terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Visitar o Quê?

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por: Lucas

Era uma festa de casamento. Ali se encontrava, naquele sítio, quase que Itaporanga inteira. Eu, como amigo dos noivos, também fazia parte dos festejos matrimoniais. Havia várias mesas espalhadas ali no galpão da propriedade rodeado por algumas frondosas árvores que nos propiciavam uma sombra agradável. Embaixo de uma destas árvores, nossa mesa estava composta de gente, que se podia chamar, civilizada, pois ali se achavam um Formado, o Noivo, um Empresário e vários Estudantes que, como não poderia deixar de ser, se deleitavam com o tema propício aquele encontro, pois estávamos em ano de eleição, política.

A palestra, pois, referia-se a eleição de prefeito de Itaporanga que tinha como um de seus candidatos o Sr. João Franco da Costa. Aquele Doutor, nosso companheiro de mesa, muito loquaz, defendia a unhas e dentes a candidatura de João Franco, procurando nos convencer, ser o candidato a melhor opção, naturalmente, apoiado pelo Empresário que, diga-se de passagem, ostentava certa empáfia, pela sua atual situação econômica. Alguém que o conhecera outrora, certamente iria pensar: “Quem te viu, quem te vê!”.

Eu, assim como os demais, éramos contrário a tal candidatura. A discussão prosseguia em tom amistoso, civilizado, como era de se esperar naquela mesa composta de universitários, formado, empresário, etc. Então, em dado momento, eu falei que se o Senhor João Franco fosse eleito, iria deixar Itaporanga “de cócoras”. Nisto, num misto de arrogância sem par, o tal empresário se levantou e se dirigiu a mim, falando: “quem é você para falar de nosso candidato!”. Eu, calmamente, lhe respondi: “sou um cidadão brasileiro com direito a voto e a achar o que é bom e o que não é, um direito me assegurado, e a qualquer um de nós, inclusive você, pela Constituição!”. Ele, com alguns centímetros e vários quilos a mais do que eu, em pé na minha frente, com o aval do Formado, que me olhava com certo sarcasmo, respondeu-me: “a Constituição aqui pra nossas bandas é o braço!”.

Não sei se a bravata era apenas para me intimidar ou se de fato ele concretizaria seu intento! Sou suficientemente inteligente para saber que fisicamente eu levaria grande desvantagem num confronto com o bravateiro. Então calmamente, afastei a cadeira da mesa e de imediato olhei para uma garrafa vazia de cerveja próxima a mim, gesto que não passou despercebido ao noivo que sentava próximo a mim, e lhe respondi: “Eu julgava que estivéssemos em meio civilizado, em todo caso se você deseja acabar com esta bonita festa prossiga no que você deseja fazer, eu de minha parte lhe garanto, não serei eu a dar o pontapé inicial!”. O noivo, muito meu amigo e dele, também, levantou-se e disse: “ Vocês, pessoas de bem, não vão querer acabar com a minha festa, ein?”. Foi a gota d’água que esfriou tudo.

E João Franco foi eleito! Infelizmente o tal Empresário não pode ver o fracasso da administração franquista, pois tempos depois viria a falecer em um desastre de automóvel.

Meu caro Saulo, meu prezado Zebedeu, ninguém em Itaporanga tem mais amor a sua Terra Natal do que Cesar Nitão! E foi, justamente, por dedicar tanto amor a nossa cidade que ele, num gesto de revolta contra os desmandos de uma péssima administração escreveu na entrada de seu posto de gasolina, lá em Bodocongó, aquela frase que ficou famosa até hoje – VISITE ITAPORANGA ANTES QUE ELA SE ACABE! E para gáudio de César e da Itaporanga honesta, aconteceu a intervenção em nosso Município. Voltemos pois, aos tempos atuais
O Governo do Doutor de Boqueirão dos Cochos em nossa Comuna já era previsto. Nós alertávamos durante a Campanha que o moço em questão não era o ideal para dirigir os destinos de nossa cidade, se quer, iria governar, pois na hierarquia do “botim” ele seria, como de fato o é, a terceira pessoa no escalão. Falávamos porque conhecíamos e conhecemos a estória de Itaporanga, não porque desejássemos a vitória de outros candidatos, mas tão somente porque sabemos que governar não é o ideal DESSE POVO, apenas o PODER pelo PODER, a vaidade de vislumbrar o município como seu Curral preferido. Aqui quem manda sou Eu!

Meu amigo João Dehon, com muita propriedade você nos trouxe a vitória de Antônio Porcino frente ao Sindicato dos Frentistas de São Paulo. Só que você esqueceu-se de mencionar que não é qualquer um que se elege para dirigir os destinos de qualquer Sindicato na maior cidade da América Latina. Eu conheço a Política dos Sindicatos. Ali só se elege quem tem espírito de liderança, quem trabalha com arrojo, quem tem o perfil de ótimo administrador. O Sindicato dos Frentistas é ligado à Força Sindical, dirigida por Paulinho, sendo um dos mais atuantes na Força. E mais, o Sindicato de Frentistas de São Paulo é o espelho para os demais Sindicatos da Categoria espalhados pelo País. Reeleito, Antônio Porcino dirigirá os destinos do Sindicato por mais 6 anos.

É pois, um orgulho para nossa cidade em saber que um de seus filhos é o homem mais poderoso de um dos grandes Sindicatos Paulistas com mais de vinte mil filiados, só na cidade de São Paulo.

Antônio Porcino, aquele rapaz do Barrocão, matuto por força das circunstâncias, deslocava-se à cidade de sábado em sábado acompanhando seus familiares que vinham fazer a feira semanal, mesmo porque sabia que ali na cidade havia uma Sociedade em que negro e mestiço, este conhecido, pejorativamente, como cabra ou acabraiado, não tinham vez naquele hipócrita círculo fechado que compreendia as praças João Pessoa e do Centenário, Rua Santa Terezinha (beco estreito) descendo pela Pinto Madeira, 5 de agosto e Cleto Campelo e alguns gatos pingados da Floriano Peixoto (hoje Ananias Conserva). Ali estava a “elite” itaporanguense que dividia o povo em vários outros grupos, Negros, Cabras, Matutos, Lavadeiras de Roupas, Botadores de Lenha, de Água, Marchantes, etc.

Para se fazer parte daquela pseudo Casta, além de ser morador daquelas artérias, a pessoa tinha que pertencer a uma tal de Família Tradicional (que ridículo), ser um abastado negociante ou homem de negócio. Porcino chegou à cidade e de cara notou que ali seria eternamente ignorado, pois fazia parte de duas castas malditas, negro e matuto. Assim, como muitos dos excluídos em nossa cidade, Ele partiu para o Sul em busca de algo menos hipócrita, menos discriminador. Na Grande Metrópole, a maior da América do Sul, com o decorrer dos anos tornou-se “gente”, como dizia meus Pais. Mostrou a si próprio que tinha capacidade para ser Grande. Neste momento, então, como em todos nós Seres Humanos, a vaidade aflora naturalmente. Sentimos um sã desejo de mostrar àqueles que nos são mais caros, como amigos, familiares, conterrâneos, que progredimos, que atingimos um lugar ao Sol, é até, eu diria, uma necessidade sadia de se auto afirmar. Claro que estes desejos variam de pessoa a pessoa. Muitos até se escondem dentro de seu próprio progresso. José Prudêncio, Zé Prudêncio ou Pruda foi um destes excluídos da falsa casta itaporanguense, mas que se firmou em Natal, chegando a ser Presidente de um dos maiores Clubes de Natal, o ABC e reconhecido pelos fãs do ABC de Natal como um de seus maiores administradores.

Antônio Porcino foi, também, ferroado por este desejo de mostrar a sua Terra Natal que vencera e com garbo. Entretanto havia uma coisa que Porcino desconhecia naquela gente, a manha, a astúcia. Eles não dão valor à vitória de alguém que veio lá debaixo, mas são manhosos e querem tirar proveito de qualquer forma de seus louros. Muitas vezes se fazem , até, de engraçados para angariar a confiança daqueles que querem tirar proveito, e não deu outra. A estória toda Itaporanga conhece. Quando o dinâmico frentista caiu na real, passaram a querer que ele fosse o moço discriminado de outrora, taxando-o de negro enxerido e outras aberrações próprias dos cretinos sem instruções ou formação.

Agora, Porcino volta a São Paulo para tomar conta de uma administração vinte vezes mais rica e de muito mais responsabilidade que Itaporanga. E digo mais, a oposição na Política dos Sindicatos é ferrenha, é intransigente, é auditiva, qualquer falta de lisura por parte de um Dirigente, o castigo vem com a destituição do cargo e execração do seu nome perante a Categoria. Vejam bem, Porcino já dirigiu o Sindicato por seis anos, agora volta eleito com quase maioria absoluta. Em se levando em consideração que passou anos ausente fazendo política em Itaporanga, sua vitória agora pode ser considerada como unanime. É muito prestígio perante uma Categoria. Com isto, estou mostrando o quanto Itaporanga perdeu ou esteja perdendo.

Talvez na mente tacanha de alguns eu esteja interessado na volta de Antônio Porcino a nossa cidade. Mero engano, pois não conheço o cidadão, o vi poucas vezes quando morava em Itaporanga e daqui das Alagoas nunca tive contato com o cidadão. Escrevo pois, porque estou diariamente, pelos Sites de nossa Terra, lendo sobre os desmando desta Pífia Administração Tilápia, com aquela mesma santa ira de que foi possuidor o respeitado Cesar Nitão, um exemplo de cidadão, honesto, trabalhador e amigo de quem assim o é.

Aí está, pois, com menos de dois anos de administração as mazelas espalhadas pelos cantos da cidade. A Rainha do Vale virou a Princesa dos Cachorros, mas cuidado, não falem isto muito alto perto de um cachorro, pois ele pode lhe morder!

Meus caros Saulo, Zebedeu, Poliana e tantos outros que se preocupam sem interesse algum, pois todos já tem suas profissões e longe de nosso Torrão, vocês notaram que a Administração do moço das tilápias é tão ruim que está levando o nosso amigo Rainério a cometer engano? Paulo Rainério, eu te pergunto: Visitar o que? Ela já se acabou! Naturalmente, o que estou a dizer é apenas reforço de expressão, uma vez que este denodado jornalista, Paulo Rainério, não mede esforço para fazer suas denúncias num gesto inusitado, sem escrever uma palavra, apenas através de fotos e mais fotos levando o verdadeiro descaso de uma administração a todos os filhos de Itaporanga, tanto que serviu de inspiração ao nosso amigo Saulo, que fez o papel de intérprete das fotos com sua contundente Poesia.

A cidade está tão destruída que fico na dúvida se ao completar dois anos de Governo, o Pacto feito às vésperas da Eleição seja cumprido, pois o outro poderá não querer assumir. Não ficarei espantado se aparecer uma placa com os dizeres – Visite Itaporanga para ver coisa inédita, cachorros se reproduzindo em plena Via Pública.
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1 comentários:

Paulo Rainério Brasilino disse...

Meu Caro Lucas.

Obrigado pelas referências a minha pessoa.
Esta nefasta administração de nossa terra, está agora a completar apenas um ano de desmandos.
Não sei se Itaporanga e os itaporanguenses irão suportar mais três anos de desgoverno e perseguições, proporcionasdas, pela pe]rimeira e pela segunda pessoa na hierarquia de desmandos (se é que existe) administrativos em que nosso "terrinha" foi mergulhada.
E para finalizar queremos demonstrar a nossa felicidade pelo teu triunfal retorno.

ITAPORANGA, A NOSSA TERRA, PRECISA DE SOCORRO E ISSO É URGENTE E, DEPENDE DE NÓS, QUE REALMENTE A AMAMOS!


1 comentários:

Meu Caro Lucas.

Obrigado pelas referências a minha pessoa.
Esta nefasta administração de nossa terra, está agora a completar apenas um ano de desmandos.
Não sei se Itaporanga e os itaporanguenses irão suportar mais três anos de desgoverno e perseguições, proporcionasdas, pela pe]rimeira e pela segunda pessoa na hierarquia de desmandos (se é que existe) administrativos em que nosso "terrinha" foi mergulhada.
E para finalizar queremos demonstrar a nossa felicidade pelo teu triunfal retorno. ITAPORANGA, A NOSSA TERRA, PRECISA DE SOCORRO E ISSO É URGENTE E, DEPENDE DE NÓS QUE REALMENTE A AMAMOS!

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