segunda-feira, 15 de setembro de 2008

NUDISMO VIRA PRAGA E ATÉ QUEM ESTÁ VESTIDO QUER FICAR NU

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Depois de trabalhar toda a semana ajudando turistas completamente nus, parte da equipe de apoio do 31º Congresso Internacional de Naturismo, na Paraíba, pegou gosto pela coisa. "Estou só esperando terminar. Assim que o serviço acabar, eu também vou tirar a roupa", garantiu o professor de inglês Arão dos Santos, de 25 anos. Uma das coordenadoras do evento, Marisa Nicodemos, concorda. "A gente só está vestido porque está trabalhando", riu ela.

Santos foi contratado para ajudar os turistas que visitam o congresso, principalmente por seus conhecimentos em inglês. Apaixonado pela língua, ele já salvou os estrangeiros de várias situações constrangedoras. "Uma menina da Hungria estava conversando com um rapaz ali e ele falava encostando nela. Dava pra ver que ela estava desconfortável, porque eles não gostam que encoste muito, né? Fui lá, expliquei e ela agradeceu muito", conta o rapaz.

A "menina da Hungria", que não gosta de dar entrevistas, se tornou companhia inseparável de Santos. Naturista, foi ela a responsável pela transformação do professor em adepto da prática. "Ela conversou comigo, me explicou. Agora vou tentar, sim. E vou voltar aqui para Tambaba sempre", diz ele.

Apesar da certeza de Santos e Marisa, alguns integrantes da equipe avisam: não vão tirar a roupa, não, de jeito nenhum. "Eu não vou. Entendo, respeito, mas não vou", contou Karolim Ferreira, de 24 anos. "Sou muito católica, muito ligada à igreja. Não posso fazer uma coisa dessas", diz a jovem. Jefferson Berndt, de 23, concorda com a amiga. "Não estou acostumado, não vou ficar confortável, então é melhor não", disse ele.

A equipe recebeu um treinamento especial para receber os naturistas. "Aprendemos que tem que olhar no olho, encarar tudo naturalmente. Não pode dar risada, não pode fazer piada, nem entre a gente", explicou Berndt. Ainda assim, houve um estranhamento no início. "No começo, foi muito estranho", conta Santos. "Depois, a gente vê que eles encaram tudo naturalmente, como se não fosse nada. E daí acaba ficando fácil, porque não é nada demais mesmo", afirma.

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