Por Francisco C Alexandria em 16/4/2009
Quando são chegadas as estações chuvosas no sertão nordestino, a natureza devolve estas bênçãos em forma de explosão verde, neste momento tudo é festa. Animais e vegetais todos estão em clima propício para nascer, brotar, alimentar, crescer e reproduzir. A mãe natureza nordestina está radiante, os elemento que resistiram às estações secas agora estão fortes, vibrantes e viçosos.
Fim de um período chuvoso, os vegetais cresceram e geraram sementes, agora é o período das folhas caírem e a vegetação de menor porte secar. Nesse momento, os homens que trabalham na Caatinga necessitam de botar a floresta a baixo, de derrubá-la a toques de roçadeiras, foices e machados e finalmente o homem da caatinga ateia fogo na floresta que foi derrubada, isso é a prática da agricultura e da pecuária, ambas desordenadas. Estas práticas passam de pais para filhos. Tudo isso era como os primeiros homens extraíam os alimentos deles da natureza e abriam matas para as pastagens a fim de alimentarem os rebanhos e a eles mesmos.
Como resultado desta devastação, temos: animais nativos mortos e incinerados, vegetação nativa destruída e transformada em cinza e fumaça. Um desequilíbrio brutal para o meio ambiente. Chegamos ao ponto de não termos quase nada da Caatinga nativa nem dos animais que viviam nela antes. Cadê a aroeira, a umburana, a catingueira, o mororó, o mandacaru, o xique-xique e a macambira?. Cadê o lobo guará, o tatu e o tamanduá?. Cadê as abelhas indígenas que alimentavam nossos ancestrais do doce mel como a mandaçaia, urucu e manduri, muitas condenadas à extinção e agora o que fazemos?
Chegou a hora dos indivíduos enquanto cidadãos pensarem o que querem para si e para o planeta. O planeta Terra está aquecendo cada vez mais. O homem agora é vítima da própria ação que praticou durante muito tempo. E o sertanejo, também, contribuiu com a poluição. Este não é um problema de ricas nações.
Da mesma forma que ação do homem pode ser usada de maneira destrutiva, ela, também, pode ser usada construtivamente. Um modelo econômico centrado na educação, de forma a conscientizar os indivíduos habitantes do bioma Caatinga. Como também, este mesmo modelo, centrado na ecologia de forma a preservar o meio e dar fomento ao crescimento justo e sustentado seriam algumas das soluções para conviver com o ambiente em que chegamos.
Este é um desafio que os habitantes do sertão nordestino terão de enfrentar sob pena de transformar todo esse espaço geográfico em um deserto.
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