quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Zebedeu, o saco e o gato


Por Antonio Soares da Fonseca Jr em 27/11/2008

Um tal de Mccain, ao anunciar em seu reduto eleitoral, que os Estados Unidos tinham um novo presidente chamado Hussein Barak Obama, ouviu um ensaio de vaia. Que fez ele? MANDOU que os correligionários se calassem e respeitassem a INSTITUIÇÃO chamada PRESIDENTE, porque a eleição tinha acabado e deveria haver o maior respeito pela decisão dos outros americanos. Disse ainda: "agora ele é o nosso presidente; infelizmente eu perdi a eleição, por isto teremos, doravante de prestar-lhe todo o nosso auxílio e ajuda para tirar os Estados Unidos do momento em que ele se encontra." Dá-se a isto o nome de CIVILIZAÇÃO, CIVISMO, PATRIOTISMO.

Aqui é QUASE a mesma coisa. Se não fosse este QUASE. Provavelmente, já há uma guerrilha nos bastidores querendo tirar proveito próprio, cobrando o seu voto por uma "colocação" na prefeitura; do outro lado, sempre vai ter alguém esperando a posse para se vingar de quem não votou a seu favor, desrespeitando o direito universal e democrático de escolha que cada alguém é possuidor. Terá outrem, sempre em cima do muro, que tanto faz ou tanto fez, ele quer é mais que a guerra comece para ver como é que fica. E Itaporanga vai ficando, vai ficando. Vai ficando do jeito que a deixei há 37 anos atrás. Com os mesmos sonhos de crescimento, com os mesmos empecilhos barrando o desenvolvimento, com as mesmas frustrações de que não foi desta vez. Quem sabe na próxima.

Coesão deveria ser o dístico da bandeira da terra. Aliar-se para crescer é ato de inteligência. Só os néscios desconhecem este sentido. Há dois mil anos atrás, já se dizia à boca larga em Roma: "Ut omnes unum sint." Que todos sejam um.

Enquanto não houver um bloco monolítico em favor da terra, ela será sempre uma cidade com quatro anos de idade. Quando entrar o próximo governante, desmanchará tudo o que o anterior fez ou paralisará o feito, começando um novo feito que será interrompido na próxima sucessão.

É uma pena. Uma cidade tão linda em potencial e tão pobre em sucessores. É uma pena também que, aqueles que deveriam ler este mural, que grita por uma Itaporanga diferente, são os que não o lêem, por analfabetismo escolar ou analfabetismo cultural. Têm alergia às letras.

Nós, filhos desta querida terra, aí ou alhures, estaremos sempre gritando em vão, tal qual arautos do deserto, falando para o vento, camelos e areal.
Então, Zebedeu, não jogue ainda o seu saco fora nem tampouco espante o gato. Conserve-os.

Quem sabe, um dia, possamos dizer: a eleição acabou, temos prefeito. Itaporanga só progredirá se não ficarmos olhando um para o outro, mas se todos olharmos numa mesma direção.
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