Um acontecimento inédito na história político-eleitoral de Itaporanga. Pela primeira vez os candidatos à prefeitura do município enfrentaram-se em um debate público.
Com um formato dinâmico (perguntas, respostas, réplicas e tréplicas), o debate colocou frente a frente com a população, em uma discussão acirrada e sincera, os quatro candidatos a prefeito: Djaci Brasileiro (PSDB); Audiberg Alves (PTB); Antônio Virgolino (PCB) e Neto Ferreira (PC do B).
O debate foi promovido pelo jornal Folha do Vale com o apoio da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaporanga), presidida pela empresária Dilma Dantas, e do Atlântida Esporte Clube, que tem como presidente Wellington Tolentino. O evento foi transmitido para grande parte da cidade através do Sistema Alternativo de Comunicação e de um telão colocado fora do Atlântida.
Os quatro candidatos responderam perguntas do jornal e da CDL e também tiveram oportunidade de questionar uns aos outros.
Logo no primeiro bloco, desenhou-se o que ocorreria durante todo o debate: Djaci Brasileiro foi o alvo preferencial dos demais concorrentes, que centraram fogo no candidato do PSDB, duramente questionado sobre a falta d’água em Itaporanga e outras problemáticas locais, já que foi deputado estadual por quatro mandatos, em três deles aliado do governo, mas não conseguiu a ampliação da adutora nem solução para outras demandas estruturais do município.
Djaci defendeu-se argumentando que todos se preocupam com a falta d’água, mas ele é o único que, de fato, tem lutado para resolver o problema e informou que já tem um projeto na Cagepa (Companhia de Água e Esgoto na Paraíba) para a ampliação do sistema de abastecimento de Itaporanga.
Neto Ferreira reagiu à argumentação de Djaci e disse que, em toda campanha eleitoral, a promessa se repete e o problema nunca é resolvido, enfatizando que, se depender de promessa, passarão mais 50 anos e o povo não terá solução para a problemática d’água.
Mas Djaci replicou dizendo que, como deputado estadual, conseguiu a implantação de 23 abastecimentos d’água na zona rural do município e a questão da água da cidade também seria resolvida, porque é, segundo disse, interesse do governador Cássio Cunha Lima (PSDB) solucionar o problema, embora reconhecendo que a obra de ampliação da adutora ficou mais difícil em função de Itaporanga não ter sido incluída no Pac (Plano de Aceleração do Crescimento), cujos recursos destinados para saneamento e água contemplam somente municípios com mais de 50 mil habitantes.
Com uma crítica dura contra as últimas administrações de Itaporanga, as falsas promessas eleitorais e as precárias condições de vida da população, Neto Ferreira foi o que mais entusiasmou a platéia, arrancando de parte do público presente aplausos e gritos eufóricos, mas também foi questionado.
Submetido ao questionamento de que nunca havia exercido uma função eletiva nem no executivo nem no legislativo, e como pretendia governar uma cidade sem nenhuma experiência administrativa, Neto foi enfático na resposta e em alguns momentos chegou a mostrar sinais de irritação, argumentando que o político não precisa de experiência anterior no executivo ou no legislativo para governar bem, e pensar diferente “é coisa de cabra besta”.
Para fechar sua argumentação, Neto Ferreira citou o caso do presidente Lula, um homem de pouca instrução e sem nenhuma experiência, mas que está, conforme disse o candidato, governando bem o país e calando a boca de muita gente que pensava que sua gestão seria um desastre.
Uma resposta semelhante deu o candidato Antônio Virgolino, ao ser questionado sobre o mesmo assunto, sendo ainda mais contundente em sua fala: para reforçar o argumento de que experiência não é pré-requisito para se fazer uma boa administração, ele citou a passagem de Djaci Brasileiro pela prefeitura de Igaracy, onde teve contas rejeitadas.
O questionamento de Virgolino suscitou um pedido de direito de resposta por parte do candidato Djaci, o que foi aprovado pela Mesa Jurídica, formada pelos advogados Jakeleudo Alves Barbosa, Lolosa Figueiredo e Kálida Fernandes, que tinham uma segunda função no debate: realizar o sorteio dos candidatos para a ordem das respostas e perguntas.
Respondendo a Virgolino, Djaci disse que fez uma boa administração em Igaracy, na época chamada Boqueirão dos Cochos, sendo considerado um dos melhores prefeitos do município. Disse também que a rejeição de suas contas, devido a um erro contábil, não macula sua imagem de político honesto nem diminui sua capacidade administrativa.
Djaci foi questionado, mas também fez questionamentos: dirigindo-se ao candidato Audiberg Alves. Ao mostrar que o candidato do PTB era oposição ao prefeito Antônio Porcino (PMDB) e agora recebia o apoio da atual administração municipal, Djaci quis saber de Audiberg se este tinha projeto para melhorar as condições estruturais do mercado e do matadouro, que, conforme disse, “não têm recebido a atenção necessária da atual gestão, da qual Audiberg faz parte”.
Em resposta, Audiberg deixou subentendido que tem o apoio de Porcino, mas não tem influência nem participação no seu governo, mas garantiu que consta em seu plano de governo a reestruturação do mercado e do matadouro. Sobre o critério para composição de equipe de governo, replicando uma resposta de Djaci, Audiberg Alves disse que seu secretariado será escolhido por critérios técnicos e não políticos.
Mas o candidato petebista teve sua competência administrativa questionada por ter participado, como principal secretário, de uma gestão municipal (Will Rodrigues) não aprovada pela maioria da população. Se o senhor é competente porque então não salvou o governo do qual participou como secretário de administração? Audiberg respondeu que uma administração não se faz com uma única pessoa, mas com um conjunto e atribuiu o fracasso do governo Will ao excesso de precatório trabalhista e a baixa receita financeira do município, constituída, predominantemente, por uma única fonte: o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Mas o argumento de Audiberg não convenceu o candidato Neto Ferreira, que retrucou dizendo que precatório não era justificativa para uma má administração pública.
No entanto, o duelo mais contundente foi mesmo entre Audiberg e Djaci. Em um dos últimos confrontos verbais entre os dois, Audiberg Alves disse que seu partido integra a base de apoio ao governador Cássio e, sendo eleito, terá apoio administrativo do governo estadual, como também do governo federal, já que sua candidatura recebe apoio do PMDB, que é aliado do presidente Lula. Mas Djaci Brasileiro rebateu a fala de Audiberg ao enfatizar que Cássio tem somente um candidato a prefeito em Itaporanga e este candidato é ele (Djaci), anunciando para o próximo dia 6 a vinda do governador à cidade para participar de seu comício, mas a última informação obtida pela Folha é que Cássio cancelou a viagem.
Público comportou-se bem
Apesar do grande número de pessoas que compareceu ao Atlântida e da visível rivalidade entre os partidários das quatro candidaturas, o debate transcorreu sem nenhum incidente e foi acompanhado por homens da Polícia Militar.
Centenas de pessoas acompanharam o debate no interior do clube, mas muita gente preferiu acompanhar o evento pelo telão instalado na parte externa do Atlântida. A realização do debate foi aprovada, a pedido da Folha, pelo Ministério Público Eleitoral e pela 33ª Zona, comandada pela juíza Andréa Almeida Dantas.
Com um formato dinâmico (perguntas, respostas, réplicas e tréplicas), o debate colocou frente a frente com a população, em uma discussão acirrada e sincera, os quatro candidatos a prefeito: Djaci Brasileiro (PSDB); Audiberg Alves (PTB); Antônio Virgolino (PCB) e Neto Ferreira (PC do B).
O debate foi promovido pelo jornal Folha do Vale com o apoio da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaporanga), presidida pela empresária Dilma Dantas, e do Atlântida Esporte Clube, que tem como presidente Wellington Tolentino. O evento foi transmitido para grande parte da cidade através do Sistema Alternativo de Comunicação e de um telão colocado fora do Atlântida.
Os quatro candidatos responderam perguntas do jornal e da CDL e também tiveram oportunidade de questionar uns aos outros.
Logo no primeiro bloco, desenhou-se o que ocorreria durante todo o debate: Djaci Brasileiro foi o alvo preferencial dos demais concorrentes, que centraram fogo no candidato do PSDB, duramente questionado sobre a falta d’água em Itaporanga e outras problemáticas locais, já que foi deputado estadual por quatro mandatos, em três deles aliado do governo, mas não conseguiu a ampliação da adutora nem solução para outras demandas estruturais do município.
Djaci defendeu-se argumentando que todos se preocupam com a falta d’água, mas ele é o único que, de fato, tem lutado para resolver o problema e informou que já tem um projeto na Cagepa (Companhia de Água e Esgoto na Paraíba) para a ampliação do sistema de abastecimento de Itaporanga.
Neto Ferreira reagiu à argumentação de Djaci e disse que, em toda campanha eleitoral, a promessa se repete e o problema nunca é resolvido, enfatizando que, se depender de promessa, passarão mais 50 anos e o povo não terá solução para a problemática d’água.
Mas Djaci replicou dizendo que, como deputado estadual, conseguiu a implantação de 23 abastecimentos d’água na zona rural do município e a questão da água da cidade também seria resolvida, porque é, segundo disse, interesse do governador Cássio Cunha Lima (PSDB) solucionar o problema, embora reconhecendo que a obra de ampliação da adutora ficou mais difícil em função de Itaporanga não ter sido incluída no Pac (Plano de Aceleração do Crescimento), cujos recursos destinados para saneamento e água contemplam somente municípios com mais de 50 mil habitantes.
Com uma crítica dura contra as últimas administrações de Itaporanga, as falsas promessas eleitorais e as precárias condições de vida da população, Neto Ferreira foi o que mais entusiasmou a platéia, arrancando de parte do público presente aplausos e gritos eufóricos, mas também foi questionado.
Submetido ao questionamento de que nunca havia exercido uma função eletiva nem no executivo nem no legislativo, e como pretendia governar uma cidade sem nenhuma experiência administrativa, Neto foi enfático na resposta e em alguns momentos chegou a mostrar sinais de irritação, argumentando que o político não precisa de experiência anterior no executivo ou no legislativo para governar bem, e pensar diferente “é coisa de cabra besta”.
Para fechar sua argumentação, Neto Ferreira citou o caso do presidente Lula, um homem de pouca instrução e sem nenhuma experiência, mas que está, conforme disse o candidato, governando bem o país e calando a boca de muita gente que pensava que sua gestão seria um desastre.
Uma resposta semelhante deu o candidato Antônio Virgolino, ao ser questionado sobre o mesmo assunto, sendo ainda mais contundente em sua fala: para reforçar o argumento de que experiência não é pré-requisito para se fazer uma boa administração, ele citou a passagem de Djaci Brasileiro pela prefeitura de Igaracy, onde teve contas rejeitadas.
O questionamento de Virgolino suscitou um pedido de direito de resposta por parte do candidato Djaci, o que foi aprovado pela Mesa Jurídica, formada pelos advogados Jakeleudo Alves Barbosa, Lolosa Figueiredo e Kálida Fernandes, que tinham uma segunda função no debate: realizar o sorteio dos candidatos para a ordem das respostas e perguntas.
Respondendo a Virgolino, Djaci disse que fez uma boa administração em Igaracy, na época chamada Boqueirão dos Cochos, sendo considerado um dos melhores prefeitos do município. Disse também que a rejeição de suas contas, devido a um erro contábil, não macula sua imagem de político honesto nem diminui sua capacidade administrativa.
Djaci foi questionado, mas também fez questionamentos: dirigindo-se ao candidato Audiberg Alves. Ao mostrar que o candidato do PTB era oposição ao prefeito Antônio Porcino (PMDB) e agora recebia o apoio da atual administração municipal, Djaci quis saber de Audiberg se este tinha projeto para melhorar as condições estruturais do mercado e do matadouro, que, conforme disse, “não têm recebido a atenção necessária da atual gestão, da qual Audiberg faz parte”.
Em resposta, Audiberg deixou subentendido que tem o apoio de Porcino, mas não tem influência nem participação no seu governo, mas garantiu que consta em seu plano de governo a reestruturação do mercado e do matadouro. Sobre o critério para composição de equipe de governo, replicando uma resposta de Djaci, Audiberg Alves disse que seu secretariado será escolhido por critérios técnicos e não políticos.
Mas o candidato petebista teve sua competência administrativa questionada por ter participado, como principal secretário, de uma gestão municipal (Will Rodrigues) não aprovada pela maioria da população. Se o senhor é competente porque então não salvou o governo do qual participou como secretário de administração? Audiberg respondeu que uma administração não se faz com uma única pessoa, mas com um conjunto e atribuiu o fracasso do governo Will ao excesso de precatório trabalhista e a baixa receita financeira do município, constituída, predominantemente, por uma única fonte: o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Mas o argumento de Audiberg não convenceu o candidato Neto Ferreira, que retrucou dizendo que precatório não era justificativa para uma má administração pública.
No entanto, o duelo mais contundente foi mesmo entre Audiberg e Djaci. Em um dos últimos confrontos verbais entre os dois, Audiberg Alves disse que seu partido integra a base de apoio ao governador Cássio e, sendo eleito, terá apoio administrativo do governo estadual, como também do governo federal, já que sua candidatura recebe apoio do PMDB, que é aliado do presidente Lula. Mas Djaci Brasileiro rebateu a fala de Audiberg ao enfatizar que Cássio tem somente um candidato a prefeito em Itaporanga e este candidato é ele (Djaci), anunciando para o próximo dia 6 a vinda do governador à cidade para participar de seu comício, mas a última informação obtida pela Folha é que Cássio cancelou a viagem.
Público comportou-se bem
Apesar do grande número de pessoas que compareceu ao Atlântida e da visível rivalidade entre os partidários das quatro candidaturas, o debate transcorreu sem nenhum incidente e foi acompanhado por homens da Polícia Militar.
Centenas de pessoas acompanharam o debate no interior do clube, mas muita gente preferiu acompanhar o evento pelo telão instalado na parte externa do Atlântida. A realização do debate foi aprovada, a pedido da Folha, pelo Ministério Público Eleitoral e pela 33ª Zona, comandada pela juíza Andréa Almeida Dantas.
Folha do Vale
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