Eu, e creio que vocês, também, tive uma infância que foi pautada por ricos ensinamentos advindos de ricas leituras de livros que minha mãe nos ofertava, a todos nós seus filhos. Ao ler
as queixas de Tarso, em sua matéria, “Cadê Vocês?”, recorro-me a Maria Madalena que lhe responde, com muita propriedade através de sua matéria,
“Eles Não Se Calaram!”, e é verdade, apenas não esperávamos que nossos prognósticos se desencadeassem com tamanha velocidade de tempo. Então, tudo isto me faz voltar aos dias daquela infância, trazendo-me à mente uma bela estória de nosso escritor, José Lins do Rego.
Num reino qualquer do nosso imaginário, vivia uma rainha que, por não possuir filhos, era louca para engravidar, mas não acontecia nada. Um dia, desesperada, já um tanta aflita, pediu a Deus que lhe concedesse um filho, nem que fosse uma cobra. Meses mais tarde, todo Reino ficou festivo, pois a Soberana estava grávida e pouco tempo depois ela dava à luz uma linda garotinha, divinamente encantadora. Mas, em toda estória que se preze tem que haver um Porém e o Porém desta nossa, é que a princesinha nascera com uma cobrinha verde enrolada em seu pescoço, para desespero de seus Pais e de toda população. Todas as tentativas de separação foram infrutíferas.
Assim, a bela Maria cresceu com sua companheira, a cobrinha, sempre enrolada ao seu pescoço, que, sendo enredo de uma estória de trancoso, segundo alguns, tinha os olhos de um ser humano. Já mocinha, Maria se deleitava, nas belas tardes do reino, na beiramar, com sua inseparável amiga, ocasião em que ela se desfazia do pescoço da jovem para mergulhar no mar. Um belo dia, durante aqueles momentos de felicidade de ambas, a cobrinha surpreendeu Maria, dizendo-lhe ser uma princesa encantada, que se chamava Labismínia e que chegara a hora de partir, mas consolou a princesinha, informando-lhe que sempre estaria a seu dispor quando ela necessitasse de alguma ajuda, e se foi.
Maria chorou muito, a perda de sua companheira e para seu desespero sua Mãe adoeceu, seriamente, de um mal incurável, apesar de todo esforço do Rei para salvá-la. Sentindo a morte se aproximar, a Rainha chamou o Soberano e tirando um anel de seu dedo pediu-lhe que quando fosse desposar outra mulher, o fizesse somente naquela em que o anel coubesse.
Meses depois da desencarnação, como fala nosso amigo Reynolds, da Soberana, Sua Majestade passou a vasculhar o Reino em busca daquela em cujo dedo o anel se encaixasse. Semanas, meses se passaram, e nada. Faltava, apenas, testar o anel no dedo de Maria, e não deu outra, o anel coube perfeitamente no dedo de sua filha, para espanto de todos e surpresa do Rei. Mas palavra de Rei não volta atrás, senão deixa de ser estória de carochinha!
Completamente desesperada com o desfecho dos acontecimentos, Maria correu para a praia a chorar por Labismínia que, atendendo o pranto de sua amiguinha, a consolou, mandando que regressasse até o rei e lhe pedisse, como condição para o casamento, um vestido da cor do campo e que tivesse todas as suas flores. Depois de inúmeras viagens pelo Mundo afora, os emissários do Reino voltaram com o vestido. A princesinha desesperou-se, novamente, mas sua amiguinha voltou a consolá-la, fazendo com que ela exigisse, agora, um vestido da cor do mar com todos os seus peixinhos. Novamente, depois de vários meses, seu pedido foi atendido e outra vez ela ficou desconsolada, à beiramar. Entretanto, Labismínia não a deixava em apuros. Desta feita foi solicitado ao Rei um pedido de um vestido com as cores do céu e todas as suas estrelas. Mundos e fundos foram removidos na confecção da vestimenta, mas o Rei, mais uma vez, conseguiu e solicitou a filha a data do casamento. Aflita, pois não queria desposar o próprio Pai, Maria foi até a praia e implorou a Labismínia que a salvasse. A cobrinha mandou que Ela arrumasse suas malas com todos os seus vestidos e a esperasse à beiramar.
Aproveitando-se do dia em que o Rei fora cassar com todo seu séquito, Maria foi até a praia e ali um navio já a esperava para conduzir a um outro reino, distante dali. Chegando ao tal Reino, a Princesa Maria desceu do Navio e foi até onde estava Labismínia, à beira da praia, que lhe falou: serás muito feliz nestas terras, mas nunca te esqueças que sou uma princesa encantada e vou precisar de teus favores! No dia mais feliz de tua vida, volta aqui, a praia, e me chames por três vezes – Labismínia! Labismínia! Labismínia! Só assim perderei meu encanto e me tornarei uma princesa de verdade! Prometes? Como poderei faltar-te, respondeu-lhe Maria, e a cobrinha desapareceu nas águas do Oceano.
Chorosa, pela partida de sua fiel amiga, Maria voltou para apanhar suas coisas, mas, para surpresa sua não havia sinal algum do navio e de sua bagagem. Surpreendida e com grande sensação de que fora abandonada por Labismínia, Maria iniciou sua caminhada por aquelas terras desconhecidas e foi dar às portas de um imenso castelo. A Rainha daquele Reino compadeceu-se daquela pobre moça e a colocou como serva para cuidar dos galináceos ali existentes. Entristecida, pela condição que ora ostentava, serviçal de galinheiro, nossa princesinha se conformava, pois pensava: melhor esta vida do que ser esposa do próprio Pai.
Os dias corriam monótonos ali no celeiro, quando se soube que o Rei iria dar uma grande festa pelo aniversário do Príncipe herdeiro. Nossa heroína bem que desejava participar daqueles festejos, mas se conformava com sua pobre condição de serviçal. Começou a vagar pela praia da circunvizinhança, e eis que, para sua surpresa, ouviu a voz de Labismínia: prepara-te para ires a festa, hoje à noite! - Mas, como? Se não tenho nada? – Volta aos arredores do Castelo e quando a noite chegar terás uma surpresa!
E assim foi, quando anoiteceu, Maria se achou dentro de um vestido da cor do campo com todas as suas flores e ao seu lado uma linda carruagem que a conduziria à festa. Ali, foi alvo de toda a atenção e não passou despercebida, como manda as estórias do faz de conta, pelo Príncipe aniversariante. Entretanto, antes da meia noite, a princesinha se retirou, voltando a sua condição de criada. Assim, aconteceu nas noites seguintes usando seus vestidos, da cor do mar , da cor do céu, presenteados pelo seu Pai, outrora. No último dia da festa, o Príncipe, completamente enamorado daquela linda jovem, presenteou-a com um lindo anel de brilhante.
Terminados os festejos, não tendo mais notícias da jovem que encantara seus sentimentos, o Príncipe adoeceu e começou a definhar, pois não comia nada, só pensando em sua bela amada. Todas as comidas, todos os caldos, ele rejeitava. Como se esgotaram todas as tentativas de várias pessoas do reino para salvar o herdeiro do trono, a Rainha mãe resolveu chamar a jovem do galinheiro para fazer um caldo para o filho. Maria logo se prontificou e, quando terminou de cozinhar a canja, colocou o anel no recipiente da sopa e levou até o enfermo.
Logo que viu o brilho do anel, dentro do caldo, o príncipe deu um salto da cama e mandou chamar quem havia feito o tal caldo. Dizer o que aconteceu, não é necessário, digo-lhes, apenas, que marcaram a data do casamento para daí a poucos dias. Todavia, no dia do casamento, no melhor dia de sua vida, embevecida pelo amor, pela felicidade encontrada, Maria se esqueceu de ir até a praia e cumprir o que prometera, chamar Labismínia por três vezes, o que quebraria seu encanto. Para tristeza nossa e de quem lê este conto, não aconteceu e Labismínia continua uma cobrinha a vagar pelos mares soluçando pela ingratidão de sua companheira.
Hoje, quem se acha na praia, no silêncio da noite, ouve aquele burburinho das vagas que nos encanta e que nos leva ao nosso interior. Talvez, sejam os gemidos de Labismínia a clamar por sua ingrata irmã.
E por que resolvi narrar esta cândida estória? Poderia ter contada outra, a do Macaco Felisberto, por exemplo!
Mas eu vejo naquela uma similitude com o que ocorreu ou com o que ocorre em nossa Itaporanga. O Povo é Labismínia, encantado, enfeitiçado ao longo dos anos por falácias políticas, e Maria, a princesinha do nosso conto, é representada, pelo Prefeito das Tilápias, vindo das bandas de Igarassy, para ser o “caneta” de um Poder que há muito avassala Itaporanga-Misericórdia. Durante, a campanha eleitoral, tira uma de bonzinho, promete mundos e fundos e quando chega o melhor dia, o dia da vitória, esquece, tal qual Maria, de desencantar aqueles que o elegeram, deixando-os na miséria, no abandono e até, tirando-lhes o pão de cada dia.
Pois é, prezado Tarso, como Labismínia da estória, o povo itaporanguense continuará a vagar pelos mares do sofrimento, do atraso, do marasmo, sempre a espera de alguém que lhe desencante. Quando alertávamos, durante a campanha, de que a sede do Poder é antiga e perene em nossa terra, é porque tínhamos e temos conhecimento de causa, não por querermos a vitória de candidato A ou B de facção contrária a esta Turma, como pensavam muitos. Colocamos fatos aqui,
Eu, Saulo, Zebedeu, Poliana e tantos outros que expunham suas idéias nestes Murais, mas o povo estava enfeitiçado pelo canto da cotovia. C
ontudo, o que se presencia em Itaporanga, atualmente, é “café pequeno”, são prenúncios do que ocorrerá em 2010, de uma fedorenta batalha pelo Poder, quando os pactos, os conchavos forem quebrados na divisão do botim. Palavra de rei só é cumprida em contos de carochinha, como o que aqui narrei, acima. As eleições de 2010 se avizinham! O Povo do Vale do Piancó não pode e não deve mais eleger este bando dos conchavos que jamais pensam no progresso da Região, mas tão somente naquele pequeno círculo onde estão apenas os parentes e meia dúzia de bajuladores. Dunga, eu só conheço o da estória de Branca de Neves e o atual treinador da Seleção, o resto é especulação a serviço de uma elitezinha alheia ao desenvolvimento da Região.
No Vale há pessoas dignas de cumprir um mandato político indiferente a pactos, há jovens comprometidos com seus ideais, capazes de pensar que os currais eleitorais e seus chefes estão em extinção. Aí, mesmo, em Itaporanga há jovens na política local imbuídos de boa fé, é bastante prestar atenção no seu dinamismo político. Na Paraíba ainda há muito daquelas mazelas, os tais “currais, os tais cabos eleitorais, daí a razão do atraso de nosso estado.
João Pessoa tornou-se uma capital digna de assim ser chamada graças ao dinamismo político de seu dirigente, Ricardo Coutinho, homem que tem fome de progresso. Então, é bom que a população abra os olhos durante a campanha que se avizinha e saiba que VOTAR é diferente de TORCER como se o candidato ou o seu Partido seja um Time de Futebol ou um “Cordão” de Pastoril nas quermesses de fim de ano. VOTAR é um dever cívico de muita responsabilidade, é a maior arma que o verdadeiro e honesto cidadão possui contra aproveitadores e desalmados candidatos a cargos políticos. Seja Inteligente, dê um basta nessa HORDA!
Certa feita, estive em São Paulo e lá me encontrei com amigos, entre eles, o Casal Lúcio e Coquita Lacerda com os quais participei de uma festa de aniversário de uma Entidade, da qual eles fazem parte, no bairro de Perdizes. Durante a festa houve a apresentação de um grupo de bailarinos da dança árabe, tão fascinante que em determinada hora, ante a bela exibição, Coquita usou de uma expressão que fazia muito tempo que eu não a ouvia: E
ita Bexiga Lixa, para exprimir sua satisfação com o grupo que se apresentava. No outro dia numa festa de aniversário, em Carapicuíba, demos boas risadas lembrando-nos da dita expressão que já fora muito usada, outrora, lá pelas bandas do nosso Vale do Piancó, quando queríamos mostrar nossa admiração por alguma coisa, boa ou má. Por isso, sentindo através das constantes notícias que me vêm de Itaporanga acerca da pérfida e pífia atuação do prefeito de Nossa Comuna, o Dr. Tilápia de Igarassy, quero expressar meu repúdio a tal administração, dizendo:
Eita, Bexiga Lixa, assim não dá Doutor!mural do itaporanga.net