sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sabendo ou Sentindo?

Sabendo ou sentindo?
(Reynollds Augusto)

Eu sou um admirador do Evangelho de Jesus e um leitor contumaz. Vivo tentando resgatar a essência da mensagem do mestre que está contida nas entrelinhas para desvencilhar um pouco das interpolações que o interesse e o tempo permitiram que houvesse. Interpretar é complicado, pois o resultado vai depender do grau de maturidade do ser que interpreta. Em verdade no evangelho não há aquela pureza “bruta” e os apóstolos escreveram o que ele teria dito e nem sempre registramos com eficiência o que ele dissera. Talvez as parábolas, as historietas, tenham sido mais bem concebidas, pois conseguimos gravar melhor esses episódios e o seu uso foi estratégia do mestre para que a essência dos seus ensinamentos não se perdesse. Foi uma tática inteligente usar os acontecimentos do campo para ensinar a um povo pastoril as grandes verdades que deveriam ser aprendidas.

Aqui em nossa casa nós temos um dia por semana para nos reunir em torno do Evangelho de Jesus e utilizamos “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPÍRITISMO, que nada mais é do que as passagens do mestre, que interessam, selecionadas para compor o nosso mundo íntimo e nos preparar para imprimir em nosso comportamento os grandes princípios morais que ele nos deixou, pois o mais importante é sentir, vivendo o que se aprendeu do que saber, se esquivando do que se estudou. Isso se chama educação.

Infelizmente nós só aprendemos, de verdade em casa, ou deveríamos aprender. A escola, a academia, instrui; mas só a família preparada e educa para que os filhos possam usar bem a ferramenta da instrução visando a harmonia geral. Quando a sociedade vai mal é que a família vai mal. Os nosso políticos são o reflexo de uma sociedade que não educa e da família despreparada. Um ser educado que se instrui vai ser uma força viva do equilíbrio social produzindo para o bem comum e um ser instruído que não foi educado, vai usar mal a instrução e realizar toda sorte de equívocos, gerando dissabores das piores espécies, nos setores variados, como vemos aí nos noticiários da má notícia que as televisivas trazem ao nosso lar. E nada mais é do que o fracasso da família, da educação. Por isso primeiro a educação e depois a instrução e essa missão é dos pais. Educar para que o filho se torne um “homem de bem” e saiba escolher a” melhor parte” dizendo “sim, sim, não, não”.

O grande Paulo de Tarso foi um daqueles que nos ensinou que o Evangelho de Jesus tinha um caráter universalista e que não estava posto apenas para os judeu ou mesmo os cristãos, pois também foi feito para os “gentios” e é de todos os tempos. Às vezes eu ouço entrevistas na televisão de psicólogos que tratam de como educar os filhos e eles não estão acrescentando nada de novo. Podem até dar uma roupagem diferente às teses, mas nada mais do que Jesus já tinha dito a mais de dois mil anos. Nenhuma novidade.

O professor Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” dizia:” Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: Os atos comuns da Vida co Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento dos seus dogmas e o ensino moral. As quatros primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, se conservou constantemente inacatável”. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constitui matéria de disputas religiosas, que sempre e por toda parte se originaram das questões dogmáticas.

Acrescenta o codificador:

Para obviar a esses inconvenientes, reunimos, nesta obra (O evangelho Segundo o Espiritismo) os artigos que podem compor, a bem dizer, um código moral universal, sem distinção de culto (...).

Não basta saber. É preciso sentir.

PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.

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