Você odeia gays?
Sabe o que mais chamou minha atenção no trágico assassinato ocorrido no último dia 15 na cidade de Campina Grande e que foi registrado pelas câmeras de trânsito da Superintendência de Trânsito da cidade? O que veio depois. Sem dúvida as imagens são chocantes e falam, ou melhor, gritam por si só, revelando a brutalidade da alma humana.
O crime ocorreu oito dias após Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira ter matado 11 crianças e ferido 13 e, enquanto ninguém teve dúvidas de se compadecer das crianças, o que é perfeitamente compreensível, o mesmo não se deu com o assassinato brutal do qual foi vítima o jovem Daniel de Oliveira Felipe de 24 anos, filho de Dona Francisca de Oliveira, tratado pela maioria das matérias veiculadas apenas como “o travesti”, num sistemático apagamento de sua humanidade.
Eu sei que pode parecer bizarro um homem vestir-se de mulher e ficar nas esquinas das cidades esperando um programa, mas tão ou mais bizarro é assistir ao vídeo do assassinato de Daniel, que levou 30 facadas, e depois fazer piada ou gozação como se ele merecesse passar por aquilo.
Sempre tenho a impressão de que quem consegue fazer gracejo da tragédia alheia no íntimo foge e esconde-se de sua própria tragédia pessoal. Não seria o momento de pessoas como essa deixem que as câmeras de segurança de sua própria alma lhe sondem e encontrem as sombras que lhe atormentam ao invés de apenas enxergá-la nos outros?
Ah! É muito fácil julgar, mas para atirar a primeira pedra devemos antes nos perguntar se nunca erramos. Certamente se Jesus estivesse fisicamente presente no cruzamento da Rua João Pessoa com a Índios Cariris, local onde as câmeras de segurança registraram o assassinato de Daniel, Ele olharia para os quatro jovens e faria a mesma pergunta que fez à multidão ensandecida daquele tempo e certamente naquele momento todos largariam a faca. Mas, você que fez piada ou pouco caso do evento, também não seria convidado a calar, a silenciar e a respeitar a dor de Dona Francisca de Oliveira, mãe de Daniel? Ou persistiria no deboche até que Ele, porque muito nos ama, olhasse dentro de sua alma e dissesse: “Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho? Ou como dizes a teu irmão: Deixa-me tirar-te do teu olho o argueiro, quando tens no teu uma trave? HIPÓCRITA, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão”. (Mateus, 7: 3-5).
Cristo vive e nos chama todos os dias para ressurreição de nossos valores, de nossas posturas equivocadas diante da vida. Se você jejuou nesta páscoa, aproveito para deixar, não apenas de comer carne, deixe também de se alimentar da intolerância, da impiedade, da arrogância e da inclemência, pois eu tenho certeza que Dona Francisca de Oliveira não deseja nenhum mal a um filho seu, e nem mesmo se sentira a vontade para tripudiar sobre a tragédia pessoal de nenhuma mãe ou pai que perdesse um filho em tão trágica circunstância.
PENSE NISSO! MAS PENSE AGORA.
1 comentários:
Concordo plenamente com seu pensamento!
HIPÓCRITA, tira primeira a trave do teu olho, e então verás como hás de tirar o argueiro do olho de teu irmão”. (Mateus, 7: 3-5).
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