O maior medo do senador Cícero Lucena não é perder o comando do PSDB da Paraíba. É de se transformar num general sem exército.
É inegável que o senador tucano está politicamente isolado dentro do partido. Não é Cícero Lucena que é ruim. A bandeira que ele defende dentro do partido é que um produto difícil de ser consumido.
Entre os prefeitos e os deputados do partido, quem vai preferir seguir o senador para fazer oposição ao governo Ricardo Coutinho (PSB) e ficar longe das respostas do Palácio da Redenção?
Além da força atrativa da caneta do governo, o senador tucano enfrenta outro obstáculo: a ascensão “formal” de Cássio Cunha Lima.
O ex-governador, que vislumbra posse efetiva no Senado Federal, funcionará ainda mais como um imã em favor do projeto Ricardo Coutinho.
E, como disse, para Cícero, pior do que perder o comando do PSDB, e ver o partido se esvaziar.
Imagine se Cássio deixar o PSDB para se filiar ao PSD junto com o vice-governador Rômulo Gouveia. Com que cara Cícero Lucena vai explicar à Direção Nacional do PSDB que perdeu um senador da República e um vice-governador de Estado?
Como vai explicar que todos os deputados federais e estaduais do PSDB não atendem aos seus comandos e preferem seguir o projeto do governo do Estado?
A corda que Cícero está esticando desde 2010 tem um limite. Parti-la seria um desastre. E o senador sabe disso.
Luís Tôrres
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