por Adriano Clementino de Souza
Somos hipócritas, sem critérios, buscamos nossos direitos, esquecemos nosso deveres, criticamos, pois é mais cômodo que buscar soluções, preferimos acusar a nos defender, partimos do principio que a melhor defesa é o ataque, somos seres racionais, “irracionais”, não temos coragem de assumir nossas próprias limitações, nossos erros e nossos defeitos, preferimos, falar das limitações, erros e defeitos, alheios, talvez essa seja a melhor maneira para omitir nossas próprias frustrações.
A política é o maior exemplo de nossa incompetência, irresponsabilidade e egoísmo, lançarei uma pergunta e gostaria que todos respondessem com absoluta sinceridade. Qual o culpado da atual situação política e financeira que vive o nosso país? A resposta é fácil: o político, lógico, não há o que se discutir, afinal é um cidadão sem escrúpulos, incompetente, não faz nada durante quatro anos de Governo, esquece dos discursos, promessas de palanque, é um corrupto, devemos condená-lo, isto é indiscutível. Resposta errada! Essa é a resposta dos omissos, dos fracos, hipócritas, pois não têm coragem de assumir seus próprios erros e preferem procurar um culpado, quando o verdadeiro culpado está na sua própria imagem. Nós que devemos ser julgados e condenados, pois como culpá-los, por entraram em nossa vida e em nossas casas pela porta da frente, foram cavalheiros e ainda pediram licença e, com a nossa autorização, controlam nossas finanças, traçam o futuro das nossas vidas, dos nossos filhos, nossos netos...
E todo esse poder de controle é conseqüência de um “simples ato”, que o Estado considera um dever e nós pobres eleitores, um direito adquirido. O voto é um direito e não um dever, conquistado com suor, lágrimas derramadas, sangue ao vento, sonhos destruídos, lares ao chão, corações despedaçados, tudo isso por um objetivo, um ideal em comum, o direito do voto, a liberdade, o direito de escolha, hoje prostituímos esse direito, negociamos nosso voto como mercadoria, “quem da mais, quem da mais?... Vendido para o Senhor de paletó cinza!”, vendemos para um desconhecido, pois nem o seu nome tivemos a curiosidade de perguntar, o identificamos através de um número, além de vender o nosso “corpo”, estamos vendendo o suor, as lágrimas, o sangue, os sonhos, os lares, os corações daqueles que entregaram seu presente para que nosso futuro não fosse seu presente passado de outrora.
Eleitores respeitem seu direito, não o considere um dever, não vendam sua dignidade em troca de esmolas, elas lhe custarão caras, pois as pessoas que a compram são agiotas, emprestam favores, mas cobram com juros e correção, reflita e veja se vale a pena pagar um preço tão alto, pois eles compram sua dignidade e vendem sua alma em troca de suas próprias ambições.
A verdade é que somos escravos das nossas próprias limitações, nosso medos, preferimos vender o voto, assim nos isentamos de qualquer culpa, criticamos o político, mas não temos coragem de assumir que foi com nosso aval, com o nosso voto, que eles estão no poder e temos medo de cobrar, aliás não temos nem esse direito, pois como cobrar algo que já foi pago antecipado.
Portanto, nas próximas eleições, lembre-se que o voto não é uma moeda e sim, uma arma que deve ser usada em nossa defesa, por isso não a entregue na mão do inimigo, pois você será o alvo.
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