Você sabe o que é um curral?
Rossandro Klinjey
O curral é um lugar de confinamento. Um legar cercado para que não haja opções e no qual você fica preso a uma única escolha: aquela que o dono do cercado determinar. Se às vacas bastam cercas de arame farpado para contê-las, com os seres humanos isso não funciona, pois tendo as mentes livres podemos saltar todas as formas de prisão. Mas, tal liberdade de consciência não interessa a muita gente.
Foi pensando nisso que durante décadas em nosso país, uma significativa parcela de nossa elite econômica e política optou por criar uma espécie de campo de concentração mental ou como ficou conhecido nas terras tupiniquins, curral eleitoral. Nele, as pessoas privadas do saber limitavam sua compreensão da vida e suas possibilidades de escolhas, acreditando que a única opção seria aquela apontada pelo dono no curral, que se utiliza desse controle para perpetuar a si e aos seus no poder.
Pois bem, os anos passam e o Brasil, com atraso, diga-se de passagem, começa a se desenvolver economicamente até encontrar, entre os inúmeros gargalos para a continuação desse crescimento, um apagão de mão de obra. – “Falta qualificação”, dizem uns “aumenta e vinda de estrangeiros para ocupar vagas” afirmam outros, até que se encontra o lugar do problema: O fracassado e sucateado sistema de educação pública, do ensino fundamental e médio do Brasil e, como não poderia deixar de ser, um culpado: o mal pago, desrespeitado e desvalorizado professor. “Eles estão desmotivados” dizem uns. Ora! Mas com as condições de trabalho e salário de nossos professores só há motivos para piada, vergonha e desesperança.
Estamos diante de uma típica ironia histórica: aquela parcela da elite econômica e política que criou e manteve os currais eleitorais, e agora está ávida por crescimento e lucros, não tem mão de obra qualificada para mover seus empreendimentos e suas máquinas sofisticadas. Eles passaram muito tempo mantendo essa mão de obra nos currais, sem perspectiva. Analfabetos de todas as ordens que só aprenderam a usar sua digital para chancelar os coronéis, na época do voto no papel, e a decorar o número de seus feitores para votar na urna eletrônica, confirmando assim sua vida de gado.
Muitos preferem manter o discurso de culpabilizar os educadores, o que foi desmascarado pela irrefutabilidade dos argumentos apresentados de forma simples e objetiva pela professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel (veja vídeo no youtube http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA), na tribuna da Assembléia Legislativa daquele estado.
Temos um país que poderia crescer bem mais, se tivesse construído antes as pontes do saber, a únicas que nos levam do passado para o futuro, do atraso para o desenvolvimento. Essa elite ainda se nega a perceber que, se podemos ter um PAC para acelerar obras, o mesmo não se pode fazer com a educação, pois esta demanda tempo e processos que levam gerações, mas que um dia precisa ser iniciado.
Agora, enredados em suas próprias teias, ou melhor dizendo, presos em seus próprios currais, só resta a essas elites tirarem a viseira de seus olhos e permitir que todos possam sair, inclusive e sobretudo eles mesmos, ampliando os horizontes e as possibilidades que só o saber nos permite alcançar.
Foi pensando nisso que durante décadas em nosso país, uma significativa parcela de nossa elite econômica e política optou por criar uma espécie de campo de concentração mental ou como ficou conhecido nas terras tupiniquins, curral eleitoral. Nele, as pessoas privadas do saber limitavam sua compreensão da vida e suas possibilidades de escolhas, acreditando que a única opção seria aquela apontada pelo dono no curral, que se utiliza desse controle para perpetuar a si e aos seus no poder.
Pois bem, os anos passam e o Brasil, com atraso, diga-se de passagem, começa a se desenvolver economicamente até encontrar, entre os inúmeros gargalos para a continuação desse crescimento, um apagão de mão de obra. – “Falta qualificação”, dizem uns “aumenta e vinda de estrangeiros para ocupar vagas” afirmam outros, até que se encontra o lugar do problema: O fracassado e sucateado sistema de educação pública, do ensino fundamental e médio do Brasil e, como não poderia deixar de ser, um culpado: o mal pago, desrespeitado e desvalorizado professor. “Eles estão desmotivados” dizem uns. Ora! Mas com as condições de trabalho e salário de nossos professores só há motivos para piada, vergonha e desesperança.
Estamos diante de uma típica ironia histórica: aquela parcela da elite econômica e política que criou e manteve os currais eleitorais, e agora está ávida por crescimento e lucros, não tem mão de obra qualificada para mover seus empreendimentos e suas máquinas sofisticadas. Eles passaram muito tempo mantendo essa mão de obra nos currais, sem perspectiva. Analfabetos de todas as ordens que só aprenderam a usar sua digital para chancelar os coronéis, na época do voto no papel, e a decorar o número de seus feitores para votar na urna eletrônica, confirmando assim sua vida de gado.
Muitos preferem manter o discurso de culpabilizar os educadores, o que foi desmascarado pela irrefutabilidade dos argumentos apresentados de forma simples e objetiva pela professora do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel (veja vídeo no youtube http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA), na tribuna da Assembléia Legislativa daquele estado.
Temos um país que poderia crescer bem mais, se tivesse construído antes as pontes do saber, a únicas que nos levam do passado para o futuro, do atraso para o desenvolvimento. Essa elite ainda se nega a perceber que, se podemos ter um PAC para acelerar obras, o mesmo não se pode fazer com a educação, pois esta demanda tempo e processos que levam gerações, mas que um dia precisa ser iniciado.
Agora, enredados em suas próprias teias, ou melhor dizendo, presos em seus próprios currais, só resta a essas elites tirarem a viseira de seus olhos e permitir que todos possam sair, inclusive e sobretudo eles mesmos, ampliando os horizontes e as possibilidades que só o saber nos permite alcançar.