sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mais duas itaporanguenses que não chegaram a nascer e outra que morreu aos 18 dias de vida

Até quando nossas crianças vão continuar morrendo, muitas delas antes mesmo de nascer?

A pouco menos de duas semanas para a reunião regional que irá definir as prioridades do Vale para o orçamento estadual, marcada para o dia 11 de junho, com a presença do governador Ricardo Coutinho, quando a Fundação José Francisco de Sousa vai entregar ao governo um abaixo-assinado solicitando a construção de um hospital infantil no Vale e melhoria das condições de atendimento e equipamento das salas de maternidades regionais, mais três registros lamentáveis em Itaporanga: do começo de abril a esse 26 de maio, pelo menos um recém-nascido morreu e uma gestação de gêmeas de oito meses foi perdida. Sem contar os casos ocorridos em outros municípios do Vale, a exemplo de Piancó, onde uma parturiente e seu filho morreram no hospital regional.

Sobre o caso das meninas gêmeas que não chegaram a nascer, o fato ocorreu entre os dias 25 e 26 últimos. Uma ultrassonografia mostrou que um dos fetos apresentava problema e a gestante foi encaminhada para a maternidade de Patos por falta de atendimento especializado em Itaporanga, mas não houve solução. “Em vez do médico que a atendeu em Patos ter encaminhado minha esposa para Campina ou João Pessoa, ele não tomou nenhuma providência, mesmo depois de diagnosticar que um dos fetos já estava morto”, lamentou Manoel Messias, esposo da gestante, durante contato com o www.folhadovali.com.br.

O casal retornou a Itaporanga e, por orientação médica local, seguiu com urgência para João Pessoa, mas a demora no atendimento comprometeu toda a gestação e o feto que ainda estava vivo não resistiu. “Se esse médico de Patos tivesse nos dado um encaminhamento imediato para Campina ou João Pessoa, uma das crianças poderia ter sido salva, mas ele não tratou o caso com a importância devida e essa omissão foi criminosa”, enfatizou Messias, que é funcionário da Honda em Itaporanga e seria pai pela primeira vez. As meninas se chamariam Bruna e Bianca, como era da vontade da mãe, Maria José Leite, que continua internada na maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa.

O outro caso envolve uma recém-nascida de Itaporanga. Acometida por uma infecção, a menina foi encaminhada para Campina Grande, onde faleceu no dia 4 de abril, aos 18 dias de vida. Conforme o atestado de óbito, assinado pela médica Eva Maria Medeiros, a causa morte foi Sepses Neonatal Tardia.

Caso de Piancó

Na noite de 9 de abril passado, a parturiente Maria Leite de Melo e seu filho neonato, morreram dentro do hospital Wenceslau Lopes, de Piancó.

A vítima é do sítio Tapera, município de Olho D’água, e há suspeitas de negligência ou imperícia no atendimento à gestante.

Nos últimos dois anos, dezenas de criança regionais morreram por falta de atendimento especializado e outras tantas não chegaram nem a nascer.  

Foto: casal esperava feliz duas meninas e agora vive a dor da perda.
Folha do Vale

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