por: Jesus Soares da Fonseca
“Negar o Voto aos atuais detentores de mandato como resposta e advertência do Vale Unido, com a certeza que a oportunidade será dada para outros que estão a iniciar a Vida Pública voltada para o Bem Estar de todos”. Foram estas as palavras de nossa incansável Luzia, escritas em uma de suas mensagens na sua luta pela implantação da UFCG do Vale do Piancó, em Itaporanga, das quais me valho na elaboração desta matéria.
A Paraíba com seus 2.688.385 eleitores, formando o quinto Colégio Eleitoral do Nordeste, elegerá nas eleições deste ano 12 Deputados Federais, 36 Estaduais e 3 Senadores, além do Presidente e Vice do Brasil. Vamos nos ater as Forças que atuam dentro do Estado porque, justamente, são elas que têm a obrigação e o Poder de trabalhar e resolver os problemas internos paraibanos.
Muitos candidatos às eleições proporcionais já foram lançados para concorrerem aos cargos de Deputado Estadual e Federal, em nosso Estado. A concorrência é grande e para se chegar ao alcance de alguma cadeira pleiteada, o candidato terá que obter o Quociente Eleitoral (QE) para se firmar como um dos parlamentares a freqüentar as Câmaras Estadual ou Federal. Para Deputado Federal, o QE paraibano será de 224.032 votos e para Estadual será de 74.677.
Como é sabido, poucos candidatos conseguem atingir os QEs nas eleições, necessitando dos votos das legendas partidárias ou coligadas para complementarem os seus ao alcance do Quociente. Como dá para se notar, o Vale do Piancó com seus 123.033 eleitores, correspondendo a 4,57% dos votos da Paraíba, tem poder para eleger quase que dois deputados estaduais e tem exatamente 55% do QE para Deputado Federal (QE-Dep. Federal = 224.032; Votos do Vale = 123.033).
Então, como podemos notar, nossa Região é poderosa no cenário político Paraibano, daí os interesses desta turma de fora de suas plagas em busca deste rico quinhão eleitoral. Muitos já se locupletaram em eleições passadas, distribuindo favores a alguns gatos pingados tidos como cabos eleitorais que nunca moveram, sequer, uma pá de cal em benefício do progresso Valense mas, tão somente em proveito próprio e de alguns que os cercam, nada fazendo que contribuísse ao Desenvolvimento do Vale do Piancó, mesmo alguns de seus próprios filhos, agraciados com o Poder pela ignorância e ingenuidade política de seus conterrâneos.
É aqui que entro com as palavras de Luzia. Vamos esquecer esta turma toda, inclusive seus apaniguados aí pela Região, negando-lhes os votos, não com anulação ou deixando de votar, mas procurando aqueles que querem entrar na Política com o intuito honesto de trabalhar pelas pretensões de nossas plagas, de nossa Região. Não gosto de citar nomes, mesmo porque poderá haver um entendimento de que eu esteja angariando voto particularmente, o que não é o caso. Entretanto, temos pessoas de bem, homens instruídos, principalmente no seio da Política, filhos do Vale, “Sangue Novo”, candidatos aos postos das Câmaras do Estado, voltados para os anseios de nossa gente. Procuremos, pois, eleger estes nossos novos conterrâneos para ver se o Vale deixa de ser OBJETO de engorda daqueles “mesmos” e de seus familiares.
Eleição se faz assim! Elegem-se as pessoas, se após quatro anos de mandato não foi o que se esperava delas, desprezam-nas nas próximas eleições e assim vai, até se encontrar o candidato ideal. Creio que se estes Novos Candidatos forem eleitos, inteligentes como são e conhecedores dos novos tempos, de sua tecnologia, de comunicação avançada, procurarão corresponder aos anseios daqueles que sufragaram os seus nomes, mesmo porque em assim não procedendo, nos próximos pleitos serão esquecidos e jogados fora, assim é que deve ser.
Comungo do pensamento do nosso conterrâneo, o Economista Chico Alexandria, quando diz que não devemos anular voto. Veja bem, no “frigir dos ovos” ninguém consegue anular seu voto, como pensam alguns. Numa Eleição Majoritária, por exemplo, o voto tem conotação dupla, ele soma de um lado e subtrai do outro. Quem anulou seu voto, após as apurações, verá que na realidade ajudou o candidato vitorioso. Suponhamos uma eleição a ser realizada com um colégio eleitoral de 11 votos. Duas pessoas votaram nulas, o Candidato Fulano recebeu 4 votos e o Sicrano recebeu 5, logo este foi o vencedor. Agora imagine, se estes dois eleitores do voto nulo tivessem votado no Candidato Fulano, ele teria sido o vitorioso com 6 votos. O Voto NULO, nesta nossa hipótese, alcançou o seu objetivo? Não! Talvez tenha até contribuído para eleger um corrupto.
Nas Eleições Proporcionais, a anulação do voto é mais perigosa ainda, pois anulando nosso voto estaremos dando chance a um bando de picaretas chegar ao Poder. Como falei acima, para se eleger, o candidato tem que atingir determinado Quociente Eleitoral, o conhecido QE, no caso da Paraíba como já vimos, estes QEs são: Deputado Federal, igual a 224.032 votos e Estadual igual a 74.677.
Suponhamos o resultado das eleições 2010 para Deputado Federal com partidos e coligações hipotéticos afim de se preencher 12 vagas. Para o preenchimento destas vagas é necessário o conhecimento do Quociente Partidário, o QP, que irá dizer quantas vagas caberá a cada Partido ou Coligação.
A Coligação (PXT, MED, PY, PN) obteve 982.499 votos válidos votos, distribuídos pelos seguintes candidatos:
A obteve 212.325;
B obteve 200.690;
C obteve 159.578;
D obteve 140.768;
E obteve 100.567;
F obteve 98.368 e
G obteve 70.303.
Seu QP foi obtido assim: 982.499 / 224.032 (QE) = 4,38 despreza-se a parte decimal, logo, a Coligação ficou com quatro Vagas, destinadas aos quatro primeiros colocados na votação da Coligação, Candidatos A, B, C e D, respectivamente. O perfil dos candidatos na nossa hipótese é o seguinte: A, B, C e D bons candidatos, sendo que C e D são filhos do Vale do Piancó que além da votação obtida no Vale, 62.520 para C e 60.513 para o candidato D, obtiveram votos em outras cidades, alcançando o 3º e 4º lugar em sua coligação. Os candidatos E e F são dois picaretas, aventureiros que, por força das circunstâncias, foram derrotados. Isto ocorreu num pleito realizado normalmente.
Partimos, então, para a revolta do Vale do Piancó, anulando todos os seus votos. Que acontecerá? Vejamos: O Candidato C, do Vale do Piancó, sem os seus 62.520 do Vale, porque foram anulados, passaria a ter 97.058 votos (159.578 – 62.520 ) e o candidato D, tambem do Vale, de igual forma sem os seus 60.513 que foram anulados, passaria a ter 80.255 votos (140.768 – 60.513). Em razão disto, seriam eleitos os candidatos E e F por ficarem, dentro da Coligação, em 3º e 4º lugares, respectivamente. Quer dizer, duas pessoas de bem deixaram de ser eleitas em detrimento de dois outros desonestos, por força dos votos nulos do Vale do Piancó,
São conjecturas que podem se tornar realidade quando a prática do VOTO NULO ou em BRANCO acontece. O VOTO é uma arma poderosa com o qual o cidadão poderá destruir politicamente indivíduos inescrupulosos que querem passar para trás toda uma Comunidade. VOTO NULO é como uma bala cuja espoleta perdeu o poder de detonação. Os Vivaldinos da Política pouco caso dão a votos nulos, principalmente nos Cargos de Eleições Proporcionais (Deputados Estadual e Federal), muitos sabem que poderão se beneficiar, até, de tal prática, como no exemplo que frisei acima. Então aprendamos a votar! Votar com a certeza de que estamos colocando como nossos representantes, lá nas câmaras, homens dignos e ciosos de seus compromissos para com aqueles que sufragaram os seus nomes. Se assim tivéssemos procedido desde o início, cidadãs como Luzia não estariam neste Vale de Lágrimas a implorar o Progresso de uma Região tão sedenta de cultura.
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