sábado, 5 de dezembro de 2009

O FIM DOS MENSALÕES

O FIM DOS MENSALÕES
( Reynollds Augusto)


Eu sou um admirador e estudioso do Direito, porque ele é termômetro do nível de consciência do Estado em sentido maior. O direito posto é o resultado da ebulição social e quanto mais maturidade o coletivo possui, mais o direito se aproxima da justiça social que não é uma utopia, mas será o resultado da maturação da sociedade politizada. Tudo evolui e o Direito e o Estado não são diferentes. O Direito é o principal veículo para alcançar a justiça.

Esta semana nós nos deparamos, novamente, com agentes políticos que comprometeram a sua honra surripiando (ou surrupiando) o dinheiro do povo, com mais uma versão do mensalão. A indignidade dos meus colegas de trabalho foi geral e revoltosa e é esse o sentimento que se tem quando se vê o dinheiro do povo, tão sofrido, ser desviado para satisfação pessoal de quem não tem consciência. Dinheiro público é coisa “santa” e santamente deve ser aplicado.
O Estado, ainda, é complacente com esse tipo de atitude, mas já foi pior e a “coisa” tá mudando. A nossa norma no tempo certo terá força cogente para impedir que tais pseudo-políticos sejam alçados ao poder, que é do povo, e se locupletem com o que definitivamente não é deles.

Defendo que esse tipo de fenômeno enojado é bom que venha à tona para que o tumor da corrupção seja supurado e o organismo (Estado) possa cumprir com mais qualificação o seu objetivo maior que é trazer equilíbrio para a sociedade e permitir que todos nós vivamos felizes e realizados.

Jesus, o mestre por natureza, sempre combateu a hipocrisia e a desonestidade. Chegou ao ponto de derrubar as bancas que realizavam o comércio nas proximidades do templo de Jerusalém. Foi por isso que ele disse enfaticamente que “nem todos que dizem senhor, senhor entrará no reino dos céus”.
Tudo isso é um pouco parecido com o nosso meio político. Candidatos que se vestem de cordeiros para enganarem o povo e quando tomam posse, para representá-lo, se transformam em lobos da inconseqüência. E é por isso que surgem os “mensalões” do caminho. Não há nada mais estarrecedor do que um agente político que age com injustiça e usa o poder com finalidades escusas e comportamentos visivelmente desonestos e quando são chamados a se justificarem, pois sou daqueles que defendem o contraditório, a emenda fica pior que o soneto e justificam o injustificável. E a situação que era difícil, fica pior.

Quando entramos na academia e começamos a estudar o Direito, as teses jurídicas nos encantam e ficamos motivados a mudar esse estado de coisa. O ideal das relações sociais nos induz a lutarmos para mudar o real que a todos envolve. É por isso que todo estudante do direito (verdadeiro) sente-se envolvido pelo sentimento de justiça que deve permear as esferas dos poderes e aprende-se que direito e justiça devem andar juntos e um deve dinamizar o outro. Não há mais nada frustrante para o cidadão de bem do que uma lei injusta ou um político corrupto.

Há aspectos permanentes da Justiça como a igualdade e a felicidade e hoje nós podemos acrescentar honestidade. O povo precisa de agentes políticos honestos que realmente sejam seus representantes e que usem o dinheiro que é do povo para trazer a esse mesmo povo a comodidade e dignidade de que eles devem ser detentores. Quando alguém do povo vende o voto a qualquer agente político é que ele está aquém do seu valor na transformação da sociedade e “olha, mas não vê; escuta; mas não ouve”. Não consegue entende o objetivo da existência do estado, a maior ficção de todos os tempos. Quando um agente político compra o voto de alguém do povo é que esse não tem compromisso com o coletivo e com a justiça social e quer se locupletar com as facilidades do poder.

A grande verdade é que todos nós estamos sendo regidos pela jurisdição divina que é justa e implacável. Tem gente que pensa que Deus está cochilando e não têm controle sobre as aberrações que o homem inconseqüente promove com o uso irresponsável do livre arbítrio que o “Pai” lhe dá.

Nós. de cá, temos que ficar observando e cobrando desses fracos políticos o bom gerenciamento do que é nosso. O Estado está paulatinamente mudando- porque o povo está evoluindo- para não permitir que esses homens sejam gerenciadores do dinheiro do povo. O ideal de justiça vai se juntar com o direito que é norma executável coercitivamente. Acredite nisso e siga fazendo o que eles ( alguns) não conseguem: viver com honestidade e dignidade.


PENSE NISSO! MA PENSE AGORA.

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