Por Jesus Soares da Fonseca
A arrogância e a megalomania do Povo Britânico é algo fora do normal. Talvez tal empáfia seja advinda de complexo de inferioridade passado de geração a geração.
O Império Romano, que compreendia quase toda a Europa da época, penetrando através do Bósforo na Ásia, e boa parte do Norte da África, tinha como esteio principal a força de sua Língua, o Latim, idioma rico por herança de sua raiz, o Grego, outro idioma não menos rico. Os Povos conquistados e Os além fronteira do Grande Império falavam Línguas, pobres gramaticalmente e em vários outros sentidos, apenas como um meio rude de se comunicarem. Daí a razão do povo romano os denominar de Bárbaros, não só por seus aspectos rudes, mas sobretudo pela pobreza de seu principal meio de comunicação, o Idioma. Quando as invasões romanas aconteciam, o Latim, por ser uma Língua forte, rica, se impunha ao Idioma do conquistado.
Como não poderia deixar de ser, a Grã-Bretanha passou também por esse processo. Sua Língua é originária de dialetos rudes, como o anglo-frísio, trazidos pelos invasores Germanos chegados de várias partes do Continente e mais tarde com a influência não só dos Anglo-Saxões como também dos povos Nórdicos, lá por meados do século V, Povos, estes, considerados bárbaros que tinham sofrido a influência Latina durante o apogeu do Vasto e Poderoso Império Romano.
Em 476 antes de Cristo os Hérulos invadiram Roma terminando de arrasar o Império Romano que já vinha sofrendo, paulatinamente, invasão de outros bárbaros, como Visigodos, Ostrogodos, Alanos, etc. Contudo, a queda verificou-se no Ocidente, pois a parte Oriental continuou pujante com o nome de Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino que viria a sucumbir em 1453 de nossa Era. Foi ali, no Império Bizantino, aonde se desenvolveu um Sistema Econômico altamente eficiente, daí a magnitude do Império, e que só viria a ser suplantado com a chegada muito mais tarde da Revolução Industrial. E foi exatamente a decadência daquele Sistema que provocou o desaparecimento do Império Bizantino.
Posteriormente a Língua Inglesa sofrendo influências de outros Idiomas, como o trazido pelos Normandos, que recheou o Inglês de palavras de origem latinas, tornou-se menos pobre e mais flexível à comunicação.
Então, nos dias atuais, parece-nos que o Povo Inglês num arroubo de prepotência procura esquecer a sua origem de Povo Bárbaro ou não querer se lembrar que o Povo Latino foi um dos poucos cultos na Antiguidade. Tais lembranças, passadas de pais a filhos, geneticamente, parecem provocar um complexo de inferioridade mascarado por uma arrogância que lhe dão o nome de fleuma, pois tranqüilidade não há nenhuma.
O Mundo inteiro acompanha atento a derrocada do Capitalismo que vem “fazendo águas”, há muito. Não quero, aqui e agora, entrar nos méritos ou no miolo do assunto, mesmo porque me sinto leigo na matéria. Entretanto é fácil verificar que a concentração de renda em torno de um pequeno Grupo, seja ele de apaniguados em cada Nação, seja ele formado por poucos Países, torna-se impossível, ainda mais porque este acúmulo de Capital em uma só mão irá gerar a sua falta no seio da classe trabalhadora que passará a ter e a ver seus bens se diluindo paulatinamente. Num exemplo um tanto rude, é como se você, de posse de uma tropa de burros, começasse a transportar para si o ouro de uma mina. Com o lucro adquiriria mais burros, compraria alguma ração para alimentá-los, e acumularia mais ouro, compraria mais burros e sempre acumulando a riqueza seguiria nesta espiral maluca, produzindo apenas para cada vez mais aumentar o seu tesouro.
Um dia este Sistema haverá de estourar, se dizia há 80 anos! Um dia este Sistema haveria de estourar se diz nos tempos atuais. E a Recessão faz discurso no seio dos falsos Ricos. Os Estados Unidos, apesar de querer mostrar ao Planeta, através de seus cumpinchas espalhados pela face da Terra com a única finalidade de mostrar a aparência, como é o caso de vários setores da Mídia, principalmente televisada, continuam vagando pelo mundo do ilusionismo sofrendo as agruras de uma bruta recessão por mais que se queira esconder. Esta semana não mais foi possível esconder! O cobertor que escondia a cabeça deixou os pés do lado de fora, o número de seguro desemprego aumentou em 25 mil, só nesta semana, consequentemente o número de desempregados cresceu assustadoramente, levando-se em consideração que aquele seguro só é dado a um membro da Família.
Na Região do Euro, o Capitalismo treme da cabeça aos pés! Aquela riqueza acumulada em demasia por alguns, agora quase não tem serventia. Países como Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e o que não nos estão dizendo, sofrem as agruras desta bruta Recessão. Os bilhões acumulados são distribuídos, mas servem apenas de lenitivo. Os arrochos de tudo que se tem notícia contra a população, fazem estourar as greves, os distúrbios populacionais em virtude de fortes medidas para se conter gastos. É aquela espiral maluca de que falei, capítulo acima. Os Países ditos Ricos sofrem pelo acúmulo de riqueza feito durante décadas em função de um Sistema que sempre e apenas funcionou antevendo o poderio de uns tantos em detrimento do resto da população global!
E a Inglaterra? Embora não fazendo parte da Zona do Euro, mas comercial e economicamente participando indiretamente dela, sofre como toda a Europa “eurolizada” (permita-me criar o termo) e demais Países do Velho Continente. Logo, a preocupação do Inglês deveria fixar os olhos em seu Continente e sabiamente procurar soluções, se ainda é possível. Mas que fazem os súditos da Rainha? Como aqueles indivíduos invejosos e gananciosos que quando na miséria desejam que todos estejam nivelados por baixo, estão procurando soluções, não para se soerguerem, mas para que aqueles, que escaparam desta brutal recessão, desçam aos patamares aonde eles se encontram.
Movidos de arrogância, Eles não aceitam que Países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, estejam velejando por outros mares, longe desta mazela econômica que os abate. Imaginem só, um cidadão com seus negócios em falência dando conselho ao seu vizinho em franco progresso!
Na Semana Passada, o Financial Time publicou em suas páginas um artigo com advertências e “conselhos” à America Latina, em especial ao Brasil em relação à economia em nosso Continente. “O maior perigo financeiro que a América Latina enfrenta agora é a complacência, especialmente no Brasil. As piores quedas normalmente ocorrem justo quando se está cantando de galo."
Além de afoitos são irônicos, galhofeiros e, se penetrarmos bem fundo nas entrelinhas, gananciosos ou mesmo invejosos. Quer dizer, Nós e outros Países em desenvolvimento não podemos regozijar com nossa situação econômica sob pena de estarmos pecando ou utilizando o sétimo pecado capital, a Vaidade ou Orgulho. Argumentam que nós tivemos sorte nesta última década ou quem sabe eles queriam dizer nestes oito últimos anos. Artur Virgílio, também, já usara desta expressão, muita sorte, para explicar o sucesso do Governo Lula, quando expressou: “Lula é um Governo de Sorte, nunca atravessou crises sérias como o Governo do Presidente Fernando Henrique, Crise da Rússia, Crise do México”. Meses mais tarde a maior Recessão das últimas décadas deu bom dia ao Senador e lhe disse: Ledo Engano!
Esqueceu-se ou não quis se lembrar o Jornal Britânico que, ao longo dos anos de Governos não comprometidos com a população, o Povo jogado na miséria e na Pobreza aprendeu a se virar para sobreviver sem se deixar abater, ao contrário, lutando e sorrindo, enchendo os estádios de Futebol, sambando alegremente nos Carnavais, rezando com fervor em suas igrejas, jogando o desespero para longe de si. Foram longos e penosos anos que fizeram o Povo Brasileiro mais experiente e calejado pronto a enfrentar qualquer agrura, ao contrário deles que viviam num falso lusco-fusco, na ilusão de eterna riqueza, pensando ver o brilho inacabável da lantejoulas que os deixava falsamente inebriados. Esta é a razão do sucesso, sabermos ter os pés no chão nos momentos difíceis. O Povo Brasileiro nunca teve seus ganhos oriundos de capital especulativo, quando muito, uma conta de poupança muito mais para não corroer seu dinheiro em virtude da inflação imposta pela ganância de Mandatários e Políticos irresponsáveis que os cercavam.
E o Jornal segue com uma saraivada de críticas e conselhos, recheando sua matéria de advertência: “senão......! senão......!” e outras coisas nojentas e horripilantes da espécie, talvez mesmo pela pobreza do idioma em que está escrita a matéria.
O cômico desta estória toda, é que o tal Financial Times, que não tem argumento nem sugestão e muito menos conselho para o abismo que se avizinha de seus vizinhos europeus e que certamente os engolirá, sempre aparece em anos de Eleição Majoritária no Brasil com seus artigos mirabolantes. Quando Lula se candidatou pela primeira vez, em 2003, o dito Jornal, este FT saiu com um artigo que entre outras coisas vaticinava que o Brasil sofreria uma onda de atraso econômico caso o Metalúrgico fosse eleito comprometendo assim a frágil Democracia Brasileira. Tiro pela culatra!
Em 2007 postou outra matéria, desta feita, sabedor do sucesso de Lula à frente da Nação Brasileira, informando que o Programa de governo de Geraldo Alkimim era semelhante ao de Lula, sendo que para maior desenvolvimento da economia na Região, Alkimim poderia ser o ideal Para governar o País! Esta matéria eu comentei, na época, não sei se aqui no Mural ou no Blog de Rainério ou em ambos. FT mais uma vez deu com “os burros n’água”.
Esta semana foi a vez de outro semanário Inglês sair com suas advertências! A The Economist disse em sua edição: “ o nível de crescimento da economia brasileira pode se tornar insustentável”l.
Para Ela o nosso crescimento não pode ser como o Chinês, pois – “o Brasil não é a China”. Acredito que tal expressão é, como já frisei, pela pobreza do seu idioma (enquanto escrevo, bolo de rir). “O Brasil economiza e investe pouco, portanto seu crescimento deve ser limitado para não entrar em colapso”. A Revista prossegue em seu artigo com várias outras advertências sobre a Economia Brasileira.
Mas não é o que pensa o Presidente do IPEA-Instituto de Política Econômica Aplicada, Márcio Pochmann, quando fala que: ”O Brasil deve aproveitar a oportunidade de transição da economia para um desenvolvimento que prioriza a sustentabilidade para se tornar uma liderança mundial. Há uma convergência nacional e até internacional, de que chegou o momento brasileiro”. Ainda segundo o Chefe do IPEA, desde a crise de 1929, esta é a primeira vez em que a recuperação econômica mundial é puxada pelos países em desenvolvimento e não mais pelos países ricos. Entre eles, citou a China, Índia e Brasil. "Isso inspira a perspectiva de o Brasil vir a se transformar na quinta economia do mundo, possivelmente ao final da próxima década em que estamos ingressando."
Apenas como lembrete! A década de 20 ou a próxima década começa em 2011!
O Presidente ainda diz em seu artigo que o Brasil tem as condições concretas para construir, neste século, um protagonismo inédito do ponto de vista da concepção de um desenvolvimento que não seja apenas econômico e social, mas que tenha capacidade de sustentar do ponto de vista da reprodução humana e do bem-estar social".
É intrigante saber que semanários e jornais conhecidos e respeitados como bons em Economia, queiram aproveitar-se de sua fama para tentar provocar o caos econômico em Regiões fora do eixo recessivo, com advertências outras que visam tão somente afugentar investidores e uma possível derrocada num Sistema Financeiro que vem dando certo. Todos os problemas em forma de advertência feitos por aqueles semanários já são do conhecimento de Técnicos da Economia Brasileira. Ou Eles acham que esta Plêiade de Economista do País que dirigem os destinos de nossa Economia é incompetente? Só falta isto!
Alô filhos ou súditos do Palácio de Buckingham cuidem de seus problemas que não são poucos, olhem mais para seus quintais! A Europa inteira está a precisar de seus bons conselhos, não os estrague distribuindo-os com outras plagas, aliás, a riqueza de nosso idioma, o Português, um dos mais belos e completos da face da Terra, nos presenteia com lindos provérbios, tais como: - “Esmola grande, cego desconfia”, “se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia-o”, que nos deixam: “de orelha em pé”.
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