Ainda trago na memória o ano de 1976, quando eu conclui o 1º grau no Ginásio Diocesano e, ao apreciar a banda Filarmônica, via Radegundis principiar na música e o nascer da amizade consistente entre ele e Sandoval Benedito, que só mesmo a transposição foi capaz de separar. Por força do destino, eu fui reprovado no ano de 1979 e, ao repetir o ano letivo de 1980, conheci colegas e amigos interessantes como Manoel Agostinho, hoje membro das Forças Armadas. Naquele ano, quando eram realizadas as tradicionais festinhas escolares, lá estava Radegundis, chamado carinhosamente pelos colegas e amigos de Radêgo, que com seu comportamento alegre e extrovertido, criava e cantava versos baseados em repente, fazendo batidas de viola no seu violão Giannini de cor alaranjada, contando com o auxílio de seu colega Titico de Zé Chico, que dava mais ênfase aos gracejos, usando os ditos versos para mexerem de forma sadia com os colegas na intimidade. Outra reminiscência do nobre músico, eu guardo do seu retorno de New York, quando um grupo de pessoas e familiares o esperavam no BNB Clube, à noite, e ele falou sobre um troféu que ganhara num concurso de música em New York e também outro prêmio conquistado bem antes: o de Jovens Instrumentistas da América do Sul, quando ele executou Czardas, música Húngara, nada comum para um trombone de vara. A última reminiscência que guardo de Radegundis foi de anos atrás quando fui tocar nostalgia juntamente com Nilton Mendes numa festa de debutantes de uma prima do nobre músico no “Paço dos Leões”.
Costinha apareceu e me falou: - Onildo, segura a harmonia. O Costinha nos deu vida com seus solos e arranjos bem colocados. Terminando nossa apresentação’, tive a chance rara de ver os três irmãos tocando juntos. Deleitei-me com os filhos de Costa e Dona Joanita, que formaram uma mini-orquestra de grandiosa musicalidade, acompanhados por um baterista e um tecladista. Depois da orquestra seria a vez da banda Estopim, e eu que observava o público, na mesma mesa onde se inventavam Dael e Graça. Vi Radegundes num raro momento de distração, ele tomou um gole de cerveja, dançou não mais que quatro números musicais e, sem que eu esperasse, para mim uma surpresa e um privilégio, ele veio até a nossa mesa e despediu-se com um aperto de mão. Então eu lhe perguntei: - Oxente, Radegundis! Tu já vais embora? Então ele me respondeu: - Sim! Já vou, pois amanhã mesmo sendo domingo eu tenho muito trabalho para fazer. E com um sorriso estampado no rosto se foi.
Radegundis, um homem que se tornou estrela porque Deus lhe deu o dom e ele soube aproveitar. Era determinado, dedicado e tinha amor ao que fazia. Um homem exótico, tanto o seu nome como a sua fisionomia. Não mais que um gênio. Um homem desse quilate é difícil ser reconhecido como merecia, assim como tantos outros que são sufocados pelas banalidades musicais e artísticas, produzidas e impostas pela mídia. O filho de Heleno Feitosa Costa e de Dona Joanita tocava com o corpo e com a alma. Dele tenho imenso orgulho não só por ser uma estrela, um músico internacional, mas também por nunca abandonar a sua origem como muitos fazem depois de tornarem-se famosos. Dele procuro guardar as boas lembranças mesmo diante das lágrimas.
Enquanto existir a música e ouvirmos o som de um trombone, dele haveremos de lembrar. Mesmo carregando o fardo da dor, a vida tem que continuar, e cantar e tocar é preciso. Assim como um antídoto, a música poderá ser para dissipar nossos males. Quanto às nossas interrogações, só Deus saberia explicar seus desígnios a algum pecador que tivesse o merecimento de conversar com Ele: o Dono de tudo; o Supremo.
Costinha apareceu e me falou: - Onildo, segura a harmonia. O Costinha nos deu vida com seus solos e arranjos bem colocados. Terminando nossa apresentação’, tive a chance rara de ver os três irmãos tocando juntos. Deleitei-me com os filhos de Costa e Dona Joanita, que formaram uma mini-orquestra de grandiosa musicalidade, acompanhados por um baterista e um tecladista. Depois da orquestra seria a vez da banda Estopim, e eu que observava o público, na mesma mesa onde se inventavam Dael e Graça. Vi Radegundes num raro momento de distração, ele tomou um gole de cerveja, dançou não mais que quatro números musicais e, sem que eu esperasse, para mim uma surpresa e um privilégio, ele veio até a nossa mesa e despediu-se com um aperto de mão. Então eu lhe perguntei: - Oxente, Radegundis! Tu já vais embora? Então ele me respondeu: - Sim! Já vou, pois amanhã mesmo sendo domingo eu tenho muito trabalho para fazer. E com um sorriso estampado no rosto se foi.
Radegundis, um homem que se tornou estrela porque Deus lhe deu o dom e ele soube aproveitar. Era determinado, dedicado e tinha amor ao que fazia. Um homem exótico, tanto o seu nome como a sua fisionomia. Não mais que um gênio. Um homem desse quilate é difícil ser reconhecido como merecia, assim como tantos outros que são sufocados pelas banalidades musicais e artísticas, produzidas e impostas pela mídia. O filho de Heleno Feitosa Costa e de Dona Joanita tocava com o corpo e com a alma. Dele tenho imenso orgulho não só por ser uma estrela, um músico internacional, mas também por nunca abandonar a sua origem como muitos fazem depois de tornarem-se famosos. Dele procuro guardar as boas lembranças mesmo diante das lágrimas.
Enquanto existir a música e ouvirmos o som de um trombone, dele haveremos de lembrar. Mesmo carregando o fardo da dor, a vida tem que continuar, e cantar e tocar é preciso. Assim como um antídoto, a música poderá ser para dissipar nossos males. Quanto às nossas interrogações, só Deus saberia explicar seus desígnios a algum pecador que tivesse o merecimento de conversar com Ele: o Dono de tudo; o Supremo.
Zé do Agreste – Itaporanga - publicado originalmente no jornal Folha do Vale
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