terça-feira, 23 de agosto de 2011

DIA NACIONAL DO FOLCLORE











A celebração do Dia Nacional do
Folclore teve início na manhã desta terça-feira (23) na Fundação Casa de
José Américo e prosseguirá até o dia 23 de setembro, em uma realização
do Governo do Estado, com a exposição “Ana Pamplona – a imaginária
sertaneja”. O evento contou com a parceria da Fundação Joaquim Nabuco
(PE), que cedeu o acervo das obras da santeira paraibana, da coleção
particular do pesquisador Roberto Emerson Câmara Benjamin, doadas ao
Museu O Homem do Nordeste, que faz parte da  instituição pernambucana.





Durante um mês, a exposição poderá ser
visitada, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h30, no
Salão de Exposição da FCJA, na orla do Cabo Branco. A exposição tem
cerca de 40 peças de madeira, com representatividade da arte santeira,
confeccionadas pela artista, que nasceu Ana Maria Pires, no ano de 1900,
no município São João do Rio do Peixe, onde também faleceu, em 1984.





Na solenidade de abertura, a Fundação
Joaquim Nabuco foi representada pela coordenadora de Planejamento e
Difusão Cultural do Museu O Homem do Nordeste, a pesquisadora Silvana
Barbosa Lira de Araújo.  Na ocasião houve uma mesa redonda intitulada “A
arte santeira na Paraíba”, com a participação dos especialistas em arte
popular Oswaldo Meira Trigueiro, José Nilton da Silva e José Augusto de
Moraes. A mesa foi aberta pelo presidente da Fundação Casa de José
Américo, Flávio Sátiro Filho, e coordenada pela diretora do Museu da
FCJA, Janete Lins Rodriguez.






Sobre Ana Pamplona
Conforme texto do pesquisador e cientista político Roberto Emerson
Câmara Benjamin, Ana Pamplona era agricultora e artesã santeira, casada
com José Alves Pamplona, e devota de São José e São Francisco.  “Casou
tão cedo que teve a desdita de enterrar o marido, filhos, netos e
bisnetos. Para todas as doenças tinha ervas em seu jardim, mas não se
considerava curandeira”, conta Benjamin.






O pesquisador diz também que ela fazia
bichinhos de pano, preparava flores de tecidos, massa, laminados
plásticos e em lata – capelas de noiva e coroas para enterros. Nos
santos, começou restaurando imagens velhas, de madeira e gesso, com
retoques. Depois passou a fazer as suas próprias imagens. Pedaços de
faca, cacos de vidro, canivete, serrote, pregos, pincéis improvisados
eram os seus instrumentos de trabalho, espalhados junto a latinhas de
tinta industrial, pedaços de caixotes e tocos de umburana, tudo em cima
ou no entorno da esteira onde se sentava para criar seus santos.


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