esmagadora maioria dos brasileiros, fato que pode ser visto nos comentários em vários portais e sites da rede mundial de computadores. Uma explosão de apoio que reflete a indignação diante da ação predadora e corrupta de Gilmar Mendes.

Há que se fazer mais. Bem mais que ser solidário a Joaquim Barbosa. Há que se representar contra Gilmar Mendes e forçar a apuração de suas atividades e dos seus negócios. Isso não vai significar abalo nenhum para o processo democrático. Pelo contrário. Vai abrir perspectivas para que o STF DANTAS INCORPORATION LTD volte a ser SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

Essa rede não vai ser mostrada no JORNAL NACIONAL, nem em VEJA, nem em FOLHA DE SÃO PAULO, pelo contrário. Joaquim Barbosa corre o risco de vir a ser crucificado, ou pressionado a aceitar as “regras” do jogo. O jogo é sórdido e a corrupção, por mais incrível que possa parecer, é detalhe. Por detrás de tudo isso, Gilmar Mendes, passagens de deputados e senadores utilizadas por parentes, amigos, namoradas, etc, toda essa podridão é apenas um disfarce que permite que o modelo FIESP/DASLU seja mantido.

E o esforço dessa gente é um só. Contam com a mídia. Desde Arnaldo Jabor e seus comentários remunerados – a mulher é funcionária do tucanato –, a Miriam Leitão – bancária (rs) – recebe de banqueiros (deixe os bancários saber disso), às mentiras de William Bonner, a todo o conjunto da grande mídia, mesmo os pequenos da grande, caso da REDE BANDEIRANTES.

O institucional está falido. Não é só a justiça. E os “lutadores do povo”, expressão de César Benjamin, têm a tarefa da resistência do contrário daqui a pouco vão estar dizendo que jacaré é tartaruga e passando a escritura definitiva do Brasil na hipótese de um deles, José Serra vir a ser o presidente da República.

Gilmar é o cara da hora na bandidagem. E foi isso que a reação indignada do ministro Joaquim Barbosa mostrou. A nota de solidariedade ao presidente da STF DANTAS INCORPORATION veio dos seus empregados. Aí não vale, é coação.


domingo, 26 de abril de 2009

Uma doença chamada preconceito

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Eu gostaria de mudar um pouco o foco de hoje, só um pouco, se vocês me permitirem. Hoje não falaremos de política e sim sobre preconceito, um assunto tão importante e polêmico quanto. Talvez, no fim do texto, terá alguma relação com política, não sei ainda, escrevo direto no publicador do blog e não vou reler, as palavras fluirão direto para cá e depois é caminho sem volta. Me perdoem se eu cometer algum equívoco ou excesso, ok?

Eu sou descendente de italianos, espanhois, mineiros e baianos, descendentes estes de um senhor de terras europeu e uma escrava. Costumo brincar que herdei o melhor de cada raça, os olhos verdes e o cabelo preto liso da Itália, a estatura de gigante (1.90 de altura) da Espanha e a perseverança tupiniquim. Não me considero nem negro nem branco, sou tão misturado quanto um cão de rua e tenho orgulho disso. Os viralatas são os mais fortes.

Na escola meu apelido era "negão", embora eu não tenha a belíssima pele negra. Me chamavam assim simplesmente por ser o menino mais escuro da sala. Na época não via isso como um sinal de discriminação e ainda não vejo. Gosto de conservar a inocência do pensamento "não o faziam com maldade e sim com afeto". É claro que eu cansei de ouvir piadas sobre isso, racistas até, quem nunca ouviu? Tolerei as piadas até um ponto em que percebi que a tolerancia, em alguns casos, incentiva o crime. Com uma briga, da qual não me orgulho, levei ao chão o piadista e todas as chacotas. Depois disso, nunca mais me importunaram.

Pessoalmente, eu nunca entendi a lógica perversa do preconceito e existem tantos, sexual, religioso, racial, espiritual ou mesmo financeiro. Algumas pessoas se apegam tão firmemente na idéia de odiar o outro que isso torna-se uma parte delas, uma espécie de muleta psicológica, por assim dizer. São raros os exemplos de racistas ou homofóbicos lendários que voltaram atrás. Para mim tudo se baseia no conceito da alteridade: tudo o que é diferente deve ser temido e combatido. Besteira.

Cientificamente, a única diferença um homem branco e um homem negro, ou asiático, ou indio é a concentração de melanina na pele. Isso deriva da exposição ao sol, brutal na África, insignificante na Dinamarca. Adaptação, modificação, sobrevivencia. Não existe nenhum defeito nisso. Nenhum.

Existem dois tipos de racismo: declarado, como nos Estados Unidos, ou disfarçado, como no Brasil. Lá, negros e brancos não se misturam e ponto final. Existe uma convivência pacífica, desde que cada qual fique em seu canto. Nos Estados Unidos, dinheiro é uma coisa, vida pessoal é outra. Lá, um negro ou um mexicano sobe na hierarquia até a presidencia, se tiver a competencia - só precisa trazer dinheiro, desde que mantenha-se "no seu lugar". Aqui, as relações domésticas são misturadas até certo ponto (namoro inter-racial torna-se uma constante somente agora), mas as empresas ainda preferem um executivo que tenha a mesma cor que o proprietário (um racismo de mão dupla). O nosso é o racismo disfarçado. Ninguém se diz racista, mas todos conhecem um.

Eu não vou explicar aqui a origem do racismo brasileiro, não tenho essa pretenção. Sei o bastante e acho que poderia explicar um tanto, mas acho que o texto ficaria enfadonho. Se quiserem que eu o faça, por favor peçam por comentários. Se tiver pedidos o bastante, o faço, prometo. Aliás, só como curiosidade, o preconceito está tão enraizado na nossa cultura que se faz presente nos nossos dicionários: mulato (deriva de mula, animal estéril, que não presta para reprodução, somente para carga e trabalhos físicos), denegrir (como se tornar-se negro fosse demérito) ou preterir (transformar alguém em preto, e portanto, não ser a primeira escolha - aprendi com um professor de linguístima, mas a leitora Olegna me corrigiu: 'preterir' não da raiz de 'preto', mas da mesma de 'pretérito' (latim 'praetereo', i.e., passar, decorrer e, p.ext., exceder, levar vantagem, desprezar, omitir)). Isso só para ficar com alguns exemplos.

Certa vez conversei com um senhor chamado Rainer Erkens, diretor do escritório brasileiro do instituto alemão Friedich Naumann. Conversamos sobre as cotas em universidades. Ele me contou uma história interessante. Certa vez, ele foi convidado para falar sobre o assunto em uma universidade em Brasília (creio que a UNB). Antes dele, um orador (branco) defendeu as cotas como ferramenta de inclusão social. Logo em seguida, o senhor Rainer falou à platéia. Fez um discurso controverso, que converge com o meu, sobre o mecanismo perverso que é o sistema de cotas. Ao invés de garantir vagas aos afrodescendentes em universidade pela capacitação e o investimento na escolaridade de base, com maior aporte social, o fazem pela raça. Isso é uma prova de racismo do Estado brasileiro: desfaz a máxima da bíblia, não ensina a pescar, só dá o peixe. Deveriam investir na educação para que eles tivessem tantas condições de entrar na faculdade quanto qualquer outra pessoa. Os negros e descendentes não devem entrar na faculdade por favor e sim por mérito, precisam só que o Estado racista dê condições para fazê-lo. O senhor Rainer foi aplaudidíssimo depois da sua palestra, sendo convidado inclusive por um grupo de estudantes negros a dar uma outra palestra sobre o mesmo assunto em uma outra data.

Ontem eu tive uma conversa contem com a leitora Érica e umas amigas dela sobre religião. À mesa, além da Érica (que escreverá um artigo impagável e imperdível sobre moda para o blog Amélias ainda hoje) estava também uma garota chamada Aline e a Kyung, uma coreana simpaticíssima. Todas umas queridas, pessoas muito bacanas.

Sei que entrarei em terreno perigoso aqui, mas espero que me entendam, por favor. Depois de praticamente uma hora de debate sobre religião, chegamos à seguinte conclusão: não há uma necessidade inerente de seguir uma religião, existe sim a obrigatoriedade de se fazer o bem. Ponto final. Meu argumento, acordado por todas, foi: seguir à risca os ensinamentos de uma religião significa mandar para o inferno bilhões de outras pessoas, que podem ser tão boas ou mais que você, simplesmente porque elas ajoelham e rezam para o Deus errado. Faça o bem e espere que lhe façam o bem, faça o mau e você dá ao mundo o direito de ser mau com você. Tão universal e abrangente quanto isso é impossível. Se todas as crenças fizessem isso, o mundo seria infinitamente melhor.

Religião é um assunto complicado. Deus é amor, Deus é vida, já ouvi tudo isso, mas as guerras mais sangrentas da humanidade foram travadas em nome de Deus. Não li em canto algum da biblia, do alcorão ou do torá a seguinte passagem "deves exterminar da face da terra todas as outras religiões". Felizmente no Brasil não vemos o genocídio religioso, mas à direita do meridiano de Greenwich isso é muito comum. Toda essa violência é fruto do homem. É a perversão de algo sagrado para servir a interesses pessoais. Um sujeito tem bronca de outro povo, então incita todos os seus conterrâneos a matá-los, de acordo com uma passagem mal interpretada do livro sagrado. Acontece em todas as religiões, é inerente do ser humano: pra que fazer algo se tem alguém mais burro para fazer por você?

Então, por fim, chego à seguinte conclusão: o preconceito é uma doença seríssima. Todas se baseiam no medo dos outros. Ao invés de culpar a si mesmo pela falta de capacidade para obter o sucesso, preferem condenar os outros que o conseguem. O preconceituoso é acima de tudo um egoísta e um covarde. Esconde seus defeitos atrás dos outros. É um fraco.

Enfim, podem começar a jogar as pedras em mim.

censurado

sábado, 25 de abril de 2009

Força Política da Região da Bacia do Rio Piancó (Vale do Piancó)


Por Francisco C Alexandria em 25/4/2009

A Região do Vale do Piancó é composta pelos seguintes municípios: Aguiar, Boa Ventura, Catingueira, Conceição, Coremas, Curral Velho, Diamante, Emas, Ibiara, Igaraci, Itaporanga, Nova Olinda, Olho D’Água, Pedra Branca, Piancó, Santa Inês, S. Mangueira, S. Garrotes, S. J. Caina e Serra Grande. Ao todo são vinte municípios pertencentes à região, salvo a minha memória.

Nas últimas eleições do ano passado (2008) o Vale do Piancó possuía inscritos 119.696 segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. A região é pouco povoada, mas um número bastante expressivo de eleitores. Foram eleitos nessas últimas eleições prefeitos e vereadores para os municípios citados, assim como em outras regiões da Paraíba, como também em todo Brasil.

Os maiores municípios, em número de eleitores, são: Itaporanga, Conceição, Coremas e Piancó. Estes possuem as seguintes quantidades de eleitores com dados extraídos do TSE, 16.176, 13.148, 11.539 e 11.035 nessa ordem. Portanto, a grosso modo, pode se extrair os pólos de influencia política dessa região pelos municípios ora citados. Sendo o maior, pelos números, Itaporanga.

Uma análise, levando-se em consideração a influencia histórica, aproximada teria os seguintes municípios polarizados por Itaporanga: Boa Ventura, Curral Velho, Diamante, Nova Olinda, Pedra Branca, Santana de Mangueira, Caiana e Serra Grande. Somente com estes municípios citados e incluindo Itaporanga, teriam, segundo dados extraídos do TSE, 47.658 eleitores. Muitos eleitores, quantidade suficiente para influenciar na Assembléia Legislativa Estadual e, por tabela, no Congresso Nacional.

Bom... mas, as necessidades das pessoas dessa região cresceu, a economia do Brasil, também, cresceu até o terceiro trimestre do ano de 2008, cresceu a poluição do Rio Piancó, cresceu a quantidade de famílias necessitando por moradia, cresceu a quantidade de motos circulando e matando os próprios condutores, cresceu a necessidade por água, cresceu o desmatamento da Caatinga, cresceu a necessidade por saúde e cresceu a criminalidade.

Sabendo se que as crises do Capitalismo são cíclicas, logo mais teremos recuperação econômica e, por conseqüente, os problemas vão aumentar mais uma vez, portanto, a população de região precisa urgentemente de representação política, dela mesma, na assembléia estadual e no congresso nacional. E, ai está mais um problema, uma crise de representação. O Vale hoje está sem representação expressiva. Necessita-se de um ser político que entenda a real necessidade da região, que leve os problemas da região às tribunas e que traga solução para os problemas citados... e não são poucos os problemas.

Em 2006 tivemos somente um candidato a deputado estadual eleito por essa região tão rica em votos, o deputado Branco, eleito pela a sigla do PFL na época. Esse, parece que nem pertence aos pólos de influência citados aqui. Tivemos para deputado federal Wilson Braga eleito pelo PMDB, lá de Conceição, mas exerce influência em toda Paraíba. Mesmo assim, a representação dos pólos de comando continua muito fraca.

É preciso que todos habitantes dessa região, e, ai, eu me excluo dessa, escolham representantes deles mesmos. Pois eu não sou eleitor do Vale, eu me encontro fora, mas mesmo assim, eu me preocupo com a região. Eu temo que num futuro próximo, se nós não cuidarmos de nós mesmos, podemos deixar o Vale em situação pior do que ela se encontra hoje, e pior, perdermos o bonde da história.
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Reportando à Mensagem de: Lucas escrevendo para Saulo


Por Francisco C Alexandria em 25/4/2009

Meu caro Lucas, parabéns pela lucidez com que escreve. Este seu comentário sobre a história de nossa terra, Itaporanga, foi brilhante.

Fiquei muito feliz em lê-lo e em saber que, em Itaporanga, existam homens de real conhecimento sobre a fundação da cidade até os dias de hoje.

A lembrança de Brunet Ramalho com narração dos fatos daquela época fez me lembrar das conversas do meu pai com os meus tios. Fez justiça a esse homem(Brunet Ramalho) e faz pensar como a sociedade evoluiu, como era difícil viver naqueles tempos e como é benéfico o progresso tecnológico.

As lembranças das pessoas da época como Lô (cenário daquele tempo). As lembranças do conflito Nitão x João Conserva, as lembranças de Dr Zé Gomes e os comentários sobre os descendentes de Alexandre Gomes da Silva.

As falcatruas da época: fraudes eleitorais, o poder da força dos líderes déspotas.

Obrigado pelos argumentos. São muitos bons e agora estão escritos, servirão de fonte para enriquecer a história de nossa cidade.

Abraço a todos;
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O Poeirão está chegando

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Uma tradição de 34 anos e que a cada nova edição ganha mais força.

Faltam poucos dias para o 1º de maio, mas o trabalho para organizar o Poeirão começou cedo. “É um evento muito trabalhoso pela dimensão que alcançou nos últimos anos e pela importância que representa para Itaporanga”, comenta Damião Pereira de Sousa, presidente do Atlântida Esporte Clube, entidade responsável pela realização do evento futebolístico.

Damião assumiu a presidência do Atlântida no início de fevereiro e o Poeirão será seu primeiro grande desafio administrativo. “Há muitos dias nós estamos trabalhando na organização, e já visitamos todos os municípios do Vale convidando pessoalmente as autoridades, as equipes e a população de cada cidade”, diz o presidente, que espera contar com a cobertura da imprensa televisiva do Estado: “nós convidamos a TV Paraíba e a Correio, porque nosso intuito é levar o torneio, considerado um dos maiores do país, além das fronteiras da região”.

Este ano algumas mudanças vão ocorrer para melhorar a organização do torneio, entre as quais o estabelecimento do dia 30 de abril como data limite para a equipe fazer sua inscrição, que tem um custo de 100 reais. Melhorou também a premiação em dinheiro: serão 5.700 reais. A equipe campeã receberá 3 mil, além do tradicional troféu gigante.

Uma outra novidade está reservada para a abertura do Poeirão: o desfile das equipes, do Atlântida até o estádio O Zezão, palco maior do evento, será acompanhado por um trio elétrico com música ao vivo. E o time que desfilar vai ter um abatimento de 20% no preço da inscrição. Quem for ao estádio também vai ganhar prêmios: camisetas e bonés serão distribuídos para a torcida.

A expectativa do presidente do Atlântida é que o número de equipes inscritas ultrapasse uma centena. “Nossa expectativa é a melhor possível”, enfatiza Damião de Duvan, como é popularmente chamado, ao agradecer o apoio do comércio de Itaporanga, “que é nosso grande parceiro na realização do Poeirão”.

Mas o torneio não é somente futebol: é festa, é bebida, é comida, é encontros e reencontros, é integração entre sítio e cidade e entre os municípios regionais. O Poeirão se traduz em um grande acontecimento sócio-esportivo.

São vários dias de disputa e em campo centenas de times. Fora dele muita farra e diversão. É o período em que Itaporanga mais recebe visitantes do Vale: bom para o comércio.

O Poeirão também é um fato político: todo ano, e neste não será diferente, algumas das maiores autoridades políticas e administrativas do Estado e da região participam da abertura do campeonato amador.
Folha do Vale - fotomontagem: Ariosvaldo - Foto: Rainério

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ex-prefeitos - Brunet Ramalho - 1921 a 1929

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Brunet Ramalho

José Brunet Ramalho nasceu no Sítio Catolé, município de Misericórdia, no dia 23 de outubro de 1883, filho de Napoleão Carlos Brunet e Maria Ramalho Leite Brunet. Seu pai era descendente direto do cientista francês Louis Jacques Brunet, que andou pelo Brasil, no século passado, fazendo filhos e estudando a nossa flora e fauna, o que lhe deu fama internacional.

Ainda criança, Brunet, com a família, mudou-se para a cidade de Pombal, onde estudou as primeiras letras, fez o primário, tornou-se adulto e se interessou pela política. No final da década de 10, ainda em Pombal, foi convocado pelos Nitão, seus parentes afins, para assumir o comando político da família em Misericórdia, já que os seus principais membros estavam em luta com o pessoal do Jenipapo e não tinham tempo para se dedicar às atividades partidárias. Ele atendeu prontamente o convite e, pouco tempo depois, já era reconhecido e admirado pela população de Misericórdia que, em 1921 o elegeu prefeito do município, à época um dos maiores do Estado, com diversas vilas e povoados.

Brunet, um dos prefeitos mais jovens de Itaporanga, foi um homem de visão e muito operoso para os padrões da época, quando os administradores dispunham de poucos recursos financeiros para a manutenção da máquina oficial.

Administrou Itaporanga de 1921 a 1929. Neste período, importou da Alemanha um potente motor para o fornecimento de energia elétrica para a iluminação pública e residencial da cidade. O equipamento foi instalado por por Ítalo, um mecânico Italiano, especialmente contratado pelo prefeito. Esse motor funcionou, com algumas interrupções, até o início dos anos 60, quando no governo de Dr. Paizinho a cidade passou a ser servida por energia fornecida pela hidrelétrica de Coremas. Ainda hoje a volante deste motor se encontra na praça Frei Martinho, por trás da igreja matriz de Nossa senhora da Conceição.

Urna história trágica, segundo Décio Mangueira, envolve o transporte do motor entre o Porto de Cabedelo, via Campina Grande, até Misericórdia. Naquela ocasião o Vale do Piancó vivia momentos de apreensão e medo. Fazia poucos dias que a Coluna Prestes havia passado por lá deixando um saldo de 26 mortos. Certa manhã, a população de Piancó foi surpreendida com a presença de urna enorme máquina, transportada em toras de madeira puxadas por burros. Pensando tratar-se de urna arma de guerra atiraram contra os tangedores dos animais, terminando por matar o chefe deles. Depois tudo foi esclarecido, mas o que tinha sido feito estava feito e nada mais se podia fazer. Só esquecer e deixar o dito pelo não dito. E assim aconteceu.

Amante das artes, José Ramalho Brunet criou a primeira banda de música da cidade, cuja regência foi entregue ao maestro Batista Siqueira, natural do município de Conceição. Foi também responsável pela vinda de duas professoras para a cidade, dona Elvira e dona Zuleima, que alfabetizaram centenas de crianças e jovens itaporanguense.

Criou o Conselho Municipal, que se reunia periodicamente para discutir para discutir os problemas da cidade, e construiu o Mercado Público, cujo local deu origem, anos depois, à sede da Prefeitura Municipal, onde funciona até hoje.

Preocupado com o urbanismo da cidade, estimulou os donos de imóveis a modernizarem suas residências, melhorando os aspectos das fachadas e construindo calçadas para maior conforto dos transeuntes.

José Brunet Ramalho, foi o primeiro prefeito de Itaporanga, eleito em eleição direta e pelo voto nominal (voto cantado), onde o eleitor dizia aos mesários o nome do seu candidato. Quando terminou o seu mandato, tentou a reeleição. Venceu duas eleições seguidas, mas os resultados não foram reconhecidos. No terceiro pleito houve muita confusão, tiroteio e, ao final, o eleito foi o médico José Gomes da Silva.

Desgostoso, seguiu para Princesa Isabel. Foi juntar-se às tropas do seu amigo, o coronel José Pereira de Lima que lutava contra as tropas do governo estadual. Naquela ocasião, sofreu na pele a derrota das tropas Perrepistas. Resolveu então viajar para São Paulo e unir-se ao movimento que se formava contra Getulio Vargas, o chefe dos seus inimigos políticos e pessoais na Paraíba. O ano era 1932. Desde que chegara a São Paulo Brunet unira-se aos revolucionários, primeiro participando das reuniões políticas e depois do movimento armado. De arma em punho, nas trincheiras da luta, viu muita gente morrer, milhares de pessoas ficarem feridas.

Ele acreditou sempre que todo aquele sacrifício valeria a pena. O ano ainda era 1932. E no dia 10 de maio, todo o seu sonho de vitória havia caído por terna. As tropas paulistas não suportaram a superioridade e a capacidade bélica das tropas de Getulio e se renderam. E, naquele dia, o seu coração também não suportou mais urna derrota, mais urna humilhação e explodiu vítima de um ataque fulminante. Naquele momento, Misericórdia perdia um dos seus filhos mais ilustres, que deixou viúva Julia Leite Brunet e na orfandade Napoleão, Francisco, Carlos, Joãozito, Ivo, Eunice, Lucrécia, Carmelita e Clemilda.

Brunet Ramalho foi um dos candidatos a "O Itaporanguense do Século" mas obteve apenas 24 votos num universo de 1509 eleitores, sendo que deste total 09 votaram em branco ou tiveram seus votos anulados. Brunet obteve o penúltimo lugar, dentre os onze candidatos. A Vencedora foi Mãe Burrego que obteve 583 votos, ou seja, 38,9% dos votos válidos.

Fontes: Revista Itaporanga, janeiro de 2000 e Revista O Itaporanguense do Século, junho de 2001

De omni re scibili


Por Lucas em 23/4/2009

Meu caro Saulo,

Às vezes, custa-me a crer em premonição, outras tantas em telepatia, entretanto, vejo-me obrigado, em várias circunstâncias, a acreditar em ambas, como no presente momento em que leio tua mensagem, pois ela já estava pronta em meu computador, não digo ipsis litteris, para ser enviada ao Itaporanga-net ou ao blog de Rainério. Salvo alguns outros itens, o enredo é o mesmo o que me deixa a cavaleiro para fazer minhas, tuas frases. Na tua magnífica exposição sobre os grandes prefeitos de nossa Itaporanga, esquecestes, quiçá, o maior deles, Brunet Ramalho.

Aquele Moço, lá pela década de 20 fez uma das melhores administrações que se tem notícia, até então. Quando as ruas de Itaporanga enchiam-se com o odor irritante dos fachos de carbureto, acesos todos os fins de tarde até os prenúncios da madrugada, para iluminar a cidade, Brunet, num esforço hercúleo conseguiu a compra de um motor alemão movedor de um potente dínamo que fornecia luz ao nosso município. Este sistema perdurou até quando outro gigante da administração de Itaporanga, Francisco Clementino de Carvalho, Doutor Paizinho, trouxe a benéfica energia do sistema hidrelétrico de Mãe d’água, em Coremas, uma vez que o velho motor não atendia a contento, face ao crescimento de nossa Comuna, desde sua implantação.

Tentando ilustrar a história deste motor, conto alguns fatos e ditos folclóricos do imaginário itaporanguense. A princípio o motor foi instalado à Praça Frei Martinho, esquina com a Santos Dumont, ao lado direito de quem sai para Piancó, onde mais tarde, salvo engano, foi instalado um posto telefônico ou escritório da TELPA. Nos idos de 50 a responsabilidade de gerar a energia para a cidade ficou a cargo de Lô Soares, honrado cidadão de Itaporanga.

Pois bem! Quando a noite começava a se fazer presente, Lô virava o motor. Como o sistema era um tanto precário, não havia a Chave Geral de Energia, em conseqüência, à proporção que o motor ganhava velocidade, o dínamo ligado a ele por uma grande e grossa polia, conhecida como CIA, passava, gradativamente, a fornecer energia, acontecendo, então, um fenômeno especial, as lâmpadas iam se acendendo vagarosamente até atingir seu brilho total. Neste ínterim, à medida que as Lâmpadas se acendiam, surgiam os ditos folclóricos da população com sons onomatopéicos: Lô-motor....lô-motor.....lô-motor, até haver o brilho completo da iluminação. Posteriormente, aquele sistema elétrico de iluminação foi deslocado para o prédio aonde, antes, funcionara o açougue, na Argemiro de Figueiredo, hoje talvez, esquina com a Horácio Gomes, pois na época, ficava em frente às casas, ainda não demolidas, da zona do meretrício.

Meu prezado Saulo, feliz do vivente que no começo do século tinha possibilidade de chegar aos estudos aos nove anos de idade, por aquelas paragens! Não só a precariedade das escolas como a ignorância do lar fazia com que os jovens começassem tarde as primeiras letras, aliás, tarde em relação aos dias de hoje, pois na época era coisa corriqueira. Portanto, não vejo mérito nem demérito em ter-se que iniciar as primeiras letras um pouco tarde, em relação aos dias hodiernos!

Outrossim, é sabido que no começo do século XX, as querelas políticas faziam parte do cotidiano das vilas e povoados do interior do Brasil. Na ânsia pelo Poder, famílias se digladiavam em lutas, muitas vezes injustas, acarretando verdadeiros banhos de sangue, com perdas de vida, até de inocentes, arrastados pela sanha egoística daqueles que queriam galgar o Poder a todo custo.

Em Misericórdia não era diferente. Na década de 10, Nitão, um dos influentes políticos de nossa Comuna, adversário político de outro não menos influente, João Conserva, foi assassinado quando se dirigia ao seu sítio, numa vereda que ficava, mais ou menos aonde se situa hoje a Rua São José. No ano seguinte, era morto João Conserva, na calçada de sua própria casa situada à praça João Pessoa, quando se preparava para o bate-papo costumeiro que fazia todas as tardes com seus correligionários e parentes, com tiros advindos de uma casinha esquina com a rua Santa Teresinha(Beco Estreito), com a Praça, onde mais tarde seria demolida para soerguimento da Farmácia de Tenente Augusto. Por ironia do destino, a cabana de onde saíram os tiros que vitimaria Nitão era a moradia de Zé Môco, enquanto que aquela casinha que servira de abrigo aos assassinos de João Conserva, era a moradia de Mané Môco, irmão de Zé Môco.

Na época, Misericórdia não tinha comarca, razão porque muitos correligionários de João Conserva, acusados da morte de Nitão, foram obrigados a se deslocar até João Pessoa, a cavalo, pois não havia outro meio de transporte, naqueles idos. Muitos decidiram fugir e se refugiarem em cidades circunvizinhas. A facção política no Estado era favorável a mesma do líder morto, Nitão, em nossa cidade, razão, talvez, daquela fuga de muitos oponentes à família Nitão para outras cidades. Quero frisar que Pernambuco era um estado próspero e pouco se importaria com querelas paraibanas, ainda mais no interior do Estado, para praticar perseguições políticas em nosso Estado.

O Ser Humano, muitas vezes, por vaidade ou por outro sentimento qualquer, costuma desviar a atenção de fatos que pertencem ou são de competência de uma gleba, de uma comunidade, em detrimento de um só indivíduo. Vimos um exemplo desta faceta, em 1994 quando o Brasil se sagrou tetra campeão, e a imprensa carioca, num bairrismo exacerbado, fez crer ou quis fazer ao Brasil, que os méritos da conquista pertenciam a uma só pessoa, Romário. É bem verdade que os seus gols foram o epicentro da conquista, mas, é mais verdade ainda, que sem a cooperação dos outros componentes do time, não haveria Tetra. Logo, a glória é de todos.

Em Itaporanga, de uns tempos para cá, estamos vendo, vez por outra, o surgimento de heróis naquela tentativa má sucedida dos perrepistas de invadir Misericórdia. Se não se perpetrou o intento das tropas de Zé Pereira foi graças às ações destemidas da população, na época, dos homens misericordienses que se alojaram em piquetes em defesa da cidade. Logo o mérito não pode ser dado a um só indivíduo, como forma de heroísmo.

Ninguém de sã consciência irá negar que Pitanga era uma pessoa inteligente. Eu que o conheci pessoalmente achava-o, não só inteligente, mas possuidor de uma sagacidade invejável, tanto que conseguiu atrair para si a admiração de muitos, mais parentes do Ilustre Dr. José Gomes da Silva do que dele mesmo, fazendo-os esquecer Aquele.

Aqui faço uma adenda para falar deste ilustre Itaporanguense. Segundo o que ouvia de meus Pais, Dr. José Gomes da Silva era um homem de critério, honesto, inteligente e, como dizia meu Pai, um Homem de Vergonha. Foi Deputado Federal através do voto livre do cidadão, sem necessidade de certas escamoteações que costumeiramente aconteciam nas eleições pelo interior do Brasil. Como honrado político que era, foi escolhido para dirigir o estado da Paraíba, como um dos seus Interventores. Decepcionado com a politicagem itaporanguense, deixou a Política e fixou residência no Rio de Janeiro até o ano de seu falecimento.

Foi casado com Dona Judith Gomes, mulher de fino trato, educada por natureza, que o ajudou com garbo, nos momentos difíceis de sua vida política. Esteve muitas vezes em Misericórdia, aonde fez várias amigas e segundo o que diziam os meus parentes, tratava-se de uma pessoa simples, apesar de ser a Esposa de um grande político e ser criada em meios mais adiantados, como o Rio de Janeiro. É necessário, pois, que a Sociedade Itaporanguense, em particular, os mais jovens, saiba da existência de Homens honrados, verdadeiros baluartes na vida de nossa Comuna. Políticos como Dr. José Gomes da Silva não podem e não devem ser esquecidos jamais por nenhum itaporanguense de sã consciência.

E mais, Dr. José Gomes da Silva é descendente direto de um dos fundadores de Misericórdia, Alexandre Gomes, cuja família deu origem não só aos Gomes, mas a outras distintas famílias de Itaporanga, como os Alexandria, os Conserva, os Pinto, os Figueiredo e muitos outros ramos destas famílias, como os Domas, os Dozinhos subramo dos Alexandria que ganharam estes nomes em virtude do epíteto de seus ancestrais.

Não vou falar aqui do que foi feito e do que não foi, e por quem, uma vez que outros escribas, abaixo, já o fizeram, alguns com muito garbo, até. Entretanto, é de bom alvitre que a história de nossa terra não seja passada aos mais jovens, muitas vezes, com paixões exacerbadas, outras tantas, tentando negar ou que caia no esquecimento, verdades que venham enaltecer verdadeiros homens que fizeram a vida política do município, para que alguns venham ganhar os loiros, isoladamente!

Quero, apenas, acrescentar, finalizando esta matéria, que Itaporanga, como outros municípios brasileiros, usou de estratagemas deveras interessante para a mochila política de alguns. Até a eleição para prefeito de Itaporanga, ocasião em que foi eleito Dr. Paizinho, quando não havia fotografia no título eleitoral, nosso município tinha 23.000 eleitores, e há quem diga 30.000. Com a aposição da foto no título de eleitor, nestas eleições, a que elegeu Dr.Paizinho, o nosso colégio eleitoral caiu, assustadoramente, para 4.300 eleitores.

Apenas, isto! Reflitam!
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quem foi Praxedes Pitanga?

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Praxedes da Silva Pitanga chegou tarde a escola. Somente aos oito anos tomou contato com um estabelecimento de ensino, mas aos nove já sabia ler, escrever e contar, uma prova cabal de sua enorme capacidade de aprender. Em 1910, freqüentando o Colégio Pedro Américo, dirigido pelo professor Manoel Diniz, adquiriu noções de francês, português. história e aritmética, o que lhe serviu, seis anos depois, para fazer os exames preparatórios no Liceu Paraibano, em João Pessoa. Chegou tarde a escola, mas ainda criança demonstrou um extraordinário tino comercial, tanto que antes dos dez anos de idade já negociava com miudezas nas feira de Misericórdia, São Boa Ventura e São Paulo, hoje Diamante.

Entre 1913 e 1914 manteve em funcionamento uma grande casa comercial, no centro da cidade, especializada em miudezas, chapéus, ferragens e estivas. Em 1915, no entanto, teve que liquidar o seu comércio. A seca daquele ano o levou a falência. Até algumas cabeças de gado que possuía teve que vender para pagar aos seus credores de Recife, onde adquiria as mercadorias que vendia. Nos anos de 1917 e 1918 fez os exames preparatórios no Liceu Paraibano e foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito do Recife, onde matriculou-se, mas não pode freqüentá-la por questões de ordem pessoal e política. É que as autoridades estaduais moviam uma severa campanha contra membros da família Jenipapo e muitos deles tiveram que ir embora, passando a residir no Ceará e no Rio Grande do Norte. Pitanga, no entanto, ficou na Paraíba denunciando seus adversários por todos os meios possíveis.

Com a chegada de João Pessoa ao Palácio da Redenção pode, finalmente, na companhia de José Gomes da Silva, assumir o comando político do município. A esta altura já era bacharel em Direito e uma pessoa bastante conhecida nos meios jurídicos e intelectuais da capital paraibana. O levante de Princesa Isabel o encontrou em Itaporanga, de arma em punho, lutando contra os Perrepistas. A sua ação valeu-lhe o cargo de representante do Ministério Público na comissão que apurava o levante dos comandados de José Pereira. De Princesa foi para Alagoa Grande como Promotor de Justiça e dali para Itabaiana.

Em 1934 rompeu com José Gomes e registrou uma legenda eleitoral, denominada "Reação Cívica", que elegeu três vereadores. No mesmo ano foi nomeado por Argemiro de Figueiredo para o cargo de Delegado de Ordem Política e Social, recentemente criado. Em 1937 foi nomeado prefeito de Antenor Navarro, hoje São João do Rio do Peixe, onde foi surpreendido pelo surgimento do Estado Novo. Argemiro de Figueiredo passou de Governador a Interventor e, no dia 8 de dezembro daquele ano, o nomeou Prefeito de Itaporanga, onde permaneceu até agosto de 1940, quando Argemiro foi substituído por Ruy Carneiro na Interventoria do Estado.

Estátua em homenagem a Pitanga, na praça João Pessoa Com a redemocratização do país fundou o diretório da UDN em Itaporanga e percorreu as cidades, vilas e povoados do VaIe do Piancó defendendo a candidatura de Eduardo Gomes. Em 1946 foi acometido de uma paralisia facial, mas deixou o Hospital São Marcos, em Recife, mesmo sem autorização médica, para participar da campanha em Itaporanga. Ao final conseguiu se eleger Deputado Estadual com uma votação consagradora. Em 1950 foi candidato a Deputado Federal, mas ficou numa suplência. Desligou-se da UDN e passou-se para o PTB de Epitacinho Pessoa. Foi nomeado advogado do Banco do Brasil mas preferiu ser candidato a Prefeito de Itaporanga, tendo o comerciante Sebastião Rodrigues de Oliveira como candidato a vice. Venceu a eleição derrotando Omar Mangueira e Chagas Soares.

Ao assumir a Prefeitura Municipal comprou um trator para conservação das estradas municipais, botou luz nas 7 vilas do município, melhorou o sistema de distribuição de energia da cidade, construiu um grande mercado publico, com 120 por 88 metros, no local do atual; levou um cinema para Itaporanga. construiu mercados em São José do Caiana e Serra Grande, instalou um serviço de alto falante e implantou vários campos de agricultura mecanizada e postos para a distribuição gratuita de medicamentos. Pitanga iniciou as obras de um sodalício onde, anos depois, foi erguido o Itaporanga Esporte Clube.

No seu primeiro mandato construiu um açougue na rua Argemiro de Figueiredo e estabeleceu a remoção do lixo urbano em carroças de tração animal. Foi ainda o responsável pelo novo trajeto urbano da cidade. As ruas da velha Misericórdia eram todas elas construídas no sentido norte-sul. As novas ruas por ele projetadas são todas no rumo do oeste. Vejam a Getúlio Vargas, a Soares Madruga, a Horácio Gomes, 13 de Maio, São José, Marques do Herval e outras. Para estimular a construção de prédios nas artérias projetadas ele próprio mandou edificar uma enorme casa, onde hoje funciona a Sétima Região de Ensino, e um dos maiores hotéis do sertão, na Getulio Vargas, O hotel desapareceu e no terreno foi construído o complexo comercial de Francisco Pinto Brandão e filhos, e a agência do Banco do Nordeste.

Renunciou ao cargo de Prefeito para ser candidato a Deputado Federal pelo PTB, mas novamente não obteve êxito. Argemiro eleito Senador e Deputado FederaL decidiu-se pelo Senado e Pitanga, finalmente, pode ir para o Congresso Nacional. De 1955 a 1958 destacou-se pelas matérias que apresentou, os discursos que pronunciou e as atitudes que adotou nos momentos mais difíceis da vida nacional, como a votação pelo impedimento de Café Filho e Carlos Luz, quando votou contra. Em 1962 tentou voltar à Câmara Federal, ficando numa suplência ao lado de Raimundo Asfora e Arnaldo Lafaiete. Depois deste insucesso revolveu abandonar a política o que fez em 1967, quando voltou à sua condição de Promotor de Justiça. primeiro em Itaporanga.depois de Campina Grande e. finalmente, em João Pessoa.

Aposentou-se com as honras de Desembargador e com as vantagens financeiras compatíveis ao cargo. A partir daí foi para a sua banca de advocacia, voltando a ser aquele advogado irreverente, corajoso e inteligente que a Paraíba aprendeu a admirar e a respeitar. Praxedes da Silva Pitanga não foi apenas um advogado. Foi um dos melhores que a Paraíba produziu nos últimos 100 anos. Acusando ou defendendo sempre prendia a atenção dos jurados, platéia, juiz e demais integrantes da Corte. Sua inteligência brilhante e a sua sagacidade eram aplaudidas e reconhecidas por todos. Como político, sempre fazia valer o seu ponto de vista e foi o único itaporanguense a passar pela Prefeitura de Itaporanga, em duas oportunidades distintas, como interventor e como prefeito eleito, pela Assembléia Legislativa e pela Câmara dos Deputados.

Pitanga era filho de Maximiano de Sousa Conserva e Porfiria Ilovina Conserva da Silva e nasceu no dia 02 de março de 1896, em Itaporanga. Casou-se com Maria Regina Guedes Pereira Pitanga e desta união nasceram Marcelo Maximiano, Frederico Augusto e Maria Alzira. Faleceu no dia 27 de março de 1991, em João Pessoa, e foi sepultado no Cemitério Senhor da Boa Sentença.

Pitanga foi Candidato a "O Itaporanguense do Século" mas obteve apenas 74 votos (4,9%), ficando em quarto lugar.
Rainério - Fotos: acervo particular

O Dia da Terra

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A Nasa anunciou que irá celebrar o Dia da Terra, nesta quarta-feira, 22/04, transmitindo imagens em alta definição do planeta, vindas de cameras instaladas em sua Estação Espacial Internacional (ISS). O ISS e sua equipe permanente de tres astronautas em órbita a 354 kms de altitude, fazem a volta à Terra a cada 90 minutos e podem ver 16 vezes o nascer e o por-do-sol, em cada dia.

O posto-adiantado orbital, visível a olho nú da Terra, avança a 28.163 km/hora.

As imagens poderão ser vistas em 22/4, de 10h à 13h GMT, de 16h às 18h GMT e de 20h às 23h GMT,em http://www.nasa.gov/ntv.

Fonte: clique aqui

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Entrado no Diálogo do Saulo com Lucas


Por Francisco C Alexandria em 21/4/2009

Meu caro Saulo, permita me entrar no diálogo entre você e o seu companheiro Lucas, permita - me, também, que eu o chame assim de você. Vamos acabar com as formalidades e dar ênfase ao DEBATE, é isto que eu acho rico em Democracia, um site como esse, que podemos expor nossas idéias (desculpe o acento de i-d-e-i-a), pois tudo, na dinâmica desse mundo, muda; tudo passa, não é mesmo?. Eu sei que você é um itaporanguese, um intelectual, um profundo conhecedor da história do município. Assim como nosso amigo Lucas, mas não entendo por que vocês usam pseudônimos. Fico feliz em ter respondido minha mensagem, pois a intenção dela foi incentivar ao debate.

Caro Saulo, eu não sou seguidor do Praxedes Pitanga não. Na minha frase “a impressão que tive foi a seguinte: Itaporanga teve como pai e criador Praxedes Pitanga e foi cuidada até Soares Madruga”. Tem um Pouco de exagero. Mas, convenhamos o “danado” do Velho impressiona a gente. A Biografia do Praxedes Pitanga é encantadora.
Confesso que a minha impressão sobre ele foi meio apologética, mas, ponderemos: até mesmo você citou 05(Cinco) feitos do Praxedes Pitanga: Casa, Hotel, Hospital, Clube e Mercado. Imagine isso tudo na época dele?

A casa (bangalô do Pitanga) é uma concretização de um projeto. Veja se “Por que Itaporanga se chama Itaporanga” no itaporanga.net. pois, no esboço das primeiras cidades, a tendência era seguir o Rio Piancó; sentido Norte/Sul da cidade. Teria que ter alguém que pensasse, de forma brilhante, a mudar o curso da cidade no sentido Leste/Oeste. A idéia foi do Pitanga, a execução foi do Pitanga.

Quando falo em pai criador eu exagero, mas criar um nome bonito e indígena como Itaporanga,registrá-lo é também ser Pai, é também ser criador.Veja: Misericódia Velha, Misericódia. Esse nome((Misericódia) não soa bem como Itaporanga. Concordo com o criador do nome Itaporanga, um nome mais interessante, mais garboso e indígena.Existem os pais que fazem e os, que criam.

Aprendi também um pouco da história da cidade da fundação com Joaquim carnaúba, João Medeiro, Alexandre Gomes da Silva e Padre Lourenço. Conheci as grandes contribuições dos governantes como Sinval Pinto, Adailton Teódulo etc.

Mas a minha intenção foi de mostrar que Itaporanga parou no Tempo, que a economia privada cresceu e a cidade está meio que parada e carente. Falta muita vontade política, falta planejamento, falta políticos como os citados, falta Escola Técnica, Falta Universidade etc.

Se Soares Madruga não amealhou riquezas para deixar seus descentetes deitados na grana, é sinal que não foi corrupto; Praxedes Pitanga morreu com mais de 90 anos, morava sozinho, vivia isolado. Será que foi a sina?

Abraços a Vocês todos irmãos itaporanguese;
Francisco C Alexandria
Foto: Arquivo pessoal de Rainério

Não precisamos de governantes


Por mair em 21/4/2009

Não precisamos de governantes, eles não fazem nada, não trabalham, não constroem edifícios, não limpam ruas, não produzem alimentos, apenas governam, porque precisamos de governantes...


"Todos Os Dias...

1

Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2

E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3

Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4

Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?"
Bertold Brecht

Pitanga criador de Itaporanga!!!!......


Por Saulo em 21/4/2009

MEU CARO LUCAS.

Muitas vezes sinto falta das suas epístolas e sou obrigado a fazer igual ao povo da Índia, recorrer a sabedoria dos mais sábios e mais experientes para seguir em frente com a minha caminhada.

Lendo o nosso Itaporanga net me deparei com a mensagem 1421, onde o nosso conterrâneo Francisco Alexandria, faz apologia à Praxedes Pitanga, citando-o, inclusive, como o criador de Itaporanga. Será? Acho que os meus pais, meus irmãos, meus professores me ensinaram diferente.

Aprendí que na década de 30, Pitanga por pura necessidade política, apenas mudou o nome de Misericórdia para Itaporanga e segundo uma tia que gostava da história da cidade, ele agiu assim para ferir seu adversário político, Dr. José Gomes que na época se revelava como o verdadeiro lider de Misericórdia e que trazia ao seu lado um jovem médico que ele lançou que foi o Dr. Balduino Minervino de Carvalho.

Como prefeito, Pitanga fez muito pouco e até dá para contar:

1 - A casa que o Alexandria se reporta e que ficou sendo uma propriedade particular;
2 - O Grande Hotel que também ficou sendo de sua propriedade;
3 - O prédio do hospital que nunca funcionou enquanto Pitanga foi político e que só veio a funcionar quando João Agripino foi Governador da PB e lançou Adailton Teódulo para derrotar a oligarquia de Balbuino ou seja, 32 anos depois;
4 - A sapata de um clube que também ficou sendo de sua propriedade e que foi vendido a sociedade de Itaporanga quase quarenta anos depois e que hoje é o Itaporanga Clube, cujo mérito de sua construção deve-se a uma briga entre o Dr. Galdêncio Mendes e o então presidente do Atlantida Clube Heleno Feitosa Costa;

clique para ampliar

5 - O antigo Mercado que apesar de uma Arquitetura Considerável, funcionou precariamentedurante muitos anos e que na gestão de Sinval Pinti foi derrubado e construido numa área bem menor, já que aqueles predios vizinhos ao mercado foram construidos no terreno do mercado e ninguém até hoje sabe como.

Eis as obras de Pitanga e até acho que o mesmo não foi um bom Político. Madruga sim, esse meu caro Lucas foi um político de nome para o Estado e fez muito pelo desenvolvimento da Região. Poucas pessoas sabem que Madruga morreu pobre na forma da Lei. Sua esposa Teogení, não ficou com nada e seus filhos até desempregados ficaram.

Francisco Clementino de Carvalho foi outro que trouxe para Itaporanga: Agua saneada, Energia de Coremas e calçou Itaporanga quase toda, na época, continuando uma obra começada por Sebastião Rodrigues.

Adailton Teódulo, José Will, José Silvino todos foram mais políticos e mais decisivos para o desenvolvimento de Itaporanga do que Pitanga. Quero que fique bem claro para os Leitores deste sítio, que Praxedes não criou Itaporanga e foi apeans uma figura folclórica para a história de nossa cidade.
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Colégio Monteiro Lobato - 20 anos fazendo história

O Colégio Monteiro Lobato, na cidade de Itaporanga, realizou nesta segunda (20) brilhantemente a V Feira do Conhecimento, este ano mostrando toda a história do educandário nestes vinte anos de sucesso e contribuição essencial na formação da educação local, onde já temos dezenas de profissionais surgidos lá e hoje desenvolvendo seus conhecimentos Brasil à fora.

O evento realizada no próprio educandário, durante o dia inteiro, contou com participação em massa da população itaporanguense que ficou maravilhada com a mensagem passada. Na verdade, uma demonstração in loco de como se formar cidadãos através da educação bem preparada, contextualizada, dinâmica e ensinada de maneira clara e objetiva.

O Colégio Monteiro Lobato tem como propriétária e diretora, Maria do Carmo Lima Mendes (Tia Kall) e conta com um excelente corpo de profissionais capacitados e dedicados, responsáveis pelo sucesso de muitos Feras. Confira, abaixo, alguns momentos da 'Feira' e detalhes da história do educandário.

Em março de 1985, Kátia Lúcia Fonseca Pinto Brasileiro e Maria das Graças Rodrigues fundam o "Mundo Encantado da Criança". Em um prédio alugado e situado à Rua Osvaldo Cruz, iniciaram-se as atividades escolares apenas com a ducação Infantil.Em 1988, já sob nova administração, da educaroda Maria Izete Pires Silva, implantou-se a 1 série do Ensino fundamental. Acima ilustração da primeira sede do educandário. Kátia Brasileiro (fundadora) e Mª do Carmo Mendes/Tia Kall (atual proprietária e diretora)
Em junho de 1990 o Mundo Encantado da Criança (foto acima com ilustração da primeira sede) passa a se chamar Colégio Monteiro Lobato. O que há de novo não é apenas o nome, mas também a proprietária, Maria do Carmo de Lima Mendes (Tia Kall), foi se integrando, se envolvendo com a proposta pedagógica, professores, alunos e pais, quando percebeu que estava na direção do referido colégio.Transcorridos dois meses de nova administração, o atual prédio não comportava os novos alunos e funcionou provisoriamente até o término do ano letivo no prédio do Centro Pastoral, cedido pelo então vigário Padre José Sinfrônio de Assis Filho (Monsenhor Zé Sinfrônio, já falecido). Em 1991, foi implantada totalmente a primeira fase do Ensino Fundamental e passou a funcionar em um imóvel alugado, localizado na Praça Frei Martinho nº 72. Em janeiro de 1995 foi implantada a 2ª fase do Ensino Fundamental. Este foi um ano em que o colégio passou a funcionar em instalações próprias, com área construída de 1.650m x 980m. Em fevereiro de 2003, para atender a um antigo e reincidente apelo dos pais foram implantadas a 1ª e 2ª série do ensino médio. Mas em fevereiro de 2004 implantou totalmente o ensino médio, passando a escola a funcionar manhã e tarde nas modalidades Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio e firmou parceria com o sistema GEO de Ensino.Durante a construção dessa história o Colégio Monteiro Lobato, sempre esteve empenhado em ofertar não apenas um conhecimento científico e intelectual, mas também um conhecimento que culminasse em uma vida cidadã.Na Sala da Saudade os atuais alunos relembravam, através de exposição, a trajetória e passagem de professores e alunos de ontem, já falecidos, numa bela homenagem às suas memórias.Sala da saudadeNa foto acima, a equipe de professores do Instituto Educacional Monteiro Lobato, durante encontro com a equipe pedagógica do GEO (parceiro do eduncandário), ano passado.

rpscom

Prefeitura de Itaporanga recebe recurso para construção do aterro sanitário

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O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, (CDHM), deputado Luiz Couto (PT-PB), informou nesta segunda-feira (20) que o governo federal liberou o total de R$ 2.074.581,21 para nove municípios paraibanos, no período de 8 a 14 deste mês.

Baseado em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), o parlamentar esclareceu que os recursos são provenientes de emendas parlamentares, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da programação estabelecida pelos ministérios.

“Esse dinheiro será utilizado em melhorias sanitárias de domicílios, sistema de abastecimento de água, aquisição de equipamentos e materiais permanentes para unidade de urgência e emergência, etc”, explica Couto, acrescentando que as cidades contempladas são Gurinhém, Itaporanga, Patos, Paulista, Santa Rita, Triunfo, Campina Grande, João Pessoa e São Bento. Este último recebeu mais de R$ 400 mil.

O municipio de Itaporanga recebeu R$ 40.000,00 relativo ao convênio com a Funasa, primeira parcela, que tem por objeto a construção de um aterro sanitário.

ITAPORANGA

Nº Original:

CV 1137/06

Objeto do Convênio:

SISTEMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Órgão Superior:

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Concedente:

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - DF

Convenente:

PREF. MUN. DE ITAPORANGA - PB

Valor Convênio:

200.000,00

Valor Liberado:

40.000,00

Publicação:

30/06/2006

Início da Vigência:

20/06/2006

Fim da Vigência:

16/05/2009

Valor Contrapartida:

6.609,00

Data Última Liberação:

14/04/2009

Valor Última Liberação:

40.000,00


Da Ascom Luiz Couto, com informações do Siafi

domingo, 19 de abril de 2009

Lonas Azuis


No caminho da sorte, a alma perdi
Dei um beijo na morte e sobrevivi
Mas perdi o meu medo,
A viver aprendi

Fiz do mundo o meu palco, do sol minha luz
Pra fazer o meu circo usei minha cruz
De um pedaço de céu, fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.

Aprendi que nem sempre é feliz quem procura
Que a vida mais fácil também é a mais dura
Que a estrada mais curta é também mais escura.

Fiz do mundo o meu palco, do sol minha luz
Pra fazer o meu circo usei minha cruz
De um pedaço de céu, fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.

Aprendi na descida, mais forças ganhar
Pra chegar na subida e não desanimar
Sou da vida um artista, ganhei meu lugar.

Fiz do mundo o meu palco, do sol minha luz
Pra fazer o meu circo usei minha cruz
De um pedaço de céu, fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.
Do céu eu fiz as lonas azuis.
Raul Gil

sábado, 18 de abril de 2009

Visitei Itaporanga


Por Francisco C Alexandria em 18/4/2009

Meus amigos, nesse mês de Abril de 2009, eu visitei a minha cidade de Itaporanga. Confesso que me senti feliz ao ver os meus familiares, amigos etc.

Mas, a impressão que tive foi a seguinte: Itaporanga teve como pai e criador Praxedes Pitanga e foi cuidada até Soares Madruga. Esses foram os dois políticos e governantes que pensaram em, no mínimo, num projeto de uma cidade lá no Vale do Piancó, lá em minha Itaporanga.

Com Praxedes Pitanga, foram pensados planejamento, a expansão do território urbano e o desenvolvimento do comércio local. Ele foi prefeito, deputado estadual e deputado federal. Uma prova disso: foi a construção da residência desse político em comento, na época, lá próximo do Colégio Padre Diniz (algumas de minhas irmãs estudaram lá).

Soares Madruga NÃO foi prefeito, mas foi deputado estadual e líder do governo estadual, na época, e, as vezes, gozava privilégio de governador de estado, andava até jatinho, etc. Com Soares Madruga, tivemos a vinda de algumas melhorias, em termos de infra-estrutura: a construção de escolas de ensino, conjunto habitacional, tudo isso era, no mínimo, o que ele deveria fazer.

O momento de Praxedes Pitanga era do Nazismo na Europa (ditaduras) e Varguismo aqui no Brasil. O, de Soares Madruga, Guerra Fria: EUA x URSS e Final da Ditadura Militar no Brasil. Mas, os dois trouxeram ou acrescentaram algo ao desenvolvimento da cidade. Não entremos no campo das ideologias.

Bom, mas voltando à visita. A entrada da cidade, a visão do Cristo, o verde propiciados pelas chuvas... tudo lindo uma maravilha. Mas, procurei uma agência da Caixa Econômica Federal e me informaram que a mais próxima ficava em Patos a mais de 100 Km. E pensei... Itaporanga já teve uma agência da CEF, portanto, a cidade regrediu. As ruas de minha cidade possuem buracos, desigualdades nas pedras do calçamento, algo desconfortável. Sem falar em quebra-molas, pois estes são tendências das cidades. Faltava água nas torneiras quando cheguei (problema antigo da cidade: falta d’água), não por falta de barragens nem lençóis freáticos. Na saída da cidade para Boa Ventura vi uma língua-negra de um esgoto que corre para desaguar... parece-me... que em um rio!. Não vi uma Escola Técnica Federal nem uma Universidade. –Pensei, a Cidade está carente!. Resultado de administrações medíocres a medianas. Reflexo de falta de planejamento urbano, de despreparo e de desrespeito para com a população.

Itaporanga hoje está carente de líderes políticos. E não vai demorar muitos, os políticos de outras cidades como João Pessoa, Campina Grande, Patos etc, todos vêm, por troca de favores, pegar voto em Itaporanga. Agora pergunto: Que interesse esses políticos têm com a cidade, senão conseguir votos. Um forasteiro vai trazer alguma melhoria pra Itaporanga?. Por favor, responda-me. A resposta todos sabem: se muito trouxerem são esmolas.

Pude observar que o comércio local cresceu! Cresceu mesmo!, o dinheiro circula muito bem lá, mas por que este crescimento? A economia brasileira, até o ano passado, estava em crescimento, a região nordeste também, os estados também estavam e não seria diferente com os municípios e nem com Itaporanga. O setor privado dessa cidade cresceu. O comércio, o setor serviço como hotéis, até indústria! Como a fábrica têxtil na saída da cidade.

Comparem a cidade de Patos na Paraíba com a nossa cidade. Patos pode ter os problemas de uma cidade, mas parece uma cidade de um Estado rico. Oferece muitas coisas aos visitantes, aos habitantes. Patos tem planejamento, tem desenvolvimento, pois criou os meios necessários ao crescimento.

Se o Praxedes Pitanga ou o Soares Madruga estivessem em nosso meio agora eu diria, mas estando mesmo no além, que me escutem: Itaporanga sem representantes na Assembléia Estadual, na Câmara Federal, no Senado sem prefeitos e vereadores que pensem em planejamento, em desenvolvimento vai padecer muito, e olhem que eu nem falei em indicadores sociais. Todas as nações que evoluíram, que se desenvolveram, priorizaram o desenvolvimento humano, planejamento e competência.

Itaporangueses, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”, como diria Geraldo Vandré.
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