A Casa do Menor, que acolhe e instrui crianças e adolescentes pobres, carece de ampliação e melhorias
Por Sousa Neto/Folha do Vale
Este 19 de setembro é data do aniversário de cinco anos da morte do monsenhor José Sinfrônio de Assis Filho, carinhosamente tratado como Padre Zé. E, embora o avançar do tempo, sua memória continua viva em cada uma das muitas obras que deixou em Itaporanga, onde atuou por meio século, entre as quais o colégio Diocesano, a banda filarmônica, a gráfica, o Cristo Rei, as pastorais e incontáveis lições de intelectualidade, caridade e fé.
No entanto, uma das mais importantes obras de ação social deixadas por Padre Zé não está funcionando com a amplitude que deveria, embora todo esforço das valorosas voluntárias que estão lá desde o início, ou seja, não recebeu os investimentos necessários pelos padres que o sucederam: a Casa do Menor São Domingos Sávio funcionava no local onde hoje é a residência paroquial, mas foi transferida para um imóvel afastado do centro e não muito adequado para as atividades.
A Casa do Menor saiu do local onde funcionava exatamente para dar lugar a uma grande e confortável morada sacerdotal, com um possante carro na garagem. Tempo bem diferente da época do monsenhor Sinfrônio, que se abrigava precariamente dentro de uma sala do ginásio como forma de economizar recursos para tocar as obras da Igreja, como diz uma estrofe do cordel A chegada de Padre Zé ao Céu, editado pela fundação José Francisco de Sousa:
A caridade foi sua guia
Nos dias mais delicados
A cada seca bravia
Acolhia os flagelados
No vão santo de sua asa
A pé, vencia as paradas
Deu aos outros muitas moradas
Mas nunca teve uma casa.
A São Domingos Sávio acolhe e dá instrução artesanal, artística e intelectual a crianças e adolescentes pobres, especialmente àqueles em risco moral e social. Uma obra fundamental para a Itaporanga de hoje, quando a degradação familiar bota nas ruas muitos meninos e meninas carentes de apoio para não caírem na marginalidade e na prostituição.
O projeto deveria ser ampliado e ganhar uma sede própria e adequada para suas atividades. Para isso, poderiam ser utilizados os recursos angariados na festa da Padroeira, que o ano passado arrecadou mais de 110 mil reais, e este ano deve alcançar mais uma expressiva soma; no entanto, a impressão que se tem é que os tempos de uma Igreja empreendedora e solidária desapareceram há exatamente meia década, como narra o cordel:
19 de setembro, o dia
Dois mil e seis foi o ano
O sino em agonia
12, hora do desengano
E enquanto os rebanhos seus
Aqui na terra choravam
Festões se realizavam
Dentro da casa de Deus.
Esta segunda-feira é ponto facultativo em Itaporanga, e as repartições públicas e parte do comércio não abriram. Para marcar a data, a igreja local, conforme apurou a Folha (www.folhadovali.com.br), preparou alguns eventos em memória de Padre Zé: visita ao Cristo Rei, onde o sacerdote está sepultado, repicar de sinos, missa solene e retreta com a filarmônica Cônego Manoel Firmino, na Praça da Matriz.
Foto (Marcos Oliveira): em uma de suas últimas imagens, Padre Zé contempla, da sala onde se abrigava, uma de suas criações: o Cristo Rei.
2 comentários:
A população Itaporanguense, em especial os bem afortunados desta terra que vão todos os anos para frente do Centro Pastoral, gastam e exibem suas posses nos vários leilões que fazem parte da festa, com a "desculpa" de estar ajudando a "Igreja", num grande ato exibicionista, deveriam prestar mais atenção em quem realmente precisa e nos projetos que valem a pena receber ajuda. A exemplo da Casa do menor, fundada pelo nosso Padre Zé e que anda meio esquicida pela Igreja, que atualmente se preocupa mais em erguer vultosos prédios e comprar carros de luxo, ao invés de investir em projetos sociais que tanto necessitam.
Por favor, na hora de gastar na festa da Padroeira desse ano, ao menos exijam que parte do dinheiro seja revertida em benefício da Casa do Menor!!!!
(Marcos Henriques)
Concordo com o MARCOS HENRIQUE, infelizmente as atoridadees hoje estão preocupados e fazer gasto em predios carrões de luxo e esquece das pessoas que fizeram em prol a cidade. Os governantes não são como antes, querem só encher o bolso, e deixa pra lá.. Natal-rn DUDA JOVITO
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